Tokyo Ghoul: Re #11 a #12 – Impressões Finais

Tokyo Ghoul chega ao seu fim, e após passar por toda essa adaptação, acho que posso dizer que ainda é complicado avaliar o que foi apresentado aqui.

Como disse na primeira review, minhas expectativas não estavam nulas, estavam no negativo, então o que viesse seria lucro, já que não dava para piorar.

Ironicamente, mesmo sendo fiel ao mangá, a qualidade técnica, junto de alguns problemas presentes na própria história, acabam fazendo essa temporada soar um pouco mais abaixo do que a anterior, e mesmo o lado fanboy dizendo que é melhor ver a história “animada”, fica complicado ignorar os problemas que a adaptação teve.

Eu queria dizer que sim…

Resumidamente, o décimo primeiro episódio se foca em algumas lutas, trazendo aquele esquema padrão de flashbacks para tentar impactar no que está acontecendo ali, o que claro, não funciona muito bem, já que é  pouco tempo para simpatizar com os personagens, principalmente quando não existe um aprofundamento na relação entre eles.

A luta contra a Ihei, assim com a do investigador estranho, mantém um nível rotineiro dentro da adaptação. Alguns movimentos fingem ser elaborados, enquanto outros acabam caindo na animação estática, focando em um único ângulo e efeito para dar a sensação de movimento.

Eu tinha gostado bastante dessa luta no mangá, e até mesmo sentido um pouco da perda da garota da família Tsukiyama, mas no anime, isso não traz muita emoção, o que já deveria ser esperado, então não adianta cobrar muito como problema.

O máximo que dá para fazer, é sentir pena por terem matado uma personagem com character design legal.

Isso não é um problema exclusivo do anime. O mangá têm bastante personagens mal aproveitados.

A luta do Haise segue um esquema parecido… Eu acho bem legal a forma como as coisas acontecem, em especial pelo Tsukiyama deixar de lado a adoração pelo Kaneki, para dar o devido valor no esforço que os membros da família fizeram para tentar mantê-lo vivo.

Porém, um dos principais eventos prometidos para esse episódio, por assim dizer, acaba não sendo muito bem aproveitado, e deixando a sensação de que tudo aconteceu muito rápido.

Quando li o mangá, consegui me importar com o dilema do Kanae, mas aqui o mesmo não acontece, e tudo segue apenas como uma sequência de imagens feitas para levar a exposição do seu passado, para então desencadear as mudanças do Haise.

Eles até tentam aproveitar a relação dele com o Tsukiyama no episódio seguinte, mas também não conseguem passar as devidas emoções, e tudo acaba como uma cena de sacrifício padrão.

Em uma visão geral, o episódio não foi ruim, e conseguiu entregar tudo o que precisava para engatilhar o clímax final, mas assim como das últimas vezes, deixa o sentimento de que algumas coisas foram perdidas, e que o material original não foi bem aproveitado.

Vamos fingir que isso deveria ser usado para desenvolver a crise do Haise.

Já em relação ao décimo segundo episódio, eu consegui gostar um pouco mais. Ver o Kaneki full pistola e o drama do Shirazu sendo trabalhados, me deixou interessado pelo que estava acontecendo, trazendo junto um clímax mais condizente com o final. Claro, ainda têm os problemas de sempre, mas algumas coisas ficaram legais, como a cena do Shirazu morrendo.

Terem dado aquela falsa sensação de que tudo tinha terminado bem, para depois mostrar o lado do seu corpo perfurado, foi legal para mim.

Uma OST boa cairia muito bem ali assim como em todo resto, mas por terem dado um certo destaque ao drama com a irmã, você consegue comprar um perda na cena.

Já aquele flashback da origem da Eto, quando o ghoul é derrotado, não foi muito bem colocado para mim. Primeiro que o corte entre as cenas é bem abrupto, e acaba sendo mais um flashback perdido no meio do nada.

Claro, ele ainda é importante para entender os eventos com a Coruja de um olho, por mais que para mim, no final, talvez esse tenha sido o grande calcanhar de Aquiles do episódio.

Minha memória é meio ruim, mas acho que a segunda temporada mal falou da relação Takatsuki x Coruja.

A maneira como fizeram a transição da Eto, a garota das faixas, para a Coruja de um olho, acabou me soando muito rápida, principalmente quando se leva em consideração que a segunda temporada não foi fiel aos eventos do mangá.

O confronto com o Kaneki até consegue entregar o que prometia, mas fico na dúvida se para alguém que não teve contado com o mangá, aquilo foi claro o bastante.

O rush já tinha se mostrando um pouco forte em algumas partes, mas no caso dessa, em especial, acabou ficando ainda mais, já que parece uma tentativa clara de adiantar o enredo do próximo arco, que deve ser abordado na temporada de outubro.

Isso também vale para como o anime encerra o episódio, sem concluir muitas coisas, além do caso do Tsukiyama, e as mudanças de personalidade do Kaneki.

Aquele compilado de imagens do final não é exatamente o ideial, mas levando em consideração que a temporada seguinte já foi anunciada, é esperado que eles tentem vender a continuação, e deixem algumas coisas para serem respondidas lá.

Agora é esperar para ver estragarem tudo de novo.

Resumindo, por mais que a adaptação de Tokyo Ghoul: Re seja bem fiel ao mangá, ela ainda traz muitos problemas, especialmente técnicos, que são difíceis de ignorar até mesmo assistindo o anime com olhar de fã.

Para passar o tempo pode até ser uma boa opção, mas caso alguém tivesse expectativa de que algo bom poderia surgir, provavelmente acabou bem decepcionado.

[yasr_overall_rating size=”medium”]

 

E você, que nota daria aos episódios?

[yasr_visitor_votes size=”medium]

Extra

Eu gosto do desenvolvimento do Urie depois desse desastre… Por mais que nem tenha dado para sentir a rivalidade entre os dois crescendo no anime…

Já tô vendido para próxima temporada só por ser o arco dela.

Divando com o look novo.

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.