Impressões semanais: Amagi brilliant park 3 e 4
-Demorei, mas cheguei.
-De todas as vertentes temáticas que Amaburi poderia escolher seguir, não é extraordinário que o foco desses episódios se dê em torno de um tema muito discutido no meio empresarial: a liderança. Mas o que é preciso para ser um bom líder?. É essa a pergunta que os encarregados pela administração do parque não souberam responder, e Kanie vai mostrar na prática como se faz. Então, vaaaamos lá!
Número 1: Não revele seus pensamentos levianamente
-Ser muito transparente é um erro grave que vários líderes amadores cometem no início da carreira. Quando for transmitir informação, não vá muito além do básico, pois de forma a garantir o funcionamento e a coordenação da equipe, é necessário estar um passo à frente da mesma. Kanie vê em Moffle um funcionário exemplar e dedicado, apesar dos seus deslizes. Entretanto, não é vantagem para ele elogiá-lo em público, pois poderia ser visto como um sinal de complacência e diminuir a confiança depositada nele por seus funcionários. O melhor é manter a compostura e ser firme para que o Moffle não venha a cometer o mesmo erro no futuro.
Número 2: Esconda suas fraquezas
-Fundamental para um líder. Ninguém gosta de gente insegura e que fica revelando todas as suas fraquezas em busca de compaixão, e isso pega muito mal para alguém que exerce uma função de comando. Que tipo de confiança uma pessoa medrosa transpassa? Nenhuma! E se o problema não compromete a operação normal do parque, para que abrir o bico? É melhor mesmo que Kanie não saia por aí espalhando que tem medo de altura.
Número 3: Não seja hesitante, saiba tomar decisões
-Mais do que um inseguro, o pior mesmo é um líder indeciso. Quando alguém diz para você entrar no robô e salvar a humanidade, não há lugar para atitudes vacilantes. Você entra no maldito robô! Tomar decisões é algo que exige firmeza e autoconfiança, já que fazer uma escolha significa descartar todas as outras possíveis. Muitas vezes, o funcionário só precisa de um empurrão ou um conselho básico para recuperar a tranquilidade, e é nessas horas que o líder mostra a que veio.
Número 4: Seja otimista e não se deixe levar por sentimentos negativos
-Tenha virtude, seja paciente e ao mesmo tempo rigoroso. Não se deixe levar pelos fracassos, e não reaja explosivamente se houver ante às faltas de algum funcionário. Se precisar chamar atenção, o faça, mas sem se exaltar. Essa é a noção de administração de emoções, um dos 7 fatores da resiliência, indispensável para todo ser humano, e principalmente para um líder: a capacidade de se manter sereno diante de situações de stress.
Número 5: Seja original, tenha ousadia
-Um líder é alguém que tem ideias originais e não mede esforços para resolver problemas. Quando não houverem caminhos, crie um! A ideia mais insólita pode ser exatamente aquela que você está procurando. Após avaliar os possíveis riscos, não custa nada tentar. Foi assim que aquele carinha ficou rico com o celular computador.
-Não se espantem se essas definições convergirem em vários pontos com os arquétipos de pai e algumas interpretações de macho alpha. No fundo está tudo interligado.
-Falando em Freud, tem uma coisinha que eu não posso deixar de comentar: é sobre traumas. Não me refiro ao trauma da Isuzu – esse todo mundo já conhece, é o velho trauma japonês de “não sou bom o bastante” – mas sim ao do Kanie. O fato de ele ter medo de altura em razão de uma experiência passada não é novidade, mas a forma como é abordado o é. Primeiramente temos aqui um trauma do tipo simbólico. Kanie não tem medo da altura literal, mas sim da altura simbólica, medo do sucesso. Esse tipo de tradução simbólica de um afeto não é incomum, e como exemplo cito os vômitos causados por neurose, que em alguns casos estão associados ao nojo de ter sido molestado(a) na infância e ter sentido prazer nessa experiência, recusando-se a admiti-lo. O mais interessante foi quando ele disse que a verdadeira causa não foi a que ele descreveu, o que implica em influência de alguma lembrança no inconsciente, característica da histeria e de outras neuroses. Eu não sei muito sobre os mecanismos da fobia na visão freudiana, mas pelo que li em sites avulsos, ela também é caracterizada por uma repressão (recalcamento) do objeto ou lembrança traumática original por outro objeto ou lembrança (no caso, o medo de altura).
Nota: 82/100
Referências
-Freud Obras completas, Volume II
ps: Eu preferi deixar o episódio 5 pra comentar junto com o 6, já que o 3 e o 4 funcionaram melhor na minha análise quando restritos.








O Amagi esta mais humano e menos genial do que eu previa. Nesse começo o MC até que esta fazendo um bom trabalho dando a cara e tomando as decisões, mas no que diz respeito as ideias ele não vem sendo exatamente brilhante. Cometeu erros e tomou decisões arriscadas, o que não exatamente o qualifica como um mau administrador por sinal, é preferível que um líder peque pela ação do que pela omissão.
Eu acreditava que no meio do caminho a obra iria dar uma virada com um plano mirabolante e repentino, mas agora parece crível que no final as pequenas mudanças somadas serão as responsáveis por reabilitar o parque.
Se bem que no final do episodio 5 eu vi aquela flag de “ideia mirabolante a caminho!”. Vamos no que vai dar.
O bom disso é que o anime está mostrando que mesmo que ele tenha as competências necessárias para administrar o parque, ele também não é Jesus. O problema é, que com esse número de visitantes, vai ser difícil alcançar a meta se não surgir uma ideia mirabolante.
O que pode acontecer é ele superar o medo que tem do palco e fazer uma apresentação, o anime deixa claro que ele foi famoso em nível nacional na época em que atuava. Eu acho essa a pior solução possível por sinal, isso seria basicamente ignorar todo o lado da administração e resolver os problemas com o milagre de ter a disposição um ator extremamente famoso e disposto a trabalhar de graça. Assim fica fácil né.
eu estou gostando muito deste anime e realmente desejo ver no que vai dar