Danganronpa – Trigger Happy Havoc – Review

(Aviso: Review livre de spoiler)

Classificação: All ages
VNDB: 8.07   EGS: 82        Duração: 25 horas
Lançamento japonês: 2010
Lançamento inglês: 2014

Antes de começar a análise de Danganronpa, gostaria de esclarecer alguns pontos. Danganronpa possui duas versões traduzidas para o inglês, uma feita por fãs e outra oficial que foi lançada posteriormente. Enquanto a versão traduzida por fãs mantem nomes e termos mais semelhantes à versão japonesa, a versão oficial adapta muitos deles e dá um “apelido” para a grande maioria dos personagens. Nesta review, pretendo utilizar os termos e nomes da versão oficial, o que pode parecer estranho para aqueles que jogaram a versão japonesa, por fãs ou mesmo assistiram o anime, mas como pretendo escrever para mesmo aqueles que não conhecem a obra, acredito que venha a ser fácil se guiar.

Introdução

Voltando ao ponto principal, a análise da vez é, como podem perceber, Dangan Ronpa: Trigger Happy Havoc, o primeiro da franquia de jogos criados pela Spike (agora Spike Chunsoft).

Na obra existe um grande colégio particular chamado de Hope’s Peak Academy, um prestigiado colégio do qual dizem que qualquer um que se forme já está com a vida ganha. Aqui, no entanto, não há um exame de admissão ou mesmo taxas a serem pagas. A única forma de ingressar no colégio é ser recrutado por eles. Mas como era de se esperar de um colégio desse porte, apenas os melhores estudantes são escolhidos, não importa o que, você precisa ser o melhor naquilo que faz, um estudante “ultimate” (ou estudante de nível super colegial no original).

Então nós conhecemos o nosso protagonista, Makoto Naegi, um dos estudantes escolhidos para se juntar ao novo ano do colégio, tendo como especialidade a sua sorte, sendo o ganhador de uma loteria feita pela instituição. No entanto, ele logo se depara como uma situação desesperadora, preso dentro do colégio e sem nenhuma forma de sair, junto com outros 14 incríveis estudantes.  É então que “ELE” faz a sua introdução. O diretor da Hope’s Peak Academy, um estranho urso de pelúcia… Não… Não um urso de pelúcia… Monokuma.

O autointitulado diretor do colégio apresenta a eles a dura realidade que se encontram. Eles devem viver no colégio pelo resto de suas vidas. A única forma de escaparem é se formarem e para isso é necessário assassinar um de seus colegas sem que os demais estudantes descubram. E assim começa a luta de Naegi para escapar desse pesadelo.

Dangan Ronpa é uma obra de mistério bem interessante e única. Apesar de haver alguns debates sobre se ele realmente é uma Visual Novel ou não, pretendo abordar aqui como se ele se encaixasse nessa categoria.

Alguns tendem a compara-lo a Gyakuten Saiban (Ace Attorney), mas os dois são completamente diferentes, cada um tendo seus próprios pontos fortes e abordagens. Danganronpa tem também uma história principal e os casos servem como degraus para que então ela seja desenvolvida. O que mais separa os dois, no entanto, é quanto à direção e narrativa. Danganronpa possui uma apresentação e estilo único, batizada de “Psycho pop”.

Desde o visual, as músicas, estilo da narrativa, história e personagens, Danganronpa é uma série completamente fundada em um estilo mais “moderno”, cômico e mesmo aterrorizante. Portanto, mais do que o mistério dos casos individuais em si, o principal destaque de Danganronpa cai sobre sua apresentação.

A proposta original do jogo era que ele seria chamado de “Distrust” (desconfiança) e envolveria a criação de laços entre os personagens, que então decidiria muito do desenrolar da obra (mas desistiram da ideia pelo jogo ser muito dark). O jogo então sofreu uma reformulação com uma ideia bem diferente do original, mas como pode se perceber acabou dando muito certo. Desistir de algo extremamente dark, para essa peculiar mistura que é a obra atual foi sem dúvida uma perfeita decisão, visto que hoje essa peculiaridade é o que define a série.

Visual

A obra é ilustrada por Komatsuzaki Rui e conta com a direção de Kodaka Kazutaka. Se for considerar a qualidade visual apenas pela qualidade do traço, Danganronpa (1) não é uma obra que possa receber grandes aplausos, mas visual vai além disso. O design geral da obra é impressionante: Os cenários contam com grande variedade de cores fortes e inesperadas, a apresentação dos elementos do jogo se dá de uma forma mais artística (como personagens completamente 2D apesar de contar com cenário 3D, o ambiente que se constrói junto ao loading, etc), tudo seguindo a temática da visual novel criada por Kodaka.

