Sword Art Online 3 Alicization #18 |Impressões Semanais

Depois do gancho executado semana passada, Sword Art Oline nos presenteia com um episódio que eu diria que é interessante… Mas sem emoção alguma. Para ser sincera, eu esperava que o diretor modificasse um pouco a luta entre Eugeo e Bercouli.

Por quê? Porque ela é uma quebra de expectativa que funciona melhor na novel por causa dos monólogos internos dos personagens, que acaba dando uma nuance a mais ao momento, mas para a animação, que o foco maior é o que esta em tela, não é tão funcional.

Porque não consegue transmitir tensão, ou qualquer outro tipo de sentimento, que acabe prendendo o espectador. Por isto que quebras de expectativas são um tiro no escuro, até para a narrativa de um livro, porque é um recurso bastante 8 ou 80.

A narrativa de um livro, filme, animação, etc; funciona a base de estímulos que vão apontando para determinados desenvolvimentos ou ações. A quebra de  expectativa é quando os estímulos dado pela narração vão para um caminho totalmente diferente do que ela indicava.

O que pode criar duas situações: a quebra levar para um momento que era tão inesperado, que por isto impacta o espectador, ou um momento que acaba com toda a tensão e emoção gerada, que foi o que ocorreu com este episódio de SAO.

Tá, eu gostei , mas cadê o resto? Falta ódio no teu coração Kawhara

Compreendam que a criação de expectativas é natural, assim como esperar que  estas probabilidades, pressupostos ou promessas feitas no enredo se tornem concretas (ou seja, que a narrativa corresponda ao que ela estimula). E quando estas expectativas não são satisfeitas, sentimo-nos revoltados ou frustrados.

Por isto a quebra de expectativa é algo tão complicado em um roteiro, porque tem que conseguir o inesperado, mas suprir os anseios que foram gerados no leitor ou a coisa toda desanda.

A situação gerada foi interessante porque ela conota algo que vem sendo discutido de forma sutil no enredo, que é a adaptabilidade das inteligências artificiais. Quando as IA’s presenciam uma reação inesperadas, elas meio que se travam por alguns instantes e não conseguem sair daquilo sem um estimulo externo.

O que é percebido na situação da Alice com o Kirito, no qual este precisou ajudá-la para progredirem, porque a garota nunca havia feito, ou visto algo como o que ele estava fazendo para subir as paredes da torre, e ficou meio inerte por causa disso.

E a desse episódio com Bercouli  não conseguindo cogitar que o Eugeo pudesse realizar um ataque daqueles,  usando recursos do ambiente ( provável novidade para ele?) e nem que ousaria abandonar a espada por alguns instantes em um movimento meio suicida (algo inconcebível?).

O que culminou no resultado de ser superado pelo garoto, e derrotado por esperar que o inimigo tivesse reações, ou ações, semelhante a pessoas que ele já havia derrotado, o que inicialmente o Eugeo estava fazendo até ver que precisaria arriscar mais.

Comandante a trocentos anos, mas nunca viu um truque desses, tsc

Praticamente, os cavaleiros não tem a habilidade de “improvisação” bem desenvolvida. Sendo isto que o Rath esta querendo aperfeiçoar nos habitantes de Underworld, a alta capacidade de tomada de decisões em momentos críticos.

Aprimorar o raciocínio rápido de analisar a situação e, através de informações já possuídas, ou recém adquiridas, criar métodos alternativos para resolver um problema, ou sair de um cenário complexo.

Mas não quer dizer que elas já não possuam capacidade de se adaptar, pois, como o demonstrado, conseguem aprender e com o tempo, provavelmente, vão conseguir a flexibilidade humana de se moldar melhor mediante novas situações.

O que já pode ser mais notado no Eugeo,  contudo, é um desenvolvimento problemático porque esta vantagem adquirida mediante os ensinamentos de mestre Kirito gerou a famosa sensação de que tudo foi fácil demais, o que deixa o episódio anti-climático.

