Impressões semanais: Ansatsu Kyoushitsu 2 e Musaigen no Phantom World #07

Após a desastrosa semana passada, temos uma melhora.



Ansatsu Kyoushitsu 2 #07

Após duas semanas com histórias capitulares e que pouco agregavam na trama principal, AssClass voltou a boa forma, mesmo que ainda distante de seu auge. O romance de Karasuma com “Bitch-sensei” já havia sido sugerido incontáveis vezes, mas superficialmente. Explorá-lo agora poderia parecer sem propósito, mas foi inteligente como as consequências da recusa do professor em revelar seus sentimentos gerou uma reviravolta diferente do óbvio, acarretando na mudança de personalidade da assassina no fim do episódio. 
Resta saber se está mudança na personagem irá realmente deixá-la como vilã e tirar a estagnação qual encontrava-se, ou servir apenas de fachada para a mesma auxiliar os alunos no combate ao novo e frio antagonista. Confesso que o character design do mesmo não me animou, parecendo preguiçoso, mas ao contrário de outros rivais mostrados até aqui, ao menos este oferece um perigo real, já que domina tanto artes-marciais quanto apresenta uma mente engenhosa e travessa. Bem, o final nós já sabemos, mas que ao menos o durante não senha arrastado e burocrático como foi nos últimos desafios da classe 3-E.
Mas o principal fator que faz a obra funcionar é, inegavelmente, o carisma e humor de Koro-sensei. Nesta temporada, o tempo de tela destinado ao polvo amarelo interagindo com os alunos tem sido menor, muito pelo fato de que, até aqui, a grande maioria dos episódios têm focado no desenvolvimento individual dos jovens, o que também limitava a dose de comédia. Independente disso, era frustante ver como a ótima figura de Koro estava sendo desperdiçada em tela, e este episódio foi a prova da falta que faz. Ainda que tenha sido uma cena curta, sua participação me fez rir como há tempos AssClass não fazia, e creio que isso vá servir para a maioria dos brasileiros. Um mangaká japonês ter incluído uma passagem sobre o vexame da seleção em seu mangá expõe a repercussão mundial que isso tomou, e a forma como Matsui utilizou a situação foi disparada a retratação mais divertida e hilária que vi.













Não é um episódio que me foi memorável, mas muito bom em comparação aos passados, além de finalmente iniciar um arco maior para sua continuidade, e com mais Koro-sensei, por favor.

Avaliação: ★ ★  ★ 



Musaigen no Phantom World #07

Se no episódio passado Musaigen focou em ursos, a semana agora foi dos gatos. Apesar de não ter me entediado tanto quanto seu predecessor, porém, a sensação de que o KyoAni está fazendo um Kodomo apenas aumenta. E o que mais incomoda nisso, é como estão desvirtuando severamente o material original. Após tantos de vocês deixarem comentários em meus textos sobre como a novel era mais madura e com um foco narrativo, corri atrás de resumos e discussões em fóruns (o mesmo que vocês fizeram/farão com Capitu, no ensino médio) e inacreditável é o único adjetivo que descreve a atitude do estúdio para com a obra. A forma como o anime esta sendo conduzido, quando comparada a novel (não que esta seja uma obra-prima, mas apresenta mais potencial) transmite a sensação de que o pessoal do Kyoto quer piorá-lo propositalmente. Claro que isso não é verdade, mas serve para ilustrar tamanha minha incredulidade com as circunstâncias.

Talvez a ideia seja adaptar tudo em uma respectiva 2ª temporada? Bem, se as previsões de venda estiverem certas, Musaigen estará na “zona da miséria”, o que limará suas chances de voltar posteriormente. Não há como predizer que sendo fiel a novel proporcionaria um maior sucesso a animação, mas conduzi-lá da forma como tem sido (episódica, infantil…) apenas restringe seu sucesso.

Agora, vamos ao episódio…
Se o fanservice estava ausente ultimamente, dessa vez ele voltou com tudo. Fantasiar personagens de gato e coelho certamente estão entre os maiores fetiches do leste asiático – e seria hipocrisia negar a alta gama de seus apreciadores no Ocidente -. Um fetiche presente em toda a indústria de entretenimento por lá(curto K-pop e sofro muito com isso). Todo esse deleite visual com o sensível e universal propósito de discutir sobre a solidão. Bonito na teoria, mas como eu disse semana passada: “não importa sobre o que uma obra é, e sim como ela é sobre o que ela é”, e dessa forma, mais uma vez, saí decepcionado com Musaigen. A novel, como já explicado, possui uma história maior e empolgante, algo que o Kyoto poderia utilizar para evidenciar ainda mais seu esmero técnico, ao invés de persistir em episódios arrastados de caráter infante e até didático.
A despeito disso, é interessante notar como em várias cenas ao longo do episódio, apresentaram uma certa tensão sexual entre Ichijou e Reina, algo que começou progressiva e lentamente desde que o passado da garota foi explorado. Até aquele capítulo, sempre era mostrada uma afeição maior envolvendo Reina e Mai, com o protagonista de cabelos verdes em 2º plano, e é interessante notar como a mudança de comportamento entre os dois não se deu abruptamente, sendo bem construída e pautável.
No geral, um episódio melhor do que o da semana passada, mas mais pela falta de qualidade do outro do que mérito deste. Ou o anime sofre uma guinada estrondosa, ou será mais uma entre tantas que tornam-se esquecidas pelo tempo. Capacidade para mais, ela tem.

Avaliação: ★ ★  ★ 

Obs: Para quem estranhar a mesma nota para os episódios, mesmo com textos tão distintos entre elogios e críticas, afirmo que o mesmo se vale pela proposta de ambos. AssClass apresentou uma evolução em relação aos capítulos passados e esboçou o início de um arco. Ou seja, é um episódio melhor, mas não um “grande episódio”. Já Musaigen, apesar da mesma cotação, segue tendo seu potencial limitado por narrativas de “arco da semana”, rotineiras. O 3/5 se deve a qualidade avaliando-o como um anime episódico, de pouca ousadia ou ambição.

#Extras

O diretor estava com tudo hein.

Independente do saldo final da obra, Minase Koito ficará em meus pensamentos.