Grimoire of Zero #05- Treze nunca é bom! – Impressões Semanais

É de conhecimento popular que treze é um número atribuído às coisas ruins, o puro azar, inclusive sexta-feira treze é um dia de má sorte por estar associado a crucificação de Cristo (realizada em uma sexta-feira) que junto de seus apóstolos integravam um grupo de treze pessoas. Então o que esperar de um bruxo com codinome Treze? Provavelmente algo não muito bom, a desgraça em pessoa.

Dito isso, já esperava que ele houvesse mentido e enganado a Zero. O que não imaginava é que o indivíduo estaria aliado com o governo do país na perseguição aos próprios irmãos.

Cogitava desse modo que Treze havia formado a resistência dos bruxos contra os humanos e alimentava esse ódio, não o contrário. Contudo, isso ainda não apaga por inteiro o fato que suspeito que esse feiticeiro possa estar alimentando os conflitos e as desgraças no país.

Seus objetivos pessoais ainda não foram revelados, mas provavelmente são de âmbito puramente ideológico. Então o que presenciamos aqui é praticamente o velho confronto da ordem versus o caos.

Zero praticamente representa o caminho ordeiro, enquanto Treze mesmo que alegue que trouxe ordem ao caos, é inegavelmente caótico e busca questionar e mudar a ordem pré imposta através do caminho do poder e da força. Na verdade ele busca benefícios, como Zero sempre diz, um bruxo sempre tenta o melhor resultado para si mesmo.

Basicamente o clássico confronto entre “velhos amigos” !!!

Algo extremamente clichê, mas que querendo ou não está presente na maioria das histórias de fantasia que lemos e escutamos desde nossa tenra infância. Este confronto entre opostos inclusive se encontra dentro dos monólogos pessoais dos “heróis” que empregam a jornada fadiga contra o caos.

O que tornar uma história com esta eterna batalha boa ou ruim? A profundidade dada aos motivos que fizeram determinado personagem mergulhar no caos ou retornar a luz.

O ser humano é composto dos dois, bem e mal, juntos lado a lado. O que achamos ser bom, às vezes não pode ser tão bom assim. O certo e o errado muitas vezes se confundem e às vezes um ato imoral é mais benéfico do que o seu contrário.

O problema de Grimoire of Zero é que por enquanto entrega as coisas de forma muito superficial, sem um real mergulho na psique dos personagens e no seu histórico pessoal.

O que piora com a direção morna que não dá impacto às cenas, e meus caros, mesmo que você coloque uma trilha sonora eficiente, não adianta nada se o que está sendo mostrado também não consegue perpassar isso.

O que podemos observar na cena que o mercenário é mergulhado na ilusão. Ela é apenas razoável e ti entrega o básico. Mostra os pontos fracos do personagem, a escuridão e desespero em seu coração em razão às críticas que provavelmente ele sempre ouviu, e sua bestialidade.

No entanto, os cortes não impactam ou aprofundam mais os assuntos colocados à tona desde episódios passados, apenas os expõe. Mas se tivesse uma direção criativa, mesmo essa cena poderia ser mais impressionante.

Por exemplo, com o refinamento daquela ilusão, podendo acrescentando talvez algumas lembranças pessoais misturadas ao delírio provocado pelo feitiço. Teriam varias opções para aperfeiçoamento, desde arranjo de ângulos da câmara, paletas de cores mais marcantes, etc. Contudo, o diretor preferiu apenas seguir o script.

Essa cena poderia ser mais impressionante nas mãos certas!!!

Assim sendo, voltando ao encontro de Zero e Treze, o que deveria ser o clímax desse episódio, novamente não tem quase efeito nenhum. É tudo muito mediano, muito razoável, nada demais.

Voltando com as comparações entre RE:Zero e Grimoire of Zero, revejam o encontro do Subaru com o Betelgeuse. Ele exerce impacto, impressiona porque sentimos perigo real.

Mas não são obras com propostas diferentes? Sim, mas existem certas coisas que quase  todas as histórias têm em comum, e uma delas é o “herói” sempre ter que confrontar o antagonista e que muitas vezes faz ele ter que olhar para a sua própria escuridão e ressalta (ou não) seus medos e virtudes.

O encontro de Zero com Treze não tem esse teor. Vejo apenas um embate murcho e sem cores entre “bem e mal”. E eu quero mais cor nesse quadro.

Também temos outra manobra clichê, apesar de terem sido amigos ou companheiros, Treze parece ter um pouco de inveja e talvez até um certo ressentimento para com a Zero, e isto é inquestionável (por ela ter potencial de o superar ou já ser superior a ele?).

Ao falar tanto de clichê em minhas reviews, pode parecer que sou contra fórmulas clichês, mas pelo contrário. Quando bem aplicadas, essas fórmulas são boas e conseguem girar bem o enredo (vide cena do exercito abordando o grupo principal em RE:Creators). Mas quando só temos essas fórmulas sem diferencial ou aprofundamento dos personagens, fica apenas algo “vazio” lançado ao leitor.

E novamente o destaque da obra fica para a Zero, uma heroína com boa personalidade e escrita razoável. E não gosto dela apenas por ser over power porque vamos confessar, ela é, mas por ter um temperamento forte  e não ser do tipo totalmente precipitado e esquentado. Ela consegue se impor bem sem precisar de sentimentalismo ou expressões exageradas.

No geral, foi um episódio um pouco mais movimentado que os anteriores, mas sem algo extremamente empolgante. E infelizmente para mim, se este anime continuar com esse tipo de narrativa até o final, vai ser apenas algo razoável para ti entreter, mas totalmente esquecível.

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E você, que nota daria ao episódio?

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Sirlene Moraes

Apenas uma amante da cultura japonesa e apreciadora de uma boa xícara de café e livros.