Apesar que no fundo eu acredito que o Bercouli não usou todo o seu potencial na luta, principalmente por verbalizar que não  acreditava tanto na igreja, então acho que, subconscientemente, ou premeditadamente, não quis lutar realmente para matar.

Outra parte interessante do episódio foi o aparecimento do personagem random que, sinceramente, quase me fez rir. Não aprecio o design bizarro, ou trash, e ele ser praticamente um bobo da corte não me ajudou a levá-lo a sério.

Vilão normal ou Badass pra que? Vamos fazer um palhaço, as crianças vão adorar…pera…

Não é um defeito ter este tipo de personagem em uma ficção, Curinga que o diga, mas dada a seriedade do enredo, opto por algo mais coerente, pé no chão e menos caricato. Caracteres como Chuldelkin costumam ser extremamente exagerados, forçados e muitas vezes também acabam sendo fúteis e vazios em determinadas obras.

Contudo, ele dizer que achou um substituto melhor para o Bercouli acaba incentivando o público a querer ver o que vai se suceder com o loiro, porque, provavelmente, este vai ser levado pelo bobo para se tornar um cavaleiro contra a sua vontade.

Além disso, mesmo que por poucos frames, foi legal ver mais um pouco da interação entre Alice e Kirito, sendo que é impossível não comparar o evento dos bolinhos com alguns momentos de Aicrand, no qual Kirito e Asuna compartilhavam comida.

Inclusive, o comportamento de Alice de hostilidade confere muito com as reações iniciais da namorada do protagonista antes deles desenvolverem um relacionamento mais intimo e próximo.

Só que esta construção destoa muito da intenção da espadachim de querer matá-lo, porque parece que ela esqueceu que quem está consigo é um inimigo, e a aliança é algo temporária.

Então acho que uma reação mais séria e fria ao protagonista, mesclado com pequenos momentos de reflexão, seria mais indicado, do que o que é presenciado, uma amistosidade quase que milagrosa gerada apenas por alguns instantes de cooperação.

Alice esta sorrindo por causa da satisfação do inimigo com sua comida? SAO Logic 10/10

Se pelo menos a aliança deles acabasse perdurando por um tempo maior, esta diminuição na hostilidade que é aos poucos suplantada por uma empatia e vinculo de amizade surigido na dificuldade seria compreensível.

Alice praticamente esta deixando de o ver como um criminoso e esta o aceitando. Mas o desenvolvimento é muito rápido para ser digerido como algo coerente.

Mas vou dar um desconto a escrita brusca, pelo momento em si que é legal, já que vemos um lado não tão amostra da Alice, que é o zombeteiro e brincalhão e, sinceramente, já esperava que ela não fosse realmente tão carrancuda e séria.

E vou ser sincera, queria mais dessas demonstrações do lado bem humorado dela, porque é interessante ver que a personagem não é um ser robótico com uma conduta única, mas que possui outros lados em sua personalidade.

Ademais, o momento em si também serviu para criar um pequeno gancho, já que sem querer o protagonista soltou o nome da irmã dela, o que provavelmente ascendeu algum fragmentado na memória de Alice.

O que conota que seria mais que possível o Kirito ter conseguido algo semelhante na sala onde se enfrentaram, apenas citando fatos do passado e incitando a dúvida, o que também implica que ele poderia ter evitado a queda e outros empecilhos como ter que subir a torre pelo lado de fora.

Mas agora é esperar pra ver como vai desenrolar os eventos deste episódio, e peço para que um clímax mais interessante venha sendo construído, depois de todo este banho de água fria com o tio bem conservado com uma ação tão anti-climática.

Nota do autor: 3/5

#Extras

Meu oji-san interior não deixa…

de admirar tamanha fofura…

e talento…

Idolatrem esta deusa!!!

Sirlene Moraes

Apenas uma amante da cultura japonesa e apreciadora de uma boa xícara de café e livros.