Impressões semanais: Ansatsu Kyoushitsu #18 e Re: Zero #07

Finalmente uma Nota maior que 4. Ou não.

Ansatsu Kyoushitsu #18

Apenas a continuidade do survivor game entre os alunos para escolher qual seria o princípio adotado em relação a Koro-sensei. Era óbvio que o time do protagonista sairia vencedor, assim, desnecessário gastar dois episódios para um arco com final previsível.

A trama foi toca focada em Karma e Nagisa, e apesar de gostar de testemunhar o passado dos dois antes de pararem na turma segregada, o artifício de aumentar a empatia do público para com o personagem através de flashbacks que o humanizam, não me teve efeito justamente pelo que disse na semana passada: as atitudes de Karma são injustificáveis e frutos de alguém com caráter extremamente arrogante e egoísta. Ele é basicamente o Akashi de Kuroko que deu errado na vida.

Como não perdoei o garoto, a tentativa foi vazia, e devido ao fato de que uns 15 minutos do capítulo foram focados nisso, fiquei apenas entediado e até irritado por um roteiro tão irresponsável ao tomar decisões tão relevantes de maneira infantil e despretensiosa. O grande erro foi no 17º, onde o idealismo individual dos alunos foi colocado sem considerar a seriedade da situação.

Francamente, estou preocupado de que essa frustração vá perdurar até o final do anime, o que comprometeria desastrosamente minha satisfação e concepção da obra inteira. Tudo pelos malditos equívocos da semana passada. Espero que a redenção de Ansatsu seja mais digna que a de Karma.

Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★ (+)

Re: Zero #07

Após alguns exageros em cliffhangers, a equipe de Re:Zero acertou em cheio na condução da cena que envolveu Subaru e Rem. Ao mostrar o início do conflito no episódio passado, foi satisfatório em não terminar sem mostrar nada, o que resultaria num gancho vazio e anti climático. Assim, instigou a curiosidade para o que havia de vir e encerrou o episódio de maneira decente.

Esse gancho propiciou o início mais intenso do anime, até aqui. É como se estivéssemos conferindo a parte dois de uma OVA. Acho surpreendente como o anime envereda por caminhos muito mais violentos e crus do que o esperado e que é comum ao gênero. É uma coragem que me agrada e cria expectativa para o futuro. Caso aconteça uma improvável transmissão em TV aberta nacional, metade desta sétima parte da aventura seria censurada. Muito mais “gore” que Mayoiga, por exemplo.

As justificativas da empregada podem soar duras e insensíveis demais, e aí entra o desenvolvimento da personagem, pois é essa a personalidade construída sobre ela até aqui. Apesar de muitas vezes servir de alívio cômico, é um caráter frio e extremamente racional que não considera correr riscos ao menor sinal de perigo. Ela viu perigo em Subaru, e o eliminou.

De volta em sua quarta re:vida, a primeira coisa que pensei foi: agora, se ele não tentar falar pra Emília, eu perco todo o respeito pela obra. Voilà! O roteirista sabe o que está fazendo. Um bom timing para isso. O que aconteceu eu exatamente não sei. Na verdade, nós sabemos pouco de Re:Zero. Como Subaru foi parar ali? Por que ele revive após morrer? Qual é a do cheiro de bruxa? Várias vezes em episódios variados, a montagem incluiu flashbacks obscuros em tela, onde o discernimento do que víamos não é nítido o suficiente para cravar o que é. Como estamos em menos de 1/3 de sua duração total, acho um método intrigante de evoluir a trama. Só espero que saibam concluir com respostas concebíveis.

Após a introdução frenética, o clima que preencheu o episódio foi de drama e melancolia, onde Subaru, um protagonista que acho cada vez mais fantástico por sua simplicidade e genuinidade, finalmente mostrou-se sobrecarregado e perturbado pela sucessão de enfermos que o têm atingido recorrentemente. Qualquer um ficaria arrasado após o que ele passou, principalmente por descobrir que alguém que você possuía um sentimento honesto e caloroso é responsável por matá-lo de maneira tão cruel e maléfica. Além disso, nosso “herói” está basicamente preso em seu flagelo, incapacitado por forças quais não compreende. Tente se colocar no lugar do mesmo e talvez compreenda suas ações.

Re:Zero também apresenta um roteiro mais maduro do que o esperado, evitando resoluções fáceis e clichês. Ao ser protegido por Beatrice, e por isso, provocar a morte de Rem, a ira de Ram e desconfiança de todos ao seu redor, o garoto recebeu mais um fardo sobre suas costas, e como o mesmo disse antes de se atirar do precipício, ele já amava as duas. Talvez amor seja algo precipitado e forte para uma convivência ainda curta, mas já é óbvio como Subaru está mais a vontade e feliz no novo reino, e talvez isso se projete até com aqueles ao seu redor.

Destaco também a trilha sonora desta vez, algo que ainda não havia feito até então. Na luta introdutória, ao invés de uma melodia mais agitada e que criasse tensão, a escolha foi de um tema mais íntimo e dramático, para retratar o estado de espírito despedaçado e incrédulo do protagonista ao ver tanto ódio voltado para si de alguém que sente afeto. Ao acordar e dar de cara com as gêmeas, sua reação não poderia ser a mesma, e não foi. Aí a trilha foi de desespero e apavorante, com acordes fortes e agudos.

Com um final tão inesperado, realmente não sei o que esperar para o segmento da animação. O que é certo, porém, é a mudança radical em Subaru e as consequências que isso deve ter no futuro. Sinto que muita tragédia está por vir. Que seja tão bem conduzida quanto foi agora.

Avaliação: ★ ★  ★ ★ 

Mentira!

Avaliação: ★ ★   ★ (+)


#Extras

Gostei de como a cor do quadro contribui para a intenção de Rem.

Não vai ter sessão QUE MULHER! essa semana :'(