Kujira no Kora wa Sajou ni Utau #05 – Impressões Semanais

Continuando sua narrativa de forma dinâmica, Kujira entrega outro bom episódio, onde encaixa mais algumas boas explicações, além de preparar o terreno para um futuro confronto.

Admito que esperava algo um pouco mais épico em cima da solução para o suicídio em massa, que acabou sendo resolvido sem grande problemas, ou muita resistência, terminando tudo com o conformismo do Conselho após ver as ações da Lykos e do Chakuro.

Mas isso não significa que tenha ficado ruim.

Mais uma vez, Kujira mostra que não gosta de perder tempo segurando o seu enredo. Nos primeiros minutos, o anime já te introduz a muitas das resposta que queríamos depois do final do último episódio.

O que era aquela “cadeira” gigante? Como ela influenciava no comportamento da Baleia? E qual seria o método usado para afundar a ilha com todos dentro?

Essas perguntas são respondidas nos primeiros minutos, sem apelar para aquela enrolação de ficar criando cortes dramáticos e alongando o enredo, apenas para ter um bom gancho no final do episódio, o que demonstra uma certa qualidade para a história, já que não precisa se apoiar em um único elemento, no caso, o controle de informações, para prender a atenção dos espectadores.

Talvez, o maior problema aqui, ao menos para mim, tenha sido a falta de um boa direção para aprofundar os dramas do início.

Faltou um pouquinho de timing, talvez…

Eu não sou muito de me incomodar com esses aspectos técnico, mas a cena do encontro entre o Conselho, e o grupo que estava indo impedir os seus planos, não me passou muito emoção.

Eles apelaram para aquele famoso “nãããão!” extensivo, junto de uma tentativa de brutalizar a cena, com os líquidos espirrando no rosto da Neri, mas aquilo não trás o peso que os eventos sugeriam ter.

De fato, as imagens podem passar uma sutileza da violência empregada ali, mas aquelas cenas representavam o início do extermínio dos habitantes da Ilha, algo que carregava um drama bem mais elaborado, segundo o gancho do último episódio.

A Lykos gritou, os arqueiros atiraram, o Nous também gritou, mas minha sensação foi de que tudo apenas aconteceu. Talvez por questões de tempo, não foi possível dramatizar um pouco mais em cima daquilo, criando alguns ângulos mais sofisticados e passando sensação real de desespero que a Lykos sugeria.

Essa falta de intensidade, também acabou se estendendo para a continuação das cenas, pelo menos quando diz respeito ao comportamento do Conselho.

Pode ser que meu hype em cima do episódio estivesse um pouco alto (o que nunca é bom, diga-se de passagem), mas de maneira geral, as coisas parecem se resolver de forma muito prática.

Até entendo que, mesmo escolhendo o suicídio em massa, poderia existir pessoas dentro do Conselho que tinham um certo receio em morrer, como foi mostrado antes.

Mas as coisas se acertam de um jeito bem rápido, fazendo parecer que qualquer desculpa dada seria aceita, e eles mudariam de ideia. O Chakuro apresenta o discurso de revolta, acentuando alguns pontos interessante sobre eles estarem pagando por “pecados” que foram decididos pelos seus antepassado, e que, não necessariamente, significaria que eles eram maus, ou estavam errados por viver daquela forma.

Essa questão deveria entrar com um gatilho para forçar um questionamento em cima do conservadorismo do Conselho e suas políticas extremas de pagar pelos pecados que foram empurrados para eles, mas a ideia acaba sendo um pouco banalizada pelo contexto das cenas.

O Conselho abre mão do seu “melhor” plano vendo o altruísmo de uma personagem que, a segundos atrás, era tratado como um potencial inimigo, como o líder mesmo diz, sem grandes esforços.

Não estou dizendo que foi ruim, e que não tenha gostado de como foi executado, mas do meu ponto de vista, faltou algo ali que pudesse dar uma maior intensidade para o problema, além de uma flecha na perna e um discurso inspirador.

Diria que faltou poder de argumentação por parte do Conselho.

Após a solução dos problemas relacionados ao Nous e o suicídio em massa, o episódio da uma esfriada, mostrando o que seria uma espécie de epílogo, onde o Suou foi libertado e recebeu sua posição de volta, além de herdar os assistentes da Taisha para começar seu mandato como Chefe da ilha.

Depois disso, a Lykos começa mais um dos seus discursos expositivos apresentando informações importantes sobre o mundo, e como as coisas funcionam do lado de fora da Baleia.

Dentre eles, o que mais me chamou atenção foi a confirmação de que o Império é apenas um dos países que existem ali, sendo o único, aparentemente, que tem interesse em destruir as Baleias, o que dá uma certa esperança para o futuro dos habitantes.

Acompanhado dessas novas possibilidades, temos o discurso do Suou sobre se defenderem do Império e encontrar um país que possa aceitar eles como são, sem sofrer o risco de um genocídio. Essa parte é interessante, por que cria algumas expectativas sobre o possível confronto que vá surgir disso.

Ouni aparecendo como uma boa tsundere para dizer que vai ajudar, a Neri e seus mistérios, e até mesmo a silhueta de uma personagem diferente, deixam boas nuances sobre o embate que pode acontecer, já que os habitantes do lugar nunca foram especializados em combate.

Resta agora saber se isso vai ser bem executado, e se vão continuar mantendo o bom nível da narrativa.

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E você, que nota daria ao episódio?

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Extra

O anime tem focado mais nos conflitos externos, porém, ainda existe a questão deles morrerem cedo, e todos os mistérios envolvendo o Thymia.

Parece que alguém ganhou um harém.

De maneira geral, a cena foi boa.

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.