Darling in the Franxx #23 – Impressões Semanais

 

Em vista das constantes cagadas que o roteiro vinha fazendo de uns tempos para cá, de certa forma, já era esperado que o final do anime fosse ser um pouco esquisito.

Eu não tinha muitas expectativas para o que iriam entregar em termos de desenvolvimento, mas tinha algumas esperanças de que fossem fazer algo épico, mesmo que para isso significasse ignorar as lógicas, como vinha acontecendo.

Ainda resta um episódio, então pode ser que faça algo lá, mas observando esse vigésimo terceiro capítulo de forma isolada, os eventos são um pouco abaixo do que eu esperava.

Normalmente Darling conseguia emplacar um bom clímax emocional, aproveitando a relação do Hiro com a Zero Two e criando um desfecho legal, mas isso não aconteceu de forma tão expressiva nesse episódio.

Talvez  o problema esteja mais em mim, que já não vem colocando empolgação nas coisas que acontecem, ou por não dar muita credibilidade a aquela explicação bizarra sobre a volta da Zero Two, mas de forma resumida, foi essa a sensação que o episódio me deixou.

Deveria ser um momento de entregar algo mais elaborado, só que isso não vem, e até mesmo o ponto forte da obra acaba parecendo apenas bom, sem grandes elogios por trás.

Talvez conveniente até demais…

Tentando aproveitar um pouco mais das relações dos personagens, esse episódio foca na situação do Mitsuru com a Kokoro, e em como eles estão lidando com a recém descoberta da gravidez. Ver o Mitsuru tomando as responsabilidades foi legal, e ajuda a dar uma consideração melhor para os personagens.

Se ele tivesse feito isso antes, e em seguida ido para o espaço, eu até poderia comprar algum drama com a possibilidade dele morrer, mas como acabou ficando na Terra, tudo se resume a essa situação mesmo.

Foi um desenvolvimento romântico, mas que por conta de toda aquele dilema e falação sobre as memórias, acaba tendo um gosto meio estranho.

Eles não recuperam as memórias, mas da forma como colocaram, fica uma sensação esquisita.

Do outro lado, temos a tão famigerada viagem espacial, que já começa de um jeito meio diferentão, com o Hiro pilotando o Alpha, já que eram três Nines e o Hiro não tinha parceiro.

As explicações são condizentes, e criam a lógica necessária para ideia funcionar.

Como os membros do esquadrão especial eram clones das Zero Two, faz um certo sentido o Hiro conseguir pilotar com ele. Eu podia até dizer que foi uma tentativa de quebrar tabu, mas Darling deixou tão jogado toda essa questão de sexualidade e diferença de gêneros, que no final, seria apenas eu enfeitando mais um dos pontos mal trabalhados pelo roteiro.

Além disso, o sacrifício dos Nines conseguiu ser bem mais abaixo do que eu esperava. Fazer eles cometerem suicídio dizendo frases “bonitinhas” não vende nada, se o impacto no desenrolar dos eventos é quase zero.

Eu já não me importava com eles antes, e depois disso ficou ainda pior. Poderiam ter feito eles valerem algo no final, mas acabaram se explodindo a troco de quase nada, o que só serviu para minha indiferença ficar ainda maior.

Nem vou falar nada desse “entendimento” mútuo…

Sacrifícios sem sal a parte, temos o resgate da Zero Two que foi…

A ideia de usarem o cenário do livro para representar a consciência dela no espaço, de fato, ficou bem legal, e cria uma boa identidade para a situação em que ela estava, mas de resto, não chegou a me impressionar muito, ao ponto de me fazer achar que conseguiram trabalhar bem o drama.

Além do mais, eu sinto que tentar entender o que aconteceu naquela transformação me daria um lapso mental (nota do editor: Sério? Eu expliquei no vídeo acima, nem era complicado, e nem tem outra possibilidade lógica fora aquilo. Tem algo parecido em Guerra Infinita, inclusive).

Fora isso, no primeira clímax romântico, mesmo o câncer sumindo magicamente, eu ainda fique preso pela forma  como o Hiro alcançou a Zero Two, mas ali as coisas já não impressionaram tanto, e essa sensação de “vitória” quase não existiu.

Não digo que seja impossível se gostar do clímax, ou que ele tenha sido ruim, mas para mim não conseguiu fazer valer, ainda mais quando você leva em consideração que esse era um dos poucos pontos em que Darling se saia bem.

A ideia do livro foi boa, mas não conseguiram aproveitar tudo.

Para quem vinha derrapando em entregar algumas explicações do seu enredo, Darling não consegue atingir o nível de impacto necessário nesse clímax, principalmente quando estamos falando de um final (ou pre-final, depende do que ocorrer no próximo episódio).

O gancho para o último episódio não é lá muito interessante para mim. Imagino que na semana que vem a gente vê um skip de tempo, mostrando a volta dos dois, com a humanidade um pouco mais estabilizada.

Posso estar enganado, claro, mas agora é aguardar para ver o que vão entregar.

(nota do editor: Credo… Seria bem anti-climático e chato um episódio final só para mostrar a terra… To apostando mais em um novo clímax contra os Aliens só com o casal principal, até porque eles levaram aquela lança da terra e tem que usar para algo, e no finalzinho mostra a terra anos depois com os protagonistas voltando, ou não voltando).

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E você, que nota daria ao episódio?

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Extra

Enfiar o rosto da waifu dentro do robô não faz ele ficar legal por tabela. Fica a dica.

Shingeki no Darling.
Eu quero as montagens, não me decepcione, internet.

Mitsuru assumindo o filho, e o cara se voluntariando para sacrifício na primeira oportunidade que apareceu.

Aos 45 do segundo tempo decidiram justificar o problema do Hiro.

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.