Impressões semanais: Tamako Market 11 – A princesa de dois reinos

-Após a longa e “tão aguardada” espera, o episódio da Tamako está aí. Infelizmente, este ficou aquém do esperado.
-Alguns de vocês já devem ter notado que as pessoas têm a incessante e irritante mania de fazer um estardalhaço em situações sem solução aparente ao invés de se acalmar e pensar nas alternativas com cuidado. Ninguém pensa na solução, só pensam no problema. Se forem pais então, o efeito é dobrado. Esse episódio gira em torno de uma temática comum a adolescentes ou jovens que ainda não se desvencilharam da influência e proteção paterna, no que se pode traduzir como preocupação exacerbada acerca de um tema recorrente e ausência de comunicação no momento mais crucial. O episódio inteiro consistiu de várias cenas em sucessão que retratavam essa insensibilidade por parte do distrito comercial inteiro que não levava em conta os sentimentos da própria Tamako. Eu só pude virar os olhos diante de todo esse burburinho sobre a Tamako ser uma princesa. Ela não é boba e tentou desviar o foco do assunto para a sua medalha de coelhinhos e carimbos acumulados, mas óbvio que não deu certo, pois ela carece de desenvoltura para tal. Em defesa da comunidade, pode-se dizer que seu senso de união e seus trejeitos singelos e modo de vida humilde contribuíram para essa reação em cadeia. É um príncipe, afinal de contas.

-O que esse episódio fez foi acentuar um defeito que já existe desde o começo em doses moderadas: o desenvolvimento em excesso que abre as cortinas para um clímax pouco impactante. A mensagem é interessante, mas o processo para chegar até a mesma não (apesar de competentemente planejado), o que por vezes me passa a impressão de que eles estão demorando tempo demais para chegar ao ponto. Repetindo mais uma vez o que eu tenho dito durante 3 semanas, os personagens em geral não tem carisma o bastante  para tornar as cenas mais aprazíveis e menos tediosas, com algumas poucas exceções. Quem for assistir Tamako sabe que não deve esperar muita coisa do mesmo, e ao término chegará à conclusão de que realmente acertou em reprimir quaisquer expectativas. Até tentaram introduzir uma gag com a Tamako ficando irritada ao fim (um dos poucos momentos do anime inteiro em que ela sai de seu estado Mochi-fuwafuwa, o outro sendo o episódio 9, no qual ela instiga Anko a ir entregar os Mochis para o garoto que eu esqueci o nome), mas isso acaba se configurando como uma cena obrigatória apenas para amarrar a problemática do episódio.
-E eu aqui esperando um episódio da Choi, que decepção. Bem, vamos aos simbolismos, que foram mais moderados dessa vez.

-O primeiro tem relação com esse desenho de Tamako, que lembra um bolo com um morango no centro. Simbolicamente, o morango pode significar muitas coisas. Nesse contexto, representa o amor, o sucesso e a felicidade advindas de um eventual casamento, ao mesmo tempo que faz menção à uma doce personalidade, à infância e à pureza, que é uma alegoria aos medos e incertezas que tal proposta pode fazer despontarem.
-No segundo, ainda bem no começo do episódio, percebemos um pássaro fixado em um poleiro. Tamako é o pássaro, e esta está conectada ao distrito comercial pelas pessoas e laços afetivos que compartilha com as mesmas. O pássaro é um filhote sem patas, o que indica que ainda não está preparado para deixar aquele lugar, pois é muito inexperiente e não conseguiria se adaptar  a uma possível mudança de cenário. A flauta da Choi também exibe esse formato.
-O terceiro é a cena de aparição do príncipe, na qual ele devolve a Tamako a medalha que foi fruto de todos esses anos de convivência e de interação com os vizinhos. É um ato simbólico em que ele restitui sua liberdade de escolha, apartando- a de toda essa responsabilidade e assumindo-a para si mesmo. Acredito que agora já posso afirmar com convicção que o final do anime realmente não vai dar nada.
Até a próxima.