Especialista em mercado de animes comenta sobre a indústria e a recuperação dela em 2021

Durante a AnimeJapan 2022, o supervisor editorial da Anime Industry Report, Hiromichi Masuda, deu uma palestra falando sobre a atual situação da indústria de animes e como 2021 foi um ano positivo, trazendo recuperações para vários setores importantes.

Masuda apontou que, por mais que os números de 2021 ainda estejam sendo levantados, houve uma recuperação notável na indústria, principalmente nos filmes, séries de TV e eventos presenciais quando comparados a 2020.

De acordo com o que foi relatado, 2020 teve quedas em ganhos gerais. Com exceção de casos anormais como o filme de Kimetsu no Yaiba, que faturou 38,7 bilhões de ienes, as obras não tiveram tanto rendimento assim. Em comparado, Doraemon the Movie: Nobita’s New Dinosaur, que foi o 2º maior ganho daquele ano, conseguiu apenas 3,35 bilhões de ienes, mostrando bem a disparidade entre as duas obras.

Por outro lado, o ano de 2021 começou bem mais estável, com filmes como Evangelion: 3.0+1.0: Thrice Upon A Time, BELLE e Jujutsu Kaisen 0 conseguindo valores sólidos e competitivos entre si.

Masuda ressaltou que a principal razão para isso são os adiamentos sofridos em 2020 e, consequentemente, lançamentos em 2021, além da suavização das medidas impostas pelo governo para controlar a pandemia, fazendo com que o apoio do público fosse maior.

Além disso, 2021 também registrou um aumento na produção de novas séries de TV, alcançando 199 animes e superando os 185 de 2020. Entretanto, Masuda relembrou que essa ainda não é o ápice da indústria, já que  2018 detém o recorde com 254 obras lançadas, por mais que acredite que 2022 poderá superar isso.

Outro ponto comentado por Masuda foram os eventos presenciais, que de longe foi o setor com maiores perdas em 2020. Por mais que tenha tido um crescimento com a volta dos eventos ao vivo, Masuda não vê uma recuperação completa ao estado “pré-pandemia”, mas acredita que isso seja positivo a longo prazo.

Devido as mudanças sofridas nos últimos anos, os eventos online se mostraram efetivos, conseguindo abranger um público maior, já que não existe restrição de número de participantes, além de poder alcançar novos patamares e acessibilidade.

Para Masuda, uma mistura entre ambas as plataforma parece mais provável, garantido uma fonte de renda alternativa para empresas que até então foram dependentes de eventos presenciais para promover suas obras.

Por fim, Masuda comentou sobre os estúdios, dizendo que uma pesquisa anônima revelou que boa parte deles estão confiantes de continuarem tendo trabalho no futuro, principalmente com streamings estrangeiras.

Além disso, foi reportado um aumento nos orçamentos, o que indiretamente indica que o grupo de investidores está expandindo, possibilitando assim que a verba seja direcionada para o principal problema da indústria, que é a falta de mão de obra.

Para completar, Masuda revelou que a indústria tem lidado com questões de regulamentação estrangeira, questionando até que ponto a liberdade de expressão pode ser mantida na hora de produzir um obra para o mercado internacional.

Vale lembrar também que, por mais que 2020 tenha sido um ano de queda, ele ainda se manteve dentro da linha de alta da indústria, perdendo apenas para 2019, que foi o melhor ano financeiro até o momento.

Além disso,  2020 marcou o maior crescimento das streamings, sendo um dos poucos setores que teve ganhos durante o período da pandemia no Japão e no resto do mundo.

Fonte: ANN

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Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.