Já que estamos falando sobre a escolha de direção da série, não podemos deixar de mencionar algo bem debatido, o sangue. Para quem não sabe, o sangue na obra é apresentado da cor rosa. Muitas pessoas tomam isso como uma censura, mas isso é apenas uma escolha artística. Isso combina bastante com a temática que faz uma mistura de terror com pop, e por que não cômico?

Apesar do sangue ser apresentado na cor rosa em grande parte das vezes, existe momentos no qual ele é apresentado na cor vermelha, livre dos “filtros” da temática da jogo. Isso cria um impacto muito maior do que você ver o sangue vermelho a todo momento, ele é o tempo todo apresentação de uma forma mais artística e escolhe um momento específico para enfatizar o desespero da situação.

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Mais próximo do final do jogo há uma sala repleta de sangue vermelho. Isso provavelmente foi utilizado para destacar ainda mais aquela situação e os eventos que ocorreram ali. As mortes e execuções são carregadas de uma forma séria, mas ao mesmo tempo cômica devido às ações do Monokuma, e os eventos da tragédia ainda parecem algo distante para o jogador. Aqui, no entanto é o momento em que os produtores dão uma pausa e nos apresentam uma cena completamente limpa desses filtros temáticos, causando um impacto muito maior do que caso a obra inteira fosse tingida de vermelho.

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Trilha Sonora

A trilha sonora segue os mesmos padrões, com destaque para as músicas do Monokuma e as do julgamento. Há alguns problemas nesse momento que eu pretendo abordar em breve, mas com uma trilha sonora daquelas é fácil que as coisas fiquem bem mais épicas, além de uma boa variação entre elas que são aplicadas nos momentos certos em cada fase do julgamento. Ao escutar a trilha sonora de partes específicas, logo vem a minha cabeça “MAKE YOUR ARGUMENT”. A música tema do Monokuma é bem cômica, mas que várias vezes sofre uma transição para outra mais forte e aterrorizante, uma ação difícil de ser feita, mas que é executada de forma excelente (principalmente nos jogos futuros da franquia, mas vou me ater ao primeiro).

 

Animação

ITS PUNISHMENT TIIIIIME!!!! As cenas de execução são todas animadas e são, sem sombras de dúvidas, um show a parte. A qualidade da animação é realmente boa, ainda mais considerando que era originalmente um jogo pra PSP, mas o destaque vai novamente para o design. A ideia e apresentação das execuções são muito boas, e apesar de uma parte do seu coração ficar triste por saber que algum dos personagens será executado, a outra parte fica pulando de empolgação para ver como será tal execução. Em alguns casos e jogos você pode até mesmo querer que um personagem que você goste cometa um crime apenas porque acha que a execução dele seria interessante (já que ela costuma estar relacionada com o talento deles). Talvez essa mistura estranha de emoções seja uma grande forma de definir Danganronpa.

Sistema

O sistema do jogo é bacana, mas ao mesmo tempo consegue ser um dos grandes defeitos da visual novel.

-Exploração


Normalmente você pode explorar o mapa em primeira pessoa, analisar certos objetos e interagir com pessoas. Essa parte em si é bem bacana e não há grandes problemas, apenas quando você começa a levar em conta os momentos de juntar pistas. É possível ver quais são os objetos interativos no mapa apenas com um botão e apesar de isso ser bem útil nas fases comuns do jogo, na parte de investigação seria mais interessante se tivesse algum desafio na hora de juntar essas pistas ao invés de simplesmente ir clicando nos pontos marcados.

-Interação

A interação com os personagens, deixando de lado o Free Time, é bem pobre. Existem certas partes do dialogo que podem aparecer na cor roxa, que significa que você pode interagir e dar uma reação a certo assunto. O grande problema aqui é que isso NÃO SERVE PRA NADA. Normalmente é só uma opção, então não tem as características de “escolha” como seria no caso de haver mais de uma parte marcada dessa cor, e sequer é opcional.

Basicamente, no caso de você não clicar para interagir com essa parte do dialogo ele simplesmente interrompe o dialogo e espera que você fale novamente com o personagem até que finalmente faça a “interação”. Isso significa que independente de você clicar ou não, dá sempre na mesma. É uma mecânica forçada de tentar criar alguma participação do jogador nos diálogos, mas que no final das contas apenas tira a paciência do jogador.

