Koi wa Ameagari no You ni #12 – Impressões Finais

Assistir Koi wa Ameagari no You ni foi uma experiência bem satisfatória do início ao fim. A cada semana o anime trazia uma cena que conseguia deixar uma impressão positiva, tudo isso graças a uma direção competente, aliada a uma trilha sonora bem encaixada.

O anime finalmente acabou, e por mais que, na minha opinião, tenha sofrido uma leve queda nesse final, ainda se mostrou uma obra que vale muito a pena ser acompanhada, principalmente para quem procura um drama mais maduro.

Uma experiência que pode ser bem inspiradora.

Como cheguei a comentar nas impressões da semana passada, o maior “problema” nessa reta final de Koi wa era o drama com a desistência da Tachibana. Não que o drama em si fosse o problema, mas sim a forma como ele tomou um ar de “indiferença” nesse processo.

Se tirar o fator waifu da jogada, acredito que a maioria, para não dizer todos, diria que o melhor personagem do anime foi o Gerente. De fato, ele conseguiu se mostrar um ótimo personagem, sempre carismático e ainda entregando um bom drama sobre sua vida, causando uma empatia bem forte em quem já é formado, ou simplesmente está aí, perdido nos rumos que a vida adulta tenta criar.

O encerramento dos problemas da Tachibana foram bons, trazendo um carga emocional positiva sobre a sua situação, mas ainda não alcançaram, ao menos para mim, um peso que marcasse o final do anime, onde justamente você espera algo mais impactante.

A briga com a amiga pode até servir de gatilho para o seu desenvolvimento, que novamente, digo que não foi ruim. Ela teve sua evolução, retomando a motivação que havia perdido e tudo mais, porém, não conseguiu apresentar um nível de complexidade tão profundo como foi com o Gerente, porque… Bem… É uma apenas isso, uma briga entre amigas.

Mas fico feliz que ela tenha percebido que não precisa abrir mão da corrida.

Junto disso, o final também traz a resolução para uma dúvida que foi levantada na sinopse do anime: Eles vão ficar juntos?

Desde o início o anime tentou deixar evidente que a relação entre os dois era um pouco mais complexado do que apenas formar um shipp qualquer. Claro, a história vende bem essa ideia, principalmente nas fases iniciais, onde a Tachibana se mostra bem agressiva sobre o que sente, mas a medida em que o anime vai entrando no desenvolvimento dos personagens, ele começa a expor que o relacionamento deles é mais de dependência, do que amoroso, em especial, a Tachibana.

O Gerente via ela como um lembrete do passado, e das memórias de uma época que desejava voltar. Em momento algum ele passou a sentir algo a mais pela Tachibana, e a amizade que se formou entre os dois é a prova disso. O Gerente aprendeu a encarar essas memórias e, em conjunto com os acontecimentos seguintes, também conseguiu dar um seguimento para sua vida, e retomar o hobby que tinha se tornado sua punição.

O mesmo aconteceu com a Tachibana, e ela passou a ver o Gerente como um porto seguro, seja pela forma carinhosa como ele a tratou em uma fase difícil, ou como uma maneira de dar um novo objetivo para sua própria vida.

É só lembrar das alfinetadas do Kase.

Esse tipo de relação entre os dois foi sendo cada vez mais estabelecida, ao ponto onde o romance ali realmente virou um adicional, e tudo girava em torno de vê-los dando o próximo passo em suas vidas, como aconteceu no final.

Lógico que existiam maneiras de melhorar, ou deixar o encerramento mais completo, porém, o anime entregou exatamente aquilo que vinha prometendo da metade em diante, e fez isso da maneira característica de sempre, mostrando um abraço “mental” – que me pareceu até mais paterno, do que romântico –, onde os dois prometem se encontrar depois que suas promessas fossem alcançadas.

Para quem buscava um final mais romântico, isso pode ter sido um pouco decepcionante, mas dentro do que foi proposto, o último episódio consegue ser bem satisfatório, encerrando de forma um pouco “aberta”, mas que deixou claro os rumos positivos que cada um vai tomar, graças as mudanças que a relação entre os dois criou.

E fica para o futuro, e nossa imaginação, saber o que esse encontro poderia resultar.

Para finalizar, e aproveitando o clima de metáforas que o anime criou, Koi wa foi como uma trilha para apreciar o pôr do sol, onde o caminho para chegar até lá acaba sendo mais recompensador do que a paisagem final.

A qualidade técnica da obra merece destaque, conseguindo pontuar bem cenas chaves, e transmitir os sentimentos e emoções necessários para se aprofundar cada vez mais na vida dos personagens. Claro, não é livre de problemas, mas de maneira geral, se mostra uma ótima opção dessa temporada.

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E você, que nota daria ao episódio?

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Extra

Resumo perfeito do que foi a relação deles.

O anime até que tentou entregar romance, mas…

Não tem muito como comprar o romance entre os dois a essa altura do campeonato. A ideia parecia dar um service para quem queria ver uma casal fechado, mas isso também não funciona, porque a relação, mesmo sugestiva, ainda fica em aberto, e a importância é quase nula, então acaba sendo apenas um drama meio forçado, tentando criar um desfecho para os sentimentos da loirinha.

Anime deu uma leve mancada nesse quesito.

Depois de encaixar o Kase como um belo babaca em um dos episódio iniciais, a história simplesmente ignorou ele e passou a deixá-lo como um personagem secundário sem grandes importâncias.

Ele não demonstrou mais interesse na Tachibana, ou continuou com as suas provocações a respeito dos verdadeiros sentimentos dela em relação ao Gerente.

No final, um personagem que poderia trazer bons cliffhanger acabou sendo esquecido, e ficando meio aleatório na história, já que o anime não se preocupou muito em dar continuidade, ou encerar de forma clara a participação dele no drama.

Gostei dela voltar a considerar a corrida, mas nem tanto da volta da amizade.

Parecia mais interessante deixar as duas separadas… Meio que desconstruiu aquele desenvolvimento que o Gerente mostrou ao reencontrar o amigo, e provar que a amizade pode durar até mesmo depois de uma separação daquelas.

A cena do abraço foi legal, mas eu ri muito do jeito que ela correu, e deu essa cabeçada no peito dele.

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.