Trinity Wonder – Outra obra Bonita mas Enrolada do Autor de ‘The Breaker’

Vivem pedindo para eu comendar mais mangás. O problema é que só costumo comentar os que acho muito bom, o que é mais raro de encontrar (1 a cada 20 a 30 que pego pra ler). Claro que as vezes acho alguns bizarros que talvez valham o comentário pela bizarrice, como a Comédia Romântica do casal com Hemorroidas e mais atualmente o Ecchi/Comédia de Halterofilismo.

Mas algo bom mesmo é mais raro, tirando coisas antigas, que tenho preguiça de comentar por não lembrar 100% de tudo. Um particularmente interessante que li faz uns meses é Helck. Não dava nada pro ele, mas com alguns capítulos o que parecia um mangá de comédia se transformou em uma história medieval com profundidade e bem escrita, apesar da arte fraca.

Dito isso, resolvi mudar o esquema e partilhar mais do que ando lendo, mesmo que não sejam necessariamente coisas que indicaria.

Trinity Wonder foi o que li mais recentemente. E embora não seja ruim, também não tem tanto para se elogiar.

O Guerreiro e a Maga

A história começa quando um guerreiro coreano de outra dimensão e uma maga pertencente a um mundo de fantasia, vão parar na terra no teste que uma cientista estava fazendo com um portal dimensional, em um futuro distante da terra.

A maga e o guerreiro começam a brigar e acabam quebrando o portal. Depois disso acabam obrigados a ficar na terra até que ele seja consertado, sendo hospedados pela cientista. O “Trinity” do título faz referencia a esses 3 personagens, com a cientista sendo a protagonista central (até agora).

A obra apresentou 2 climax de ação depois da introdução, mas uma coisa que qualquer um vai notar é que ele é absurdamente lenta. Isso é uma característica dos Webtoons, mangás coloridos coreanos que saem na internet de graça. Mas no caso desse isso parece ainda pior.

Tem bastante comédia também

A arte é linda e tem momentos bem engraçados, mas a sensação que a história não sai do lugar é irritante.

Curioso que essa é a nova tentativa do autor de The Breaker depois do fracasso de The Breaker New Waves em uma revista coreana. Ele tentou voltar de forma mais simples em um site de Webtoons, mas não parece estar dando grande resultado de novo.

Embora não tão enrolado e cheio de problemas como foi o plot de The Breaker New Waves (The Breaker foi bom até, mas a continuação….), ele ainda sofre de uma narrativa pouco atraente em termos de tensão e lenta no desenvolvimento da história.

Sylvia, a melhor personagem da obra

A parte boa é que a protagonista central é ótima, inteligente, carismática, forte (não fisicamente, mas mentalmente), e conseguindo demonstrar um lado humano e profundidade ao mesmo tempo. Foi o que mais me impressionou na obra, e me fez pensar que talvez valha a pena recomendar. Os outros 2 personagens, a maga e o guerreiro são engraçados e tem até algum carisma, mas inferior a da cientista. Outro personagem que surpreendeu foi um conhecido dela, mas revelar muito seria spoiler.

No geral é uma história com uma arte linda (crédito ao desenhista de The Breaker, que deveria arranjar um escritor melhor como parceiro), misturando sci-fi e fantasia, mas tão devagar que fica difícil recomendar. Vale mais pela protagonista feminina.

O plot não parece passível de muita expansão, e se tem uma coisa que essa autor não é bom é expandir plot. Mas quem não tiver nada pra ler e quer um mangá de arte bem atraente pode ler. Como disse, não chega a ser ruim, só não é muito memorável.

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