-Julgamento


O julgamento é a parte principal do jogo, onde você deve desvendar os mistérios do capítulo. Durante essa fase há diversas etapas na qual as discussões progridem e cada um apresenta os seus argumentos para chegar a uma conclusão no final. Em uma dessas principais etapas, você utiliza as “truth bullet” para contestar certos argumentos e afirmações dos personagens. Isso é, você consegue utilizar uma pista para contrariar algum ponto do dialogo dos personagens. Existe outro que você tem que selecionar os devidos caracteres para formar a(s) palavra(s) que vão mudar o rumo da discussão, com uma nova descoberta ou hipótese. Também existem as escolhas simples, onde o jogo te dá 3 opções e você precisa determinar qual a correta. Essas são apenas algumas das diversas etapas do julgamento e em geral a jogabilidade delas é bem divertida.

O grande problema é que muito deles não acrescentam nada para o jogo. Em uma obra de mistério você espera que a jogabilidade envolva algum raciocínio do jogador, mas algumas delas não passam de minigames. Esse problema vai sendo solucionado nos jogos seguintes da franquia, mas o primeiro jogo é o que possui a jogabilidade mais problemática, com diversos desses minigames que apenas interrompem o fluxo das discussões.

Falando em mecânicas que fogem a ideia de “puzzle”, quem foi que teve a brilhante ideia de colocar um jogo de ritmo no meio do julgamento? A ideia é que aquilo serve pra finalizar o adversário, acabar com todas as rotas de fuga dele. Isso é até bacana, não se vê muitas vezes algo assim, já que normalmente em obras de mistério, depois de o caso ser resolvido o criminoso simplesmente se entrega. Aqui você o tem se debatendo, entrando em desespero e lutando com as suas últimas forças, mesmo que de forma irracional. Isso combina com o jogo, mas não da melhor forma possível, porque como eu disse, de puzzle não tem nada.

-Dificuldade


Para completar a problemática do sistema, nós temos a dificuldade do jogo. Você pode escolher a dificuldade do jogo logo no menu, mas o problema é que mesmo a maior delas não é nada demais. Na verdade, a dificuldade só altera o n° de vezes que você pode errar e alguns pequenos obstáculos. Ou seja, essa dificuldade não altera em nada a parte do trabalho de raciocínio do jogador. Novamente, esse é um problema resolvido nos futuros jogos, mas para aqueles que procuram uma obra de mistério desafiadora, podem se decepcionar com o primeiro Danganronpa. De forma geral o jogo é bem tranquilo, o que pode incomodar alguns. Os últimos casos em si são bem melhores, mas os primeiros são bem fáceis. Acho que podiam ter dado menos pistas porque em vários capítulos existe mais de uma que aponta para o culpado. Isso é um pouco triste porque os eventos de cada caso em si são bem bacanas, mas há muitas pistas. Outro problema é o fato de que alguns deles podem ser resolvidos simplesmente tendo em mente como uma obra de mistério funciona, ou seja, sem precisar de quase pista nenhuma, basta raciocinar qual seria a situação mais lógica, quem você colocaria como criminoso e quem executaria certas ações de cada maneira, assim como as motivações dele. Contanto que se preste atenção nesses pontos, é possível se aproximar do culpado sem sequer ter pistas. Mas bem, entender perfeitamente como cada caso aconteceu é também uma parte bem divertida do jogo, apesar de ser simples.

Personagens

Surpreendentemente, o que mais cativa diversos jogadores não é o mistério, mas os personagens. Talvez pela obra seguir um estilo e temática bem excêntrica, os personagens acabam sendo um pouco… únicos.

Como dito anteriormente, a proposta original do jogo envolve a criação de laços entre os personagens para estabelecer confiança e desconfiança, mas apesar de a ideia ter sido deixada de lado, muita coisa foi reaproveitada e remodelada, dentre elas, os personagens. O sistema em si não é tão robusto quanto o original, mas quando se trata da história, ela favorece em muito esse ponto. A história em si gera completamente em torno da ideia de confiança e desconfiança, esperança e desespero, e para que isso dê certo você precisa de personagens interessantes, com boas motivações e objetivos.

