Hanebado! #13 – Impressões Finais

Carregando as expectativas de ser uma das grandes surpresas da temporada, Hanebado! conseguiu me impressionar bastante nos seus primeiros episódios, trazendo uma atmosfera promissora, que poderia ser o palco de uma grande história de superação/motivação.

Os episódios foram passando e, por mais que houvessem momentos que fizessem valer a minha empolgação, as coisas foram caminhando lentamente para um lado frio, que eu não apreciei tanto.

Com o final do anime, a sensação que fica é a de que ao menos uma parte do potencial que a obra poderia ter acabou ficando para trás, em meio as diferentes fases da Ayano e sua relação com a mãe, assim como, um dos pontos mais fortes que o anime se propunha a ter, no caso, a superação e perseverança da Aragaki, se tornaram apenas uma versão “emotiva” do que já vimos em muitos outros lugares.

Aquela autocrítica sutil.

Acho que no caso de Hanebado!, e em especial desse final, seria interessante dividir as coisas em seus devidos aspectos.

A primeira questão ficaria por conta da parte técnica, não somente da animação, mas da direção usada para tentar trazer drama ao jogo.

Eu achei bem legal a forma como tentaram mudar um pouco o estilo abordado no emocional/psicológico das jogadoras e trazer um diferencial para a partida.

Essa jogada, usando apenas palavras na tela, é bem comum, mas não deixa de ser algo que acho que funcione bem para expressar o peso dos acontecimentos ali.

Terem tirado todo o som e deixando apenas a respiração ofegante das garotas, junto dos batimentos cardíacos, faz com que as cenas tenham uma cara própria, ainda mais por carregarem um estilo de animação diferente, com aquela falta de cores e uma certa sensação de vazio.

Isso cria um identidade bacana para o grande jogo final, tirando ele de “apenas mais um jogo bem animado da série”, para algo próprio, representando bem o mundo particular em que as duas protagonistas se colocaram naquele momento.

Ficou legal esse estilo.

Por outro lado, quando olhamos o jogo em si, e não apenas o visual, a sensação que me deu foi a de que as imagens não correspondiam ao que estava sendo apresentando, não no sentido de ser confuso as jogadas, mas sim por faltar a intensidade que a direção queria trazer.

As jogadas da Aragaki perderam aquele tom sério, e a grande virada da Ayano, revelando ser ambidestra, acaba sendo apenas um detalhe adicional em meio os diferentes comentários expositivos que a plateia fazia.

O joelho machucado, que poderia ser mais relevante aquela altura do campeonato, também não toma muito destaque, ficando apenas como um lembrete obrigatório da situação da jogadora, para então levar a o resultado final com a raquete da Ayano no chão e a declaração da vencedora.

 

Podia até ser o grande mérito do final, mas infelizmente também não consegue sobressair muito

A Aragaki vencer não é algo que me incomode muito, mas admito que se tivessem dosado melhor as capacidades da Ayano, teria ficado bem mais condizente, principalmente se não tivessem adicionado o problema no joelho, apenas para deixar ainda mais extravagante toda a superação que ela precisava passar. Porém, o que realmente me deixou um pouco decepcionado, foi a derrota da Ayano para si mesma.

Ela começa a se questionar sobre os porquês de ter voltando a jogar badminton, e sobre o que estava fazendo ali, apenas para perceber que vencer a Aragaki era seu objetivo.

Aquela personalidade competitiva era a verdadeira Ayano, como o próprio final mostra, mas eu ainda esperava que houvesse um desenrolar mais interessante para as atitudes dela, do que apenas esse reconhecimento fácil.

Isso fica ainda mais frustrante quando ela se reencontra com a mãe e, basicamente, esquece de tudo o que disse até ali.

Ela recusar a viagem mantém um pouco do “eu vou abandonar minha mãe” valendo ali, ou pelo menos fingindo que estava valendo, porque, do meu ponto de vista, esse abandonar não seria apenas um recusa de viagem, mas sim a completa indiferença da mãe dela na sua vida, mas seja com for, o que estou querendo dizer é que, até mesmo dentro desse clichê questionável que o anime caiu, ainda falta intensidade nas coisas, porque não houve um conflito verdadeiro entre as duas para que esse perdão fizesse valer a cena.

A Ayano não trocou palavras com a mãe, e depois de perceber seus verdadeiros sentimentos, durante o jogo com a Aragaki, simplesmente perdoa a Uchika até certo ponto, sem grandes dificuldades, o que torna uma ideia que já não era boa, ainda menos interessante de assistir.

A cena com a Elena até tenta dar uma salvada em tudo, mostrando que o verdadeiro apoio da Ayano foi ela, só que no ponto em que a história estava, isso não chega a ser um ponto elogiável.

“Ué, não era para dar ruim para mim?”

Como uma qualidade técnica acima da média, Hanebado! deixa escapar a chance de marcar a temporada, por apresentar decisões estranhas ao tentar levantar seus momentos de drama.

Isso não significa que o anime seja ruim, muito menos que não valha a pena. Existem jogos bem feitos, com um ótimo equilíbrio entre esforço x recompensa, mas é inevitável dizer que existe um exagero, ou melhor, falta de um bom uso para o drama da Ayano, e como isso acaba se relacionando na história.

Para quem buscava um bom anime de esporte, Hanebado! não faz feio, mas caso vá com o intuito de encontrar um bom drama, ou não tenha tanta paciência para o uso descontrolado do mesmo, pode ser um pouco complicado aceitar certas decisões e personagens apresentados.

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E você, que nota daria ao anime?

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Extra

Ayano fofa é a melhor Ayano.

O grande dilema da Ayano…

Uma pena os rumos óbvios que o anime tomou lá no início, e ainda não conseguir fechar isso de um jeito melhor. O problema nunca foi a Ayano em si, mas a forma como a mãe dela se relacionava na história.

Podemos oficializar a Riko como melhor personagem, né?

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.