Impressões semanais: Orange #07

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Prematuramente, este episódio de Orange pode parecer um tanto bizarro, principalmente para a turma que cisma com a negligência entre Naho e Suwa com seu relacionamento. Porém, a não ser que você esteja com uma tremenda má vontade ou seja uma pessoa com pouca sensibilidade, notará, nos pequenos detalhes, as razões para as ações do casal para com Kakeru e, é claro, a si mesmos.

Em um dos momentos com os personagens crescidos, vemos todos os amigos, inclusive Suwa, afirmarem e se desculparem, abertamente, como ressentem seus parcos esforços para salvar Kakeru, impossibilitando assim um provável romance entre este e Naho. Como assim o marido declara, penosamente, seus enfermos internos e como sente-se responsável pela esposa não viver com outro homem?! Poderia ser um absurdo total, mas Orange deixa claro seus motivos, cabendo ao espectador absorver e interpretar as informações.

Ao revelar o plot twist de também ter recebido uma carta, Suwa deixou bem claro o que a sua dizia, enfatizando veementemente para que o estudante não cometesse os mesmos erros do passado, para evitar, assim, ser soterrado em arrependimentos. A fonte deste arrependimento não é apenas a falta de Kakeru, e sim proporcionado pelo amor que sente por Naho. Já discutimos aqui a coragem de Suwa em abdicar, sacrificar seus sentimentos para o bem de quem ele ama, por mais doloroso que seja ver a menina nos braços de outro (e a sofrência do rapaz é explanada, enquanto vislumbra, melancolicamente, o flerte de ambos).

Ao menos seus esforços – e do resto do grupo – estão finalmente dando resultados. A inocuidade mental de Naho e Kakeru em perceber a mutualidade do que sentem, assim como a inaptidão de revelar-se, não são mais um empecilho alarmante. O diretor inclusive brinca com isso, quando Kakeru e Suwa discutem sobre o aniversário do primeiro, e o quadro mostra um pneu da bicicleta a rodar, como se a imperícia romântica estivesse em um ciclo repetitivo. Felizmente, tanto Naho quanto Kakeru evoluíram. Lentamente, mas demonstram alguma capacidade e desejo de exporem-se. Ele ao entregar as flores, e ela na tocante cena onde Kakeru expressa seus pesares. Foi proporcionado por razões extremas, mas é válido.

A revelação final, inclusive, foi o ápice do capítulo, e talvez do anime, até aqui. Conduzida com eficácia e de forma singela pelo diretor, reforça a ligação e intimidade não apenas dos pombinhos, como do grupo todo, sendo preponderante para o destino final de Kakeru.

Sempre embalado por uma trilha sonora tocante, simples e que completa as cenas sem chamar demasiado atenção a ponto de distrair, Orange entra em sua metade final engrenado e com muitas emoções que prometem florescer pela frente.

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Carlos Dalla Corte

Curto 6 coisas: animes, cinema, escrever, k-pop, ler e reclamar. Juntei todas e criei um blog.