Durante certos momentos nos entramos no “Free Time”, o nosso tempo livre no qual podemos interagir com os demais personagens. É possível também comprar itens com moedas que você adquire depois do julgamento ou explorando o mapa, e dá-las de presente a algum personagem específico durante essa fase do jogo. É aqui que nós podemos conhecer um pouco mais dos personagens e ao mesmo tempo é um fator interessante pra replay, já que não é possível completar todos os personagens durante o tempo de 1 jogo só.

De forma geral os personagens são muito bons, mas justamente por isso você sente que houve certo desperdício com alguns deles. Há personagens realmente bons que acabam não sendo aproveitados tão bem, devido à duração do jogo e as mortes que ocorrem ao longo dele. O Free Time é uma ótima experiência, mas não o suficiente para satisfazer.

A obra, no entanto, possui o “School Mode” que funciona de uma forma bem semelhante ao Free Time, permitindo que você possa interagir um pouco mais com eles.

Apesar dos personagens em si serem excelentes, um problema a ser mencionado na VN é a participação dos próprios personagens. Isso porque os personagens podem ser divididos entre personagens intelectuais que raciocinam para resolver os mistérios e desenvolver a história e aqueles que praticamente apenas falam coisas erradas para serem refutados pela “truth bullet”.

Isso é algo lógico, já que muitos deles estão ali apenas pelas suas habilidades físicas, no entanto isso acaba criando certa disparidade na participação real de cada um. Isso é algo mais forte em Danganronpa 1 do que nos demais jogos da franquia, talvez pelo fato de você ter alguns personagens com talentos que de fato dão uma grande vantagem quando demanda de um maior raciocínio, mas dá o parecer de que muitos personagens foram feitos para serem os estúpidos do grupo, apenas para ressaltar a inteligência desse grupo intelectual.

Dito isto, vamos ao nosso elenco:

Ultimate Lucky Student
Sortudo de Nível Super Colegial

O protagonista da história é o mais normal dos estudantes. Em termos de personalidade, se comparado com os demais, Naegi é bem simples e clichê, nada de especial, para não dizer medíocre. No entanto, as principais características do personagem não se dão dessa forma. Analisando o de forma isolada ele de fato é o tipo de personagem que muitos não gostam, mas mais do que um “personagem divertido e interessante”, Naegi é extremamente funcional dentro do universo de Danganronpa. Ele é FEITO para essa história e não funcionaria em praticamente nenhuma outra. Pelo jogador assumir o personagem, ele acaba sendo um dos que toma o papel de “detetive”, mas esse não é o “papel dado ao personagem”.

As características otimistas e até inocentes dele são sem dúvidas a maior arma e um dos elementos de maior destaque na obra. O “jogo” montado por Monokuma necessita que os personagens desconfiem um dos outros, sejam mergulhados em desesperos e tenham o desejo de sair daquela prisão para que os assassinatos ocorram. Naegi funciona como o completo oposto disso, sendo o personagem otimista que estende a mão para os outros em uma situação desesperadora. Esse é um jogo que não basta apenas inteligência para vencer, não basta apenas vencer os julgamentos para se safar se os assassinatos continuarem a ocorrer. Naegi não é um bom personagem, nem sequer interessante, mas a forma com que ele é utilizado dentro da obra faz dele um dos melhores personagens da franquia.

Ultimate Pop Sensation
Ídolo de Nível Super Colegial

 

Sayaka é uma personagem bem amigável, além de ser a autointitulada assistente do Naegi. Ela é uma das personagens mais focada nos seus sonhos e objetivos. É interessante como eles criaram uma personagem idol mantendo alguns estereótipos, mas adicionando diversas características inesperadas para esse tipo de personagem (como o seu bordão) que faz dela alguém muito divertida de passar os free time.

Ultimate Baseball Star
Jogador de Baseball de Nível Super Colegial

Leon é um personagem bem diferente dos demais em muitos quesitos, de forma positiva. Enquanto os outros estudantes carregam o seu talento como medalhas, estampando o orgulho dessa conquista, Leon nunca quis ser um jogador de Baseball, mas sim um astro da música. Ele pode ser um pouco agressivo, mas a forma com que ele não se deixar levar pelo seu talento, mesmo que essa habilidade nata trilhe o seu próprio caminho, Leon decide seguir algo completamente diferente.

