Uma Musume II – Mudanças mais que bem-vindas! | Primeiras Impressões

Uma Musume foi um anime que surpreendeu uma boa quantidade de pessoas na temporada de abril de 2018.

Com o anuncio da segunda temporada, eu acabei torcendo um pouco o nariz para mudança de foco no elenco porque… Bem, é sempre estranho ver uma troca de protagonistas, ainda mais quando o protagonista em questão não foi ruim.

A realidade, no entanto, é que, o que parecia ter sido uma decisão questionável, acabou se tornando um acerto surpreendente, me fazendo vir no completo hype falar desses dois episódios que me deixaram bem impressionado.

Então, antes de começar, já peço perdão caso o emocional fale mais alto que o bom senso aqui.

Mas eu amei esses 2 episódios.

Só para não criar confusão, vale deixar claro que o anime em si não fez nada de surpreendente por parte da história.

O enredo usou um clichê bem comum em esportes, que é aquele velho drama com o atleta ficando lesionado e tendo que superar esse obstáculo na sua carreira.

O grande ponto que quero chegar, é que, não só o roteiro, como a direção, fizeram um bom trabalho em como entregar isso, desenvolvendo os pontos necessários e fechando um drama que poderia muito bem ser o final do anime.

O primeiro episódio te apresenta a nova personagem principal, e faz isso de uma forma bem sutil, entregando alguns flashbacks para te deixar situado do sonho da garota, das suas inspirações, desejos e objetivos, de forma que no final ela deixa de ser uma secundária alivio cômico, para se tornar a estrela do show.

Sem muito tempo para criar a carreira dela.

Depois de passar por um episódio bem dentro do padrão da primeira temporada que, não vou mentir, tem sim deméritos por conta da mudança de estúdio, vem o final, que é onde as coisas começam a ficar mais interessante.

A forma como a lesão na perna da garota é colocada me fez soltar um sincero “Meu Deus, e agora?” mentalmente.

Pode parecer pouca coisa, mas estamos falando de um primeiro episódio, de uma personagem que eu não dava a mínima importância na primeira temporada e nem sequer lembrava o nome.

Ter essa mudança de visão e passar a me importar com a garota me deixou bem surpreso, porque é algo que muitas vezes não acontece nem com doze episódios.

As coisas são simples e clichês, mas, ao menos para mim, conseguiram funcionar bem juntas, e fechar o episódio com um gancho que me fez ficar preocupado de verdade com a dita personagem.

Normalmente se sacrifica o cavalo quando quebra a pata, não é?

Por fim, com a chegada do segundo episódio, o drama em cima dessa lesão começa, que, novamente, não traz nada tão inovador em termos de narrativa em um primeiro momento.

Você tem a garota dizendo que não vai desistir, os processos para tentar se recuperar antes da próxima grande competição e todo o apoio que as amigas e demais pessoas dão para a protagonista, tudo bem dentro dessa linha que o clichê pede.

O grande ponto é como tudo isso termina.

A cena do final do episódio para mim foi sensacional (e o motivo desse texto). Você tem a protagonista na plateia e as preparações para grande corrida .

A música de introdução começa a tocar, as outras competidoras vão para a linha de largada e a torcida começa a se empolgar, enquanto a garota observada tudo isso e vai as poucos entendendo o que está acontecendo.

Ela não vai participar, ela não vai realizar seu sonho e não vai alcançar o objetivo que tinha. Não tem a mão divina do roteiro para curar a perna dela ou qualquer solução milagrosa.

Eu consegui sentir muito bem o peso que essa realidade causa na garota, e simpatizar com todo o esforço que ela colocou para tentar competir, até o ponto em que ela desaba e para de fingir que está tudo bem com aquilo.

Vale ressaltar também que durante essa cena a largada é omitida. A protagonista não escuta aquele “Start!”, fazendo meio que uma referencia ao fato dela não ter começado a corrida, de não ter tido a chance de iniciar o seu sonho.

Quase escorreu uma lágrima quando ela percebeu que a corrida começou e ela não estava lá.

Para completar, em cima disso tem uma cena bem legal dela se imaginando dentro da competição, e as suas rivais tentando a superar mesmo sem ela estar na corrida, fora que, logo depois a garota se recupera de todo esse “choque”, já que o anime precisa continuar.

Nessa parte também vale a pena elogiar, já que não soou artificial a forma como ela recobra o animo, por conta de ser uma personagem positiva e a forma como as coisas aconteceram dar embasamento para ela querer seguir em frente.

A questão em tudo isso, é que para uma segunda temporada que eu não tinha ficado muito empolgado, os dois primeiros episódios surpreenderam bastante, com um bom uso de clichês e uma direção que conseguiu me entregar uma boa dose de drama sem parecer superficial ou forçada.

Se o anime vai manter esse ritmo, só o tempo dirá, mas foi uma introdução bem promissora para essa nova temporada de Uma Musume.

 

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.