Sangatsu no Lion #17 – Impressões Semanais

Pouco pode-se tirar da primeira metade do episódio de Sangatsu; uma nova faceta de Rei, outrora arrogante e isolado, para uma adoração quase adolescente perante o campeão de Shogi, que esconde sua idade e maestria no jogo – ao menos pelo que os dados dizem, afinal, ainda não o vimos em ação – com um corpanzil franzino e uma passividade doentia.

Visão narrativa talvez óbvia que visa, futuramente, surpreender o expectador com um contrastante e diabólico talento, por mais calmo que o exercício pareça aos desinteressados. Como o anime já abordou diversas vezes, entretanto, a mente dos adversários trava uma batalha caótica e concentrada.

Após esse encontro quase – ou completamente? – unilateral, então, é bem-vinda a mudança de capítulo e tonalidade que preenche o ritmo de seus minutos finais. Se muito reclamei da falta das Kawamotos nas últimas semanas, sua aparição relâmpago pouca influência teve no andamento desta vez. Acrescentou, entretanto um sugestiva química ou interesse da irmã do meio a Rei, algo que pode vir a ser trabalhado em breve, por mais problemático que pareça.

São os diálogos e cenas com Kyouko, porém, que evitam este novo esforço em cair novamente no marasmo a qual estamos quase acostumados ultimamente. A loira atrai tanto ódio por seu comportamento impulsivo e venenoso, mas é justamente sua complexidade e personalidade que a fazem, neste momento, a figura mais interessante a se assistir em um voyeurismo culposo. Soma-se a isso o quão misteriosa sua vida e pensamentos ainda são, algo que Rei é privado justamente por ser protagonista. No excelente trabalho vocal de sua seiyuu, cada palavra é hipnótica e acompanha sutilmente o estado emocional qual a jovem atravessa – e não são poucas em sua instabilidade.

A revelação de sua parca relação com o pai, por motivos não repetidos, já que seria redundante, visto o que já sabemos do turbulento passado que tiveram na casa do ancião, reforça a cumplicidade que ela e Rei possuem. Um mescla de ódio e irmandade, conformados a conviverem, conectados justamente pela responsabilidade que ambos têm no que o outro se tornou. Culpa e amor. Yin e Yang um do outro, ainda que nossa situação tenda a julgar a garota.

São os personagens e suas interações, afinal, que tornam Sangatsu um anime diferenciado. Sem eles, suas introspecções e diálogos, este não seria nada. Espero que Umino Chika tenha noção disto, pois o tempo remanescente para uma reconciliação com a qualidade primária é escasso.

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Carlos Dalla Corte

Curto 6 coisas: animes, cinema, escrever, k-pop, ler e reclamar. Juntei todas e criei um blog.