Darling in the Franxx #10 – A visão de um mundo melhor | Impressões Semanais.

Darling in the Franxx vinha trazendo bons episódios, mas parecia um pouco receoso em como seguir com a história. Uma informação solta ali, outra nuance sobre o que estava acontecendo aqui, e assim foi levando tudo embrulhado na velha questão de que Hiro precisava pilotar com a Zero Two, e que o companheirismo entre os pilotos era importante (A metáfora dos pássaros que foi repetida algumas vezes).

Eu ainda não concordo muito com algumas decisões do roteiro, principalmente quando ele demonstra ter capacidade para fazer melhor, e mesmo assim acaba optando pelo “convencional”, mas esse décimo episódio conseguiu retomar a minha atenção, que tinha diminuído muito depois daquele sexto episódio, e me fazer esperar algo grande vindo pela frente.

Um pouco mais de ambientação para história.

Para quem não é muito fã de personagens passando o tempo conversando, esse episódio pode ter sido um tanto quanto parado. Tudo gira em torno do Zorome, e do seu encontro com uma das adultas que vivem dentro da cidade. A conversa entre os dois é muito bem orquestrada, e consegue transmitir bem as informações sobre as cidades, e os novos costumes que a humanidade aderiu.

Para falar a verdade, todo o episódio foi construido de uma maneira que me agrada bastante. Existe todo um desenvolvimento do mundo, do enredo, e do que está acontecendo ali com as pessoas. Eu gosto muito disso em histórias, e esse episódio de Darling conseguiu distribuir bem essas informações sem te levar pela mão, forçando o espectador a ir juntando os pontinhos para entender como funciona a mentalidade dos adultos, e o que é a dita “diferença” que o esquadrão do Hiro tem.

O mais impressionante em tudo, é que esse abordagem ainda consegue desenvolver um dos personagens mais irritantes, deixando ele com um ar mais maduro e até forçando um pouco de empatia sobre a relação dele com a mulher que conheceu.

Deu quase para esquecer todos os momentos de arrogância.

De forma simples, ficou bem legal a maneira como usaram ele, um dos mais entusiastas sobre os adultos, para ir percebendo esses pequenos pontos sobre a diferença de hábitos que têm. Como a Zero Two mesmo apontou, as cidades não tem vida, tudo lá é padronizado e automatizados. As pessoas recebem sua dose de felicidade, se alimentando apenas do necessário, e passam o seu tempo sem se comunicar, já que isso é algo “desnecessário”, em termos gerais.

O discurso inicial do Conselho de Elite deixa claro que a humanidade tem buscado uma uniformidade em tudo, a dita “igualdade”, mas ao pé dá letra, onde chegaram ao ponto de cobrir os próprios rostos.

O Zorome acaba caindo bem ali, por justamente ser um dos mais energéticos e espontâneos nesse aspecto, que acaba contrastando bem com as barreiras que ele vai percebendo ao interagir como a mulher. Para um personagem tão fissurado na vida de adulto, esses pequenos indícios de que as coisas não são tão boas assim, podem vir a ser uma oportunidade de transformá-lo na chave de algum evento futuro, e deixar as coisas ainda mais interessantes.

Fica o místerio sobre ela ter terminado a frase, ou não.

De maneira geral, não dá para dizer que foi uma grande referência, ou crítica social sobre certos conceitos, padrões, ou qualquer coisa do gênero, mas parece ter sido um bom passo em direção a algo mais elaborado, que consegue justificar bem essa necessidade de mostrar tanto como as crianças vivem e se relacionam.

Não dá para garantir que o anime vá explorar mais esse aspecto, mas por enquanto, o décimo episódio consegue dar um bom gás para a temática que a história parece buscar, principalmente para quem espera algo além de “um simples anime de mechas”

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E você, que nota daria ao episódio?

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Extra

Mas ainda estariam vivos?

Será?

Zero Two precisando fazer exames, as crianças pegando fragmentos de informações, próximo estágio… Só observando essa treta…

Eu gosto muito dessa temática de distopia/utopia com um lado de entorpecer os sentimentos… Não me decepcione, anime ;-;

Seria ela a mãe dele, ou só alguém que “cuidou”?
Eu pensava que eles eram feitos e pronto, mas do jeito que fizeram aqui, faz parecer que dá para existir uma relação de mãe e filho.

 

Deu até dó.

Dúvida.

Ela estaria questionando a própria aparência no espelho, ou verificando o progresso de alguma possível transformação? ( que justificaria os exames que citaram)

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.