Censura de hentais e filmes adultos no Japão pode acabar

 

Uma nova discussão no senado japoneses pode dar inicio ao fim das censuras em pornografia que já vem acontecendo há um longo tempo lá.

O político, Taro Yamada, conhecido por representar os interesses otakus na política japonesa, começou algumas negociações com os demais membros do senado para revisar a lei que exige que a pornografia no país seja censurada.

Isso não significa que as coisas irão mudar de imediato, mas abre espaço para rever uma lei que é bem datada. Junto dessa noticia, o CEO da Irodori Comics, uma editora de doujinshi, foi ao Twitter levantar algumas questões interessantes sobre essa possível mudança.

A principal ponto levantada pelo CEO é que essa mudança afetará, em especial, os personagens 2D e os atores pornô,  onde aqueles que quiserem ainda poderão exigir o uso da mesma.

Ele também ressalta que essa mudança seria um passo na luta dos japoneses pelo direto de expressão, visto que a alteração da lei permitiria aos criadores de conteúdo uma maior liberdade em seus trabalhos, podendo se adequar ao que o seu público quer ver (com ou sem censura).

Em continuação a sua discussão, o CEO aproveitou para apontar os principais empecilhos nessa busca pela remoção da censura.

No Japão, a Associação de Pais e Professores tem uma forte influencia em discussões do tipo, já que são representantes em assustos que envolvam moral e tudo mais, além de muitos membros terem poder dentro e fora do circulo político.

Apenas ir contra os ideais desse grupo já pode causar problemas e perseguições para a pessoa, e quando somando ao fato de que a pornografia japonesa é “complexa”, fica difícil imaginar que os pais tomariam lado em uma lei que pretende expor as partes intimas de uma criança (Loli e Shotas).

Em adicional, mesmo que por um acaso os políticos se unissem e aprovassem tais mudanças, isso ainda não significaria que a censura seria removida logo de cara.

As empresas privadas já demonstraram não ter interesse em abandonar a censura, tanto por questões comerciais, quanto por questões de opinião pública.

O CEO cita como exemplo o time de Rubgy da Toyata, que foi “retirado” de um campeonato porque um de seus jogadores foi pego fumando no vestiário.

Esse tipo de medo da opinião pública é apenas uma parte dos problemas que envolveria a remoção da censura, onde algumas empresas poderiam perder parcerias por adotar uma política mais liberal, fazendo com que, mesmo permitido, não houvesse mudanças no mercado.

 

Outro fator que poderia pesar nessa questão da remoção da censura, de acordo com o CEO, seria a influencia dos estúdios de filmes pornôs.

Boa parte dos atores/atrizes que aceitam esse tipo de trabalho não estão ali por vontade própria, sendo que existe até certos movimentos de atrizes japonesas pedindo para que seus vídeos sejam deletados, e assim elas possam ter uma vida segura depois de se afastarem da indústria.

Com a possibilidade de vídeos sem censuras existir, e da flexibilidade dos atores em negar isso, os estúdios teriam que lidar com ainda mais problemas, onde escândalos e processos por forçar, ou pressionar, os atores a aceitarem tais condições de trabalho surgiriam com frequência.

Por fim, o CEO ressalta que essa discussão ainda está no inicio, e que as mudanças que a censura no país poderão sofrer ainda são vagas, principalmente sobre até que ponto isso poderia ser efetivamente aprovado.

Relacionado

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.