Impressões Semanais – Hentai Ouji to Warawanai Neko 02 – “Foi minha primeira vez.”
Intrigas, mentiras, passado triste e Tsukiko com suas overdoses de moe lhe esperam nesse episódio.
Resumo
Yokodera nos apresenta seu novo cotidiano ao lado de sua “dona” Azuki, na qual está com a característica que ele havia perdido por causa do pedido, a sua fachada. Ao mesmo tempo ele está contando para Tsukiko e pede para a mesma lhe dar alguma ideia do que fazer. Nesse ponto é apresentado algo na série que se era esperado desde o inicio: o interesse dela por Yokodera. Como a mesma não apresenta seus sentimentos, se torna algo um pouco mais guardado e menos notável, mas ao longo do episódio temos completa certeza de que ela nutre algo por ele. Bem, devo confessar aqui que fiquei decepcionado com esse quesito, pois esperava uma justificativa mais condizente do que simplesmente Yokodera ser seu primeiro contato com o sexo oposto e por começar a nutrir em um momento em que a mesma ainda nem montou completamente seu background, mas até posso perdoar devido a ser uma característica que reflete a imaturidade da personagem. Oras, ela é uma pré-adolescente (?) no fim das contas.
![]() |
| De onde sai esse rabo? |
Nosso protagonista decide levar Tsukiko a um café com temas de animais (sério, tomar café ou comer algo enquanto conversa e fica cercado por animas não me parece ser muito atrativo, mas cada qual com seu gosto) e os dois acabam se esbarrando com ninguém menos que Azuki. Como Yokodera não é bobo se aproveita da situação como pode e acaba envergonhando a menina (impressionante como fetiches japoneses viram boas piadas). Tsukiko sabiamente decide sair dali com ele, pois era perceptível que não poderiam ter sua dita conversa. A mesma resolve esperar por Azuki do lado de fora do café em frente a um hotel, mas para o infortúnio dos dois, o zelador (?) aparece e espanta os mesmos dali antes de poderem encontrar Azuki.
Quando finalmente param de fugir, Tsukiko aparenta estar surpresa por parecem um casal onde acaba revelando um pouco sobre seu passado e dialogando rapidamente com Yokodera sobre si mesma (comentarei mais sobre isso em personagens). Eles acabam novamente encontrando Azuki agora trabalhando em uma construção civil, mas dessa vez, não decidem abordá-la ali.
![]() |
| Adramalesh approves! |
Na sequência, assistimos a um pequeno filme do que supostamente Yokodera conclui sobre a Azuki ter tantos trabalhos de meio período (e nos mostra suas grandes habilidades na arte de stalkear) seguido de um pequeno embate. Nosso protagonista então me surpreende mostrando uma atitude que pouco se vê nesse gênero. Sinceramente, ele pode ser o estereotipo extremo de animes ramcom, mas com essa cena ele conquistou não só meu respeito como uma fagulha de esperança para que sua base de desenvolvimento que comentei no post passado. E o que ele faz para ter tanta admiração assim? Simplesmente convida Azuki para sair. Sim, isso é louvável, ainda mais se conhecer a base que molda esse tipo de história (e a maioria dos animes em geral) onde o simples fato de pensar em sair com uma garota já cria um cataclismo de vergonha, vozes gaguejando e rostos corados. Yokodera foi direto, preciso e claro (novamente vou comentar mais sobre essa cena em personagens).
O resto do anime se resume no encontro dos dois (onde a Tsukiko acaba indo também), na apresentação de alguns personagens secundários e na construção do background de Azuki. A comédia está no nível que eu desejava não apelando em momento algum para o fanservice. As piadas podem não me fazer soltar gargalhadas, mas são divertidas de se ver auxiliada pelo carisma dos personagens.
