Impressões semanais: Yuuki Yuuna wa yuusha de aru 10

-Como diria o Grupo Revelação, “deixa acontecer naturalmente”…

-Reforçar – é isso que yuyuyu vem se empenhando em fazer por todo esse tempo. Ao invés de querer ser “imprevisível” ou criar uma situação nova a cada episódio, há um esforço no sentido de não deixar nenhum buraco no meio, nada em branco. Acreditava-se antigamente que as histórias surgiam de inspiração em uma espécie de transe, que elas eram escritas automaticamente em um surto de inspiração. Hoje em dia é diferente: as histórias são criadas com esforço e dedicação da própria pessoa. Assim como um mecânico deve saber encaixar todas as peças de um carro no lugar correto, histórias são como um quebra-cabeça formado por várias peças que devem ser montadas de acordo com uma certa lógica interna. E quando há uma peça faltando, é tarefa do autor/escritor criá-la.

-Dito isso, o plot twist do final não dependia necessariamente de nenhum evento anterior, e poderia ser escrito na fase de planejamento ou improvisado nos episódios finais. Talvez o flashback da Tougou pudesse ser resumido apenas para os eventos mais importantes, mas como não há muitos deles para serem abordados, mostrar como o clube começou até que veio a calhar. Já o fato de a Tougou ter sido uma heroína no passado dependia do acidente dela e do fato de utilizar uma cadeira de rodas, então acredito que foi planejado. Ela manter a paraplegia mesmo na transformação teria como causa o fato de ela ter adquirido essa paraplegia em consequência da luta.
-Ao contrário da Fu, a Tougou/Washio é mais “esperta” e não se deixa influenciar tão facilmente. Ela assumiu uma posição de autossuficiência e foi investigar tudo aquilo sozinha, fez os seus experimentos com monóxido de carbono e foi lá confabular com a menina cuja nome não sei. Mas também há uma grande dose de emoção por detrás dessa racionalidade, já que ao invés de ela escolher salvar o mundo, acabou escolhendo salvar as amigas e todas as heroínas futuras do sofrimento contínuo e eterno. 
-Pessoalmente, eu teria escolhido salvar o mundo, mas entendo a posição de quem defende o contrário. Esse sistema, apesar de funcionar razoavelmente bem, não resolve o problema; apenas adia o inevitável, que é a vitória de uma raça alienígena que já dominou todo o universo e mantém o cerco em um pedacinho de ilha no formato de uma árvore. Se eles usassem o tempo extra que as heroínas conseguem na peleja, a história seria outra, mas isso não é o que ocorre. Ninguém planeja nada, ninguém tenta algo novo, só ficam naquela dependência de ter meia dúzia de garotinhas rechaçando os ataques dos poucos inimigos que conseguem atravessar a barreira. Nem em formar um exército de garotinhas e impedir que elas tenham que usar mankai pelo baixo número eles pensaram; Taisha é um grupo de pouca imaginação. Eu até entendo a lógica deles de sacrificar poucos para preservar muitos, mas é algo que poderia ser aprimorado a longo prazo. O lado bom é que eles estão lutando por uma causa visível – sobrevivência imediata – não em razão de uma lei da termodinâmica que postula que um dia a energia disponível vai acabar se transformando toda em calor, mas que nunca ninguém conseguiu provar efetivamente (não, Kyuubei, não engoli sua “entropia” até hoje).
-Resta saber o que acontecerá agora, já que até então, eles não tem exatamente correspondido às expectativas do público: matar personagens (*revira os olhos*). Talvez todas morram, talvez ninguém morra, talvez algumas morram, mas não é isso que interessa aqui. O que interessa é curtir a viagem nesse trem. 
Nota: 80/100