Impressões finais: Sword Art Online II #24 – Mothers Rosario

Acabou. E apesar do arco ser dramático a mensagem final foi bem positiva.

Acostumado com SAO como uma obra de ação esse episódio com certeza soou estranho como o “final”. O ápice dele, aonde ficaria a última luta é na verdade os momentos finais da Yuuki, uma parte que ficou bem bonita, tanto no cenário quanto no texto. A segunda parte é o epílogo, com o que aconteceu após a morte dela. A divisão parece natural quando tem um combate final, mas quando o que normalmente é um combate vira o último momento de um personagem – por essa ser uma história voltada ao slice of life – a minha percepção de que aquilo era o climax se perdeu um pouco até eu refletir sobre o episódio (ou pode ser porque ainda estou com o final bem mais impactante de Akame ga Kill na cabeça).

Bem, o começo foi só uma passagem de tempo com vários eventos cotidianos focados em aumentar a empatia do público pelos personagens. Funciona bem, principalmente com a OST letrada ao fundo.

Gostei do momento final da Yuuki. Nada de cura mágica ou final 100% feliz (ia ficar uma fera se tivesse). Foi dramático, mas sem soar escandaloso ou exagerado (se bem que aquele povo todo lá pode ser considerado um pouco de exagero, eu creio. Mas nada que prejudique a mensagem final). A parte dela vendo a Asuna como a irmã foi bem colocado também, as duas eram realmente parecidas.

O discurso do porque ela nasceu foi a parte mais tocante pra mim, porque não é algo que preciso concordar ou não, é simplesmente lógico. Ela não pode realizar nada da vida dela, ela não pode criar nada. Ela está simplesmente usufruindo da bondade das pessoas, de várias formas. Pensando nisso, é meio triste. Nascer sabendo que você vai morrer sem poder realizar quase nada na sua vida. Ainda assim ela ficou feliz por poder ter vivido e podido ter momentos felizes enquanto o fez.

A obsessão dela por deixar seu nome na pedra passa a fazer muito mais sentido também. É o desejo natural de ser imortalizado/lembrado/deixar sua marca no mundo de alguma forma. No caso dela foi de duas até, já que ela passou a skill dela (“Mothers Rosario”) pra Asuna, que por vez disse que irá repassar para outra pessoa um dia. Não deixa de ser uma outra forma de se imortalizar.

O final não apelar para o drama completo com todos morrendo foi uma boa sacada do autor também. Ainda assim, acho curioso como todo arco de SAO tem que morrer gente, mesmo em um slice of life (que mudança se comparar a Accel World do mesmo autor). O arco em si é dramático, mas a mensagem final é de que se deve ter esperanças, como foi o caso dos amigos da Yuuki, que receberam boas noticiais quando pensavam que tudo já estava perdido.

Se repararem bem esse arco tem uma mensagem contrária a GGO. Em GGO Sinon acredita que pode ficar mais forte no mundo real fortalecendo sua persona online. Mothers Rosario é um contra argumenta a isso. Não importa que Yuuki seja o player mais forte de ALO, isso não pode salva-la no mundo real. A fala da Asuna sobre “Zekken” a beira do leito da Yuuki remete a isso. Ela se iludiu com a visão da Yuuki no mundo online, então a personagem fraca e “perdendo”no mundo real parece uma contradição. O que o autor faz é propor duas visões e fazer um arco balancear a outro. “O mundo online pode ajudar a pessoa a ganhar confiança, mas não faz milagres”.

Admito que esse tipo de história de Mothers Rosario não é minha praia e não nego que me diverti bem mais com a primeira metade mais movimentada (ep 18,19,20 e 21). Mas dentro de sua proposta mais voltada ao slice of life o arco se saiu bem. Ele tem uma mensagem a passar e mostra o crescimento de personagens. O foco na Asuna pra variar foi interessante, e o desenvolvimento dela com a mãe foram bem trabalhado. Não tem um final impactante, mas é realista.
No fim, não é um tipo de arco que eu gostaria de ver repetido, e acho que seria melhor como um filme separado. Mas ainda assim foi legal. Agora é esperar Alicization daqui a uns 2/3 anos.

