SukaSuka #05 – Impressões Semanais

 

Exatos 2 minutos de luta, reações forçadas e episódios que até se completam, mas de uma forma pouco atraente. Se essa definição fosse uma possível sinopse de SukaSuka até o episódio 5, acho que atenderia bem.

Para começar, o design das bestas já começa de uma forma um pouco tumultuosa. Não enchem os olhos e todas as cenas seguintes parecem estar distantes da boa estreia. O que favoreceu a hype da obra foi justamente as cenas tratadas com emoção, fidelidade ao tema e uma linearidade a princípio boa. Parece que entre dois, três episódios, o andar se perdeu um pouco.

Como sempre o quesito técnico não deixa a desejar, em poucos minutos de luta focados na Chtholly, dá para perceber que frente a frente as movimentações são boas, mas no geral, a luta grupal demonstra ser muito parada. Talvez já por estar meio caminho andado, ou apenas por preguiça em colocarem a Ithea e a Nephren lutando também.

Ai, ai, essas asinhas <3

Certamente o ponto chave do episódio foi tratar de forma mais cotidiana dois aspectos: as leis naquele mundo e o futuro conflito de poder da Chtholly. Um consegue acertar, porém o outro não me convenceu.

As visões que a Chtholly sente durante a batalha são perturbadores, admito que conseguiu passar a mensagem. A dublagem ficou impecável para o clima que eles queriam retratar, mas por algum motivo o drama se perde.

Todo o cotidiano que se passa no episódio tem um objetivo, mas que se sobressai demais em relação a outros pontos importantes. Sim, há história, há explicações, há política. Mas onde foi parar toda a expectativa dramática e romântica, que eram justamente as propostas da obra? Esse começa a ser a o problema de SukaSuka, muitos detalhes mal colocados.

No episódio 4 tínhamos a Tiat como foco. Mas a “transformação” dela como guerreira foi simplesmente algo jogado ali e pronto. Bem no estilo “parabéns, você pode morrer na guerra! Mas vamos voltar a falar da cidade”. Temos uma sequência sim, com a aparição da Phyracorlybia e as resoluções dos problemas dela, contudo, foi uma centralização de episódio tão focado nisso que perde o sentido real do drama da história. Aliás, se perde até no próprio gênero dela.

M-mas, mas eu ainda nem pedi!

É bom respirar entre os episódios, mas dois seguidos com pouco clímax, fica defasado. E existem outros jeitos de se adaptar a mesma história. Sim, diversas vezes eu citei que queria explicações, algumas delas foram dadas de forma simples, porém outras ganharam destaque demais.

O aspecto cultural é interessante, tem detalhes bem atraentes. Tanto que algo que me fez parar para pensar é o preconceito inverso que existe entre aquelas raças (abre até parênteses para comparar que é bem diferente de Zero Kara, por exemplo), as raças desfiguradas são o inverso do que acreditamos. É uma deixa boa, e ter a criação de uma política de integração também, mas por que inserir isso de forma tão aprofundada?

Um ponto positivo é que as personagens têm personalidades bem adaptáveis, a exemplo do Willem, ele é muito mais descontraído nesse episódio, enquanto que a Chtholly demonstra todo aquele sentimento pós-guerra e conflito interno. Isso é muito bem demonstrado, e em certas partes ajuda a aliviar o lado tenso e entediante de vê-los andando pela cidade.

A mudança drástica entre a Phyracorlybia do início e a do final do episódio, também reforça o fato de que há construções boas. E a “luta” do Willem foi sinceramente brilhante, tudo que eu apostava em meio as cenas de ação foram ridicularizadas de uma forma cômica, bem agradável por ele. Está aí um personagem que fará falta, ele é muito completo.

Não, não vou cantar aquela musiquinha grude, bang!

Sem dúvida os picos de romances deixaram a desejar. Assim como o tapa sem sentido do episódio anterior, agora também fica difícil definir quem é a Chtholly no romance. E ainda entra um ponto importante; ela está sendo bem retratada? Tudo que dá para ligar até agora é que ela tem medo de morrer e queria se apaixonar. Pronto, ela se apaixonou e demonstra reações forçadas, mesmo com toda a verdade de seus sentimentos explícitos.

A conversa naquele pôr do sol foi uma das mais fracas até agora, e não combinou, ao meu ver, com a reação de tristeza que ela esboça ao saber da partida do Willem, algo que se abordado tão individualmente, pode influenciar em outro furo ou não. Há sinceridade na cena e pontos que a Chtholly confronta, mas para mim a emoção passada foi mínima, mesmo com toda aquela “declaração”.

Eu sinceramente não sei se gostei ou não dessa cena, o contexto geral ficou tão fraco.

Aí entra todo o furo da convivência entre eles, a aproximação foi mostrada de forma tão superficial que é difícil entender algumas coisas. Willem ainda aparentar estar preso ao passado e a Chtholly cada vez menos consegue passar todo drama que ela vive. Falta uma abordagem que condiga com a condição dela, e agora ainda mais.

Que venham as teorias sobre o “Grimório vermelho trancado”, que pode ser uma habilidade especial que a torne diferente das outras fadas, algo que veio quando ela foi transformada em arma ainda na infância. Como aquele médico do último episódio citou, a situação de algumas fadas surtarem também é uma possibilidade. Ou até algo envolvido com a Dug Weapon da Chtholly, e por aí vai.  Aliás, mesmo que não tão bem alocado no episódio, esse mistério pode ser a solução para alguns problemas.

As expressões dessa obra tem uns picos maravilhosos.

Algumas coisas podem ser consertadas ainda, ou além disso, algumas coisas podem ser melhor representadas; o romance apressado que quase toma eixo e depois sai, a história que se perde e depois volta a se encontrar, os exageros da Chtholly, o drama onde não tem. Não sei se enuncio em ordem alfabética ou cronológica, mas se não fosse pela animação, e claro, pela Tiat, ficaria difícil continuar com as expectativas.

A proposta ainda é interessante, mas se misturarem tantas ideias principais, o fluxo a seguir vai ser dificilmente identificado. E claro, daquilo que as personagens têm de personalidade, a obra não consegue transmitir quase nada. Vale aguardar que o enredo adquira mais amadurecimento, porque senão estaremos saindo do nada para lugar nenhum. E vice-versa.

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E você, que nota daria ao episódio?

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Extras

Ôloco, eu realmente gostei da arte dessas cenas!

Nah, rimar não está muito na moda.

Ué, que jeito?

HAHAHA episódio foi tão fraco que o nível de gifs caiu 🙁

Victoria Caroline

Engenharia, literatura brasileira, fotografia, vídeos de receitas, música boa e cultura japonesa. Não necessariamente nessa ordem. Às vezes acorda meio de humanas (quando consegue acordar).