Personagens
Quero destacar algumas cenas em específico para comentar. Primeiramente a que Tsukiko e Yokodera estão em frente ao hotel. Nesse momento, um comentário do rapaz exemplifica bem a situação de Tsukiko e ao mesmo tempo torna a interação entre eles mais interessante de se acompanhar: “Desse jeito, não faço ideia do que ela está pensando”. Aqui ele começa a perceber os efeitos negativos do pedido dela e se preocupar por essa contenção de sentimentos. Como se relacionar com alguém que aparentemente não se sabe o que esta sentindo? Quero ver como isso pode ser trabalhado mais a frente.
![]() |
| Ver a irmã ao lado de um pervertido não deve ser legal. |
No dialogo que ocorre logo após os dois fugirem do zelador, Tsukiko revela que seus pais faleceram quando menor o que possivelmente explica o fato de sua irmã ser protetora e robusta. Tsukushi provavelmente teve que tomar de conta de sua irmã menor após a perda e como resultado seu lado maternal aflorou e enrijeceu sua personalidade para torná-la forte, ou pelo menos, transparecer. Isso explica também a exaltação de Tsukushi após sua irmã dizer que não é da conta dela o fato de estar ao lado de Yokodera, ferindo assim seu lado protetor.
O Yokodera ser capaz de demonstrar suas emoções e pensamentos daquele modo para a Azuki foi o que mais gostei nesse episódio. Aqui é mostrando um dos efeitos benignos do seu pedido e justamente o que ele queria ao desejar para o gato. O rapaz até pode estar sobre o efeito, mas o modo como ele falou tão decidido soou como se tivesse partido por sua própria vontade. Percebam como essa cena pode ser interessante se avaliarmos que Yokodera estava lidando justamente com a característica que ele deseja ter de volta tratando-a como um defeito ou problema. Provavelmente ele não percebeu, mas já é um indício do possível desenvolvimento que espero dele.
![]() |
| Azuki e seu lado yandere. |
E Azuki… a pobre Azuki. Temos ao final a justificativa da característica de Yokodera ter parado nela. A garota sofria (e ainda sofre) de bullying de suas supostas amigas com a qual estudava em seu antigo colégio. Por causa disso ela desejava criar uma fachada onde não fosse necessário se relacionar com as outras pessoas, pois no fim acabaria se ferindo. Bem, o problema dela é um pouco mais complexo até porque o que lhe falta é encontrar as pessoas certas (e se defender das tentativas de bullying), o problema não é ela em si, não totalmente. O mais provável é que a mesma seja auxiliada por nossos protagonistas para superar essa questão o que também quero ver como será trabalhado.
Narrativa
Olhando de uma maneira ampla, esse episódio teve como principal função apresentar Azuki além de moldar um pouco mais a Tsukiko. Isso significa que os personagens estão tendo um bom desenvolvimento mesmo que fique aparentemente em um segundo plano na maioria do tempo em relação à comédia, mas que sabe a hora de tornar os momentos mais sérios. Fico contente que a narrativa seguiu com uma velocidade mais devagar e não tentando atropelar eventos e jogar personagens na tela como ocorreu no primeiro episódio.
Concluindo
Mais divertido e menos apressado que o episódio anterior, HenNeko começa a mostrar com mais nitidez suas qualidades. Ainda continuo a esperar algo dos personagens que já me conquistaram com seu carisma e mesmo que não sejam trabalhados como espero, a comédia se mantida como nesse episódio pode tornar o anime um agradável entretenimento dessa temporada.






Acabei de ver o episódio e sem mais delongas vou comentar.
-Ponto positivo para a atuação do Yuuki Kaiji. Na minha opinião, ele consegue dublar personagens felizes e otimistas melhor do que os típicos sem auto-confiança que o popularizaram. Aquela introdução em que ele atua como narrador (principalmente a parte: ela está sorrindo, eu também estou sorrindo, todos estão sorrindo) conseguiu ser mais divertida ainda com a interpretação dele, e aquela vozinha fina (“…meus sonhos são tão grande como um balão”) implementou no carisma do personagem.