É isso pessoal, espero que tenham gostado das impressões semanais. Eu me senti aliviado de não terem feito nada muito errado nessa adaptação. Na anterior eu ia sofrer analisando e ia rolar muita reclamação (ter que comentar o penúltimo episódio de ALO ia ser suffering XD).

Avaliação: ★    ★ 

Nota final (GGO): 8/10
Vários erros de arcos passados corrigidos, foco em desenvolvimento de personagem pela primeira vez, climax final satisfatório com ação e “sem” Deus EX, ao contrário dos arcos anteriores; Kirito ainda é apelão mas precisa de ajuda pra vencer o inimigo final, boa heroína, conflitos internos a serem superados e animação superior a temporada passada. Como contras fica a redução do fator “diversão” em lugar de um desenvolvimento de personagem que fica querendo se mostrar até demais – um pouco de sutileza as vezes é bom nessa área também. O vilão não é ruim como o de ALO mas o desenvolvimento dos mesmos ainda é um ponto fraco do autor. Ele ainda trata vilões como um objeto da narrativa para gerar ameaça e não como um individuo normal que possa ser compreendido pelo público (não precisam ser todos assim, mas é bom um nesses moldes de vez em quando). E por fim acho que esse arco teria ficado melhor em 13 episódios, cortando um pouco do drama da caverna e acelerando outras partes mais paradas.

Nota final (Calibur): 6/10
Se tivessem deixado de extra como uma OVA a nota seria maior, mas no meio da temporada não. Pareceu um filler. A espada que ele consegue nesse arco aparece no próximo, mas dura 2 segundos e ele não usa ela pra nada. Saber de onde a espada veio importa tanto quanto saber de onde vieram as duas espadas negras que ele usa em Calibur (não explicam, e nem acho necessário).

Nota final (Mothers): 8.5/10
Consistente a proposta, boa animação, bom desenvolvimento da Asuna com a mãe, bem diferente dos outros arcos pra variar, primeiro uso do NervGear que não é para “o mal” ou entretenimento, bem adaptado e sem problemas notórios fora um drama exagerado no início do ep 22. A mensagem dele ser um contra argumento ao arco anterior (GGO) também é um plus.

Extras

Lembram dele? Eu ri quando ele sai colocando a mão no ombro da Yuuki e a outra lider da guild começa a repreender ele. Não explicaram mas os dois queriam convencer ela a entrar pra guild deles. Caso não lembrem esses dois são lideres de facções rivais.

Klein, para de agarrar homens, a Silica tá com inveja.

hauhauauauua, não sei porque ela tá triste, ela não consegue fazer nada seja em que arco for. Quase o “mascote” da equipe (alias, ela ter aquele bichinho azul deve ser uma mensagem sub-liminar quanto isso).

Bom eles cortaram algumas coisas. Com o tempo a Yuuki começou a se dar melhor com o Kirito e eles se pegavam conversando por um longo tempo sobre o mundo online, combates, etc. Bem, Asuna ficou com ciume em determinado momento hahaha.

Inteligente, faz o Kirito perder por “timeout” quando parecia que ia virar a luta. No livro só diz que a batalha durou 10 minutos e o Kirito perdeu pro combo de 11 hits da Yuuki, mas não detalham a luta mais que isso. Dizem também que a Yuuki ficou muito conhecida depois de derrotar o Kirito nesse torneio, já que ele estava sendo transmitido naquele MMO STREAM e o Kirito era famoso por ser o player mais forte de ALO.

Não esqueceram da Sinon afinal. Bom que ela ganhou amigos no mundo real.

“Mothers Rosario” é referencia aqueles rosários católicos que as mães passam pros filhos pra protege-los. Por isso a frase da Yuuki “ele vai protege-la”.

E um pouquinho de romance pra encerrar.

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