Araburu Kisetsu no Otome Domo yo #03 a #04 – Impressões Semanais

Cá estamos nós, mais uma semana para falar de Araburu, dessa vez com dois episódios porque eu estava meio morrendo semana passada e acabou enrolando tudo.

Seja como for, o anime continua mantendo para mim uma boa dosagem entre a comédia e o desenvolvimento das personagens.

No terceiro episódio tivemos mais uma garoteada do menino Izumi, que não satisfeito em assistir pornô com som alto e porta semi-aberta, agora também guarda blu-rays (internet é coisa do passado) em capas de filmes clássicos da cultura popular e ainda larga eles em cima da mesa para qualquer um achar.

Porém, mesmo que tenha dado para dar algumas risadas com essa cena, eu achei legal a forma com o Izumi tem consciência de que a Kazusa se machucou no passado, e pode ainda estar sendo machucada pelas outras garotas no ensino médio.

Não me parece que ele entenda que é o motivo dessa perseguição, mas ao menos já é um uma passo a menos para ficarem enrolando mais para frente.

Não o melhor protagonista do mundo, mas não é uma batata em relação a sentimentos.

Outra coisa que me chamou atenção no terceiro episódio foi o surgimento do professor responsável pelo clube. Eu tinha certeza que ele era um aluno, porque a aparência dele não lembra quase nada de um professor , parece mais um daqueles personagens sérios que usam óculos (será que rolou um medo de polêmica no character design dele?).

Mas ok, ele é um professor e acabou sendo escolhido para aconselhar o clube das garotas.

Eu, particularmente, não gostei muito da ideia. Esse negócio de professor e aluno é complicado, e não dá para comprar uma química legal entre os dois.

Quem sabe se focarem um pouco mais na aprendizagem da garota, e não propriamente no romance, eu simpatize mais com eles, mas por enquanto, acaba sendo um casal neutro para mim.

Arrumaram um conselheiro ao menos.

Por final, temos outra cena dramática entre o Izumi e a Kazusa para fechar o episódio, que não é lá assim tão dramática. É interessante ver os dois falando sobre esses eventos envolvendo sexo sem tanto constrangimento, mas o que a Sugawara falou para Kazusa acabou voltando de uma forma bem estranha.

O detalhe de que sexo e amor são coisas diferentes era importante para não deixar a cabeça da Kazusa tão bagunçada com ficou.

Nessa cena em questão, me pareceu bem exagerado ela desacreditar nos sentimentos do Izumi por ele dizer que não tinha desejado ela de forma sexual.

Como a própria Sugawara tem consciência dessa diferença, eu espero que a autora volte ao assunto e corrigia essa perspectiva que a Kazusa criou, ou até mesmo faça a personagem entender por si mesma que uma coisa não está diretamente ligada a outra, como acabou sendo o final do episódio com ela fugindo com aquela história de “três tigres triste” que eu nem entendi.

Bugou a coitada.

Já o quarto episódio começou com uma surpresa interessante, com a Sonezaki tendo trocado de visual. A mudança, talvez, tenha sido um pouco rápida se levar em consideração a relutância dela em aceitar os padrões e apelo sexual que as outras garotas tinham.

Mas todo mundo tem interesse em se sentir bem, e daria até para forçar um pouquinho dizendo que a personagem é humana por justamente ceder a essa pressão social, então no geral foi positivo para mim.

O que eu não gostei foi da história do manuscrito de cinquenta páginas.

O manuscrito em si não é o problema, o problema é que as coisas foram muito fúteis para o meu gosto. A garota pediu para o cara escrever cinquenta páginas sobre o que gostava nela. Ele começa o texto enchendo linguiça, e depois entope várias páginas com “fofa/bonita” e a garota ainda caiu nessa! Sério?

Faltou romantismo ali para mim, com alguma coisa que realmente fizesse sentido para Sonezaki e não resumisse tudo em uma única palavra que qualquer um diz.

Talvez a ideia fosse justamente mostrar que o garoto no fundo é um dos exemplos de futileza que a Sonezaki tanto temia, mas poderia tentar vender melhor essa imagem de garoto bonzinho com segundas intenções, ao invés de só jogar um flashback trágico com um resolução dessas.

Cadê a Sonezaki pistola chamando geral de porco?

Dando continuidade ao episódio, temos finalmente um pouco mais de atenção para a Momoko e o seu par romântico.  A situação dela, como a Kazusa mesmo falou, é bem clichê de romance, com o garoto tendo interesse nela bem antes dela saber.

Vamos ver como as coisas vão se desenvolver a partir da ali, principalmente pela conversa que a Momoko tem com a Kazusa no escorregador, onde ela parece meio que se cobrar por gostar de alguém.

Algo me diz que pode sair até um plot twist yuri em cima dessa relação de amizade entre as duas, mas como não tem nada claro ainda, é melhor não sair fazendo suposição forçada.

Vamos ver o que sai…

Para finalizar esse texto, que já ficou grande até demais, o gancho final do anime é em cima daquilo que já era meio óbvio que fosse acontecer pelo terceiro episódio.

A aproximação do Izumi com a Sugawara poderia acabar criando alguns maus entendidos, e até mesmo levando o próprio Izumi a criar um certo interesse pela Sugawara.

Considerando que a Kazusa acaba sempre agindo por impulso e tirando satisfações com o Izumi, pode ser que ela resolva isso mais facilmente, mas pode ser interessante surgir algum desentendimento entre o grupo e forçar um pouquinho mais dos personagens.

Vamos ver como fica na semana que vem.

Extra

Teoria…

Acho que o garoto que está atrás da Sonezaki não leva ela a sério e está apenas querendo se aproveitar de um “alvo fácil”. No final, vai ser essa Gal quem vai ajudá-la a perceber o problema.

Foi perguntar uma coisa e acabou e um lugar totalmente diferente.

Alguém acreditou nisso?

Nem Totoro escapou dessa.

Me parece desculpa de lolicon.

 

Nota do editor (Marco):

Como nem todo mundo pode virar membro do canal e me ver surtando ontem na Live semanal deles com os 18 animes que estou acompanhando. Vou deixar uma prévia da minha reação com a troca de visual da garota que tive no twitter.

Fora isso, discordo do Marcelo (texto acima) quanto ao manuscrito, o clichê seria o cara milagrosamente conseguir descrever um bando de coisas sobre ela em absurdas 50 páginas e impressionar, mas claramente a mente dele é incapaz de criar algo elaborado assim do nada, então o que ele fez, por mais simples que seja, bateu bem com o personagem apresentado. Fora que ele já demonstrava interesse nela antes da mudança atual.

Em geral a cena da carta me comprou fácil, principalmente devido ao fato de que até agora a garota só sofreu críticas dos outros na classe, então com certeza, por mais fútil que seja, alguém fazer totalmente o oposto teria um baita efeito nela. Em suma, não vi problemas na coisa toda, achei até legal.

 

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.