-Sabe o que é interessante na relação entre a Tsukiko e o Yokodera? É que mesmo ela dando sinais, Yokodera não sabe interpretar suas reações, o que não é um problema incomum em relacionamentos, onde muitas vezes os homens não conseguem ir além da percepção direta e objetiva, escutando sem saber ouvir.
-Como kuudere, ela consegue ser mais assertiva do que quando expunha seus sentimentos, vide ela tomando Yokodera pela mão sem o mínimo sinal de hesitação ou vergonha, o que já se torna um diferencial em comédias românticas do tipo.
-O que diabos foi aquele zelador que veio do nada? Foi uma maneira meio forçada de mostrar que Tsukiko estava temerosa.
-Quem diria que teríamos uma analogia com gatos em conformidade com a narrativa? Uma boa jogada do autor essa daí.
-Nos foi mostrado qual o problema de Azuki Asuza, mas não especificamente sua situação familiar e o interior de sua residência. Seria interessante se desenvolvessem esse aspecto com mais profundidade, já que mostrar a família dos personagens é sempre um bônus. Espero que mostrem no próximo episódio.
-Aprendi uma coisa com esse episódio: garotas que praticam bullying no japão são aquelas que fazem bronzeamento artificial.
“É que mesmo ela dando sinais, Yokodera não sabe interpretar suas reações, o que não é um problema incomum em relacionamentos”. Isso também destaca uma boa justificativa para ele ter a tipica caracteristica de protagonistas que não percebem o que a garota sente. Um ótimo uso de ferramenta que usualmente esta ligado na comédia, mas que aqui cria uma relação mais realista.
“Como kuudere, ela consegue ser mais assertiva do que quando expunha seus sentimentos.” Bem observado. Isso me faz perceber que esse episódio serviu para apresentar as vantagens dos pedidos de ambos protagonistas e também traz uma boa questão: Ser maduro significa ter que esconder seus sentimentos?
Tive muita vontade de comentar sobre a analogia com os gatos, mas decidi deixar para o pessoal.
Se mostrarem as familias dos personagens já irá se tornar um dos destaques da temporada ao lado de Maou, SnK e Gargantia. Não é sendo hiperbole, mas esse tipo de relação é tão raro que 5 minutos em SnK foi motivo de destaque. Ainda irei fazer uma pesquisa aprofundada sobre a razão das historias japonesas (animes, mangas e LN) não terem o costume de abordarem laços familiares entre pais e filhos. Será algo cultural ou comportamento tipico deles verem pais como algo desinteressante?
A maturidade em si é uma convenção formulada para proporcionar vantagens sociais e desenvolvimento para os países (talvez esses motivos não sejam os corretos, sem saco de pesquisar agora, mas o que importa é que é uma convenção). As pessoas mudam, mas seria esse um amadurecimento natural ou imposição do meio? No sistema atual é praticamente impossível determinar. Você sabe que uma fruta fica madura quando não está mais verde e que um pássaro se torna adulto quando sai do ninho, mas com os humanos isso é muito mais arbitrário do que parece. Pessoalmente não acho que mostrar seus sentimentos em público seja falta de maturidade, e sim que é comum as pessoas abusarem do rótulo de imaturo para designar atitudes que consideram inconvenientes, até por não terem uma criação boa o bastante que as ensine a lidar com as diferenças individuais, principalmente em países muito católicos como o nosso. Eu não confio nesse conceito quando se trata de seres humanos.
A única justificativa que consigo dar para o fato de não explorarem relações familiares seria atingir o público-alvo com mais precisão, criando uma falsa imagem de independência e elevando o status quo de quem assiste. Repare como os personagens fazem o que quiserem na hora que quiserem e possuem liberdade de ir e vir sem dar satisfações a ninguém. Esse deve ser o sonho de todo jovem japonês.
Saudações
Acompanhando a leitura dos posts deste anime.
Mas darei uma opinião mais assertiva apenas daqui alguns episódios…
Até mais!
Esse foi um ótimo anime, um dos que eu carrego sempre na lembrança. E o Yokodera é considerado o cara mais macho dos animes de harén, esse não foge xD