Ultimate ?????
????? de Nível Super Colegial

Diferentemente dos outros personagens, a Kyouko não revela o seu talento, permanecendo assim como a ?????? de nível super colegial. Ela é a personagem misteriosa do grupo que, apesar de não recusar completamente o grupo, ela também não faz nenhum esforço para se tornar parte dele. Não chegaria a dizer que ela é uma Kuudere, mas é possível ter uma ideia. Ela faz parte do grupo intelectual com bastante participação quando se precisa.

Ultimate Affluent Progeny
Herdeiro de Nível Super Colegial

Byakuya é o herdeiro de nível super colegial. Ele por sua vez é o esnobe que todo grupo precisa. Apesar do seu título, Byakuya alega que todas as suas qualidades são de nível super colegial e sempre vê os outros como inferiores. Como ele vê o mundo mais como um tabuleiro de xadrez, ele pode ser irritante às vezes, mas é um dos personagens que mais evolui na obra. Apesar da sua atitude arrogante, ele de fato se sobressai em diversas tarefas, o que apenas favorece ainda mais o seu ego. Mais um do grupo intelectual.

Ultimate Fanfic Creator
Criador de Fanfic de Nível Super Colegial

Hifumi é o criador de fanfic de nível super colegial. Em geral ele é o típico otaku, mas ao mesmo tempo consegue ser um personagem bem cômico e ajuda a mudar o clima das coisas (seja pra melhor ou pior).

Ultimate Biker Gang Leader
Líder de Gangue de Motocicletas de Nível Super Colegial

Mondo é o líder de gangue de nível super colegial. Ele é o esquentadinho do grupo, então quase sempre está gritando ou irritado com alguma coisa. Apesar disso ele consegue ser um personagem bem bacana quando está sobre controle, e os seus ideais e a própria forma com que ele os segue dá certo carisma ao personagem, o que combina bastante com o seu talento de “líder”.

Ultimate Writing Prodigy
Escritora de Nível Super Colegial

Touko é a escritora de nível super colegial. O design dela é o típico de garotas tímidas que gostam de livros. No entanto, o mesmo não pode ser dito da personalidade. Muitos acham essa personalidade irritante, mas ela tem muito a oferecer. Há forma com que ela acha que todos sempre estão com os olhos voltados para ela a julgando e a forma mais agressiva que ela toma pra lidar com isso. Alguns Free Time podem atiçar a curiosidade dos jogadores, além de ter um bom desenvolvimento.

Ultimate Gambler
Apostadora de Nível Super Colegial

Celestia é a apostadora de nível super colegial e uma das personagens mais inteligentes do grupo. Ela tem um ar de superioridade e nobreza ao redor dela, mas que não chega a ser um incômodo como o de Byakuya. Pelo fato dela ser uma personagem que mente naturalmente, esse próprio ar mais questionável dela é empolgante.

Ultimate Swimming Pro
Nadadora de Nível Super Colegial

Hina é a nadadora de nível super colegial. Pra ser sincero ela é bem… idiota. Ela faz parte do grupo dos caras com físico incrível, mas que não pensam muito. Isso pode parecer um pouco estranho para uma obra de mistério, mas eles funcionam também como voz do leitor. Os personagens que estão ali para fazer perguntas durante o julgamento apenas para que os demais possam mover a história adiante. No demais, assim como personagens tipo o Yasuhiro, esse aspecto “menos intelectual” da personagem acaba sendo mais um ponto positivo do que negativo. É uma personagem simples, mas divertida, principalmente pelo jeito esforçado dela.

Ultimate Moral Compass
Monitor de Nível Super Colegial

Taka é o monitor de nível super colegial. Justamente por isso ele é o mais certinho e fica se atendando muito as regras e pequenos detalhes. Normalmente pelo tom mais de seriedade desse tipo de personagem não se espera algo mais cômico do personagem, mas isso não se aplica aqui. O personagem não tenta ser cômico, mas acaba assumindo um papel mais de “idiota” por ser o único que leva os comentários e idiotices do Monokuma a sério, então é bem frequente ver os outros personagens fazendo o que bem entendem enquanto o Taka tenta ser o aluno exemplar, o que dá um contraste muito bom.

Ultimate Martial Artist
Artista Marcial de Nível Super Colegial

Sakura é a artista marcial de nível super colegial. Diferente do que a sua aparência possa sugerir, Sakura é uma personagem capaz de expressar bastante emoção. Não pela sua expressão facial ou algo do gênero, mas o seu senso de justiça e amizade. É um personagem que acaba crescendo no jogador.

