E tornou-se Netero na rosa de Hiroshima
-Uma luta entre um humano e uma formiga.
-No início da luta, Netero, que estava preparado para arriscar sua vida na missão de assassinar o rei das formigas, vacila perante suas palavras. O rei afirma com propriedade que existem humanos que devem ser acolhidos e protegidos por valerem a pena. Em contraste, Netero compara a virtude dessas palavras com o egoísmo humano ao relembrar sua última conversa por telefone com os altos escalões da sociedade, que querem ver o trabalho feito, mas não pretendem assumir nenhuma responsabilidade caso algo dê errado. O rei tenta convencê-lo, argumentando que o mundo dos humanos é injusto (o que é verdade) e que o mundo idealizado por ele tem ordem e é justo. Dessa forma, as qualidades da sociedade das formigas ajudaria a criar um novo ideal de igualdade, em que os vícios humanos que elas próprias herdaram seriam controlados pela força.
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“Mesmo que os outros exponham os meus erros escondidos ou digam horrores sobre mim,
quando discursam em grandes conferências
pensar neles como amigos espirituais e inclinar-se
ante eles com respeito – esta é a prática de todos os bodhisattvas” -
“Mesmo se outros, iguais ou inferiores a mim em estatuto,
com arrogância, me desprezam, para os homenagear, tal como o faria ao meu mestre,
inclino a minha cabeça perante eles – esta é a prática de todos os bodhisattvas.”
-Quanto a seus próprios vícios, destaca-se a sede de encontrar um inimigo a altura e derrotá-lo. A luta acaba se tornando algo pessoal e despertando um êxtase de sensações em Netero, que mesmo sabendo que seus ataques são ineficazes, continua a insistir ao invés de simplesmente apelar para sua arma secreta e acabar logo com isso. Ao fim de tudo, Netero abandona a virtude da vida e abraça os vícios da morte, mais especificamente o vício humano que comporta todas as diferentes formas que a nossa espécie já criou para fazer mal aos seus semelhantes.
-Togashi já havia abordado esse tema antes na saga do Sensui em YuYu Hakusho, se lembramos da infame “Black Tape” (Fita negra), um VHS contendo todas as atrocidades da raça humana já cometidas. Era um tema recorrente no anime a humanização dos monstros, e aqui não é diferente. Se a rosa dos homens pobres não é o bastante para mostrar o potencial destrutivo do ser humano e como ele consegue ver beleza nessa destruição, não sei o que seria.
Referências
http://www.merriam-webster.com/dictionary/bodhisattva
http://www.lotsawahouse.org/pt/tibetan-masters/gyalse-thogme-zangpo/37-practices-all-bodhisattvas
otimo post
Obrigado, sempre disposto a agradar o público (ou não).
Adorei sua análise!
Por essas e outras o Togashi é um dos meus favoritos mangakas e este arco;Chimera Ants,meu favorito pessoal em HXH!
Chimera Ants é o Opus Magnum do Togashi, isso é sem dúvida
Essa imagem do netero com o símbolo da morte atrás dele foi muito tensa. Outra imagem que representou muito bem o Bodhisattva, foi quando Netero uniu as duas mãos e fez o símbolo S2. Achei estranho eles terem feito uma luta tão corrida, mas com vosso post foi explicado o motivo.Infelizmente, Netero perdeu, e perdeu feio.
Netero já havia perdido a batalha. É comum do ser humano utilizar-se de outros meios, e muitos casos a força bruta, para submeter os outros a sua vontade, quando se perde um debate.
Outra coisa interessante a se falar é a teoria da seleção natural, a qual concerne que o indivíduo que se adapta mais rápido consegue sobreviver, e nisso o rei era especialista.
Outro ponto interessante foi a intensidade da luta, que mesmo milhas a distância era possível sentir o nível de poder entre ambos.
Agora uma questão que fiquei em dúvida é: a bomba que Netero explodiu, ele a explodiu por que não queria perder, em razão de sua missão ou pelo bem da humanidade?
Revendo o episódio, eu percebi que a filosofia da compaixão também esteve presente naquele último ataque dele antes de se explodir, Togashi realmente se apega nos detalhes.
Eu diria que a característica desse arco é que ninguém nem pensa em negociação, matar é o principal e discutir os direitos humanos ou não vem depois.
A única desvantagem das Chimera Ants é que tem menos experiência que os humanos (e isso será revelado mais adiante, pq é spoiler).
Acredito que Netero não se importava em vencer ou perder, desde que a batalha fosse divertida, já que seu trunfo estava garantido desde o início. Se foi pela missão ou pela humanidade, é possível que nem ele tenha sabido depois que o rei abalou sua razão de estar ali e despertou algo mais subjetivo na mente dele.
Parabéns pelo post, Tanaka, sua análise com embasamento em psicológico ficou muito boa! Faça mais isso, por favor. Curti bastante ^^
Na verdade foi mais tentando ser uma abordagem pelo lado do budismo, do Bodhisattva, que apesar de não ser minha área de domínio, deu pra escrever uma coisinha.
Mto bom, to virando fa dessas suas analise de HxH, Meruem é foda xD
Axo q vo ver YuYu Hakusho, sendo do Togashi é de se esperar algo bom.
Voltando ao assunto, a luta do Meruem e Netero foi um dos melhores episodios, ta no meu top 3 de HxH.
Acho que Netero lutou pelo direito à imperfeição humana. Estender o direito à vida, mesmo aos nossos mais abjetos. O direito ao perfacimento voluntário de todos os humanos. De fato, colméias, assim como formigas, são perfeitas. Mas são algo “ditado” pela Natureza. Nós somos um paradoxo. Queremos, e lutamos por um direito voluntário a nos perfazermos, a nos “perfeitarmos”. Talvez até tenhamos a vaidade em tentar aceitar acolher os aspectos grotescos e patéticos de nossos semelhantes. Mas acho isso, por mais estranho, o que nos difere de insetos. Sorrir e chorar com isso. Ter a natureza. Transcendê-la. Aguardar e contribuir, dentro do limite de cada um. Até a transcendência de todos.
Só pra constar: Adoro o Grisson porque ele gosta de insetos. Sou do tipo que lamenta quando as abelhas ficam presas no filtro de café. Tento libertá-las, tomando cuidado pra que não me ferroem. Acho legal quando voam.
Era exatamente esse o buraco que eu não consegui cobrir – pelo que Netero estava lutando. E faz todo sentido, considerando que a função de um Bodhisattva é exatamente essa: renegar a iluminação para guiar os vivos em seu caminho espiritual. Excelente comentário.
Não perdeu feio, ele concluiu o seu objetivo, que era assassinar o rei
e ainda achou um oponente digno