Ultimate Clairvoyant
Vidente de Nível Super Colegial

Hiro é o vidente de nível super colegial. Existem alguns personagens com um raciocínio um pouco lento, mas o Hiro é simplesmente estúpido. Ele é o mais idiota de todos, porém, talvez justamente por essa dificuldade em absorver os acontecimentos ao redor dele, ele é um dos personagens mais extrovertidos do grupo. As suas emoções variam para todos os lados possíveis e, apesar de não ser o mais prestativo do grupo, é o alívio cômico da obra. Muitas das suas previsões são no mínimo… curiosas. Um dos personagens mais divertidos de se passar o tempo.

Ultimate Fashionista
Modelo de Nível Super Colegial

Junko é a modelo de nível super colegial. Ela está sempre reclamando da situação que estão, ou da idiotice de personagens como o Yasuhiro, mas é a personagem mais realista para encarar os problemas. Em japonês o título dela é de ultimate “Gyaru”, então é normal se imaginar alguém mais esnobe com relação à “ralé”, mas ela é surpreendentemente amigável e fácil de se interagir.

Ultimate Programmer
Programadora de Nível Super Colegial

Chihiro é a programadora de nível super colegial. Ela é uma garota tímida e com certo complexo de inferioridade com relação aos outros, até mesmo se culpando por pequenos problemas, seus erros e fraquezas. O papel dela é mais um meio termo entre os personagens com menos intelecto e os com mais intelectos. Ao invés de ativamente encarar e resolver os mistérios, ela parece mais fazer sugestões dos acontecimentos, alguns certos, outros errados. Ela parece ter o necessário, mas talvez justamente pelo seu complexo de inferioridade, se coloca em uma posição menos ativa.

Diretor da Hope’s Peak Academy

 

Monokuma é o grande antagonista da série e seu trabalho na obra é, mais do que ser um vilão, criar o clima da obra, a atmosfera propicia para que o jogo de assassinatos ocorra. Nesse sentido, o design do personagem não poderia ser melhor, com uma parte mais alegre, representando o clima cômico e outra mais aterrorizante. Algumas vezes dá o parecer de que Monokuma é o narrador ou o próprio autor, visto que a obra segue esse estilo “Psycho pop” que mais parece ser um “filtro” criado pelo personagem, como se o mundo tivesse se destorcido para ser apresentado por ele. As próprias músicas temas do personagem são alegres, cômicas e assustadoras. Apesar do seu antagonismo, Monokuma é bem preso às regras para que o jogo ocorra de forma justa, fazendo com que tanto os estudantes quanto ele mesmo a sigam. O surgimento dele nas cenas e suas ações sempre apresentam um misto de emoções, positivas e negativas, fazendo dele o melhor “mascote”, ou a alma da obra. Uma curiosidade que vale a pena comentar é a dublagem do personagem na versão japonesa, feita pela mesma dubladora do icônico e clássico Doraemon. É interessante ver esse ‘contraste’ ocorrendo desde a dublagem.  O personagem expressa perfeitamente o ditado: “Não há quem odeie mais Danganronpa do que os próprios fãs de Danganronpa”.

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Conclusão

Danganronpa é um jogo único e altamente recomendado para qualquer um que goste de mistério. Apesar de toda a temática apontar para um jogo dark, o clima consegue ser pesado e ao mesmo tempo descontraído e divertido. Combinando isso a sua excentricidade, a visual novel se torna algo único dentro do gênero.

Diferente do que alguns podem esperar, o ponto mais cativante da obra cai sobre seus personagens, estilo único e o curioso universo criado por Kodaka, onde cada obra adiciona uma nova peça ao quebra cabeça, tornando ele um mistério muito mais interessante do que os casos individuais.

Possui os seus problemas, mas ainda é capaz de se manter como algo extremamente divertido e viciante.

PS: Segue uma playlist para aqueles que quiserem conhecer ou não possuem tempo/forma de jogar por si próprios.
No entanto, como a VN possui gameplay, é altamente recomendável se jogar primeiro. Até mesmo para poder raciocinar por conta própria.

 

Ryuuji Kei

Fã de anime, mangá, light novel, visual novel e amante de todos os gêneros. Redator do site Intoxianime e tradutor nas horas vagas. "Você não pode culpar alguém por ser fraco, mas pode culpa-lo por não tentar melhorar". "Mesmo se eu for odiado, mesmo se eu for desprezado, mesmo se eu for inútil! Eu quero provar que eu sou melhor que os personagens principais!"