Impressões semanais: Etotama 2

-Nya-tan não faz tudo aquilo pelo protagonista simplesmente porque é uma menina e waifu exemplar, não caiam nessa! Ela é a encarnação da fel maligna em pessoa, usando-se de todos os meios possíveis para alcançar seus objetivos, principalmente o mais importante, que é a coleta dos 12 selos que a tornarão em uma etotama do zodíaco chinês, o que a fará ter mais adoradores e uma reserva infinita daquele negocinho cujo nome não consigo recordar no momento e chamarei de empathion fazendo referência a Log Horizon. Em suma, tem a personalidade de um verdadeiro gato.

-Há, na verdade. uma discriminação de gênero aqui. Reparem que o contato físico entre Nya-tan e Takeru é sempre amigável, apesar dos interesses subjacentes. Já as amigas não tem essas regalias porque são mulheres, e mulheres não se dão bem com mulheres e brigam o tempo todo enquanto falam umas das outras pelas costas. Na ficção o negócio é mais direto:

–Minha imagem dele foi destruída no momento em que ele ficou feliz com o café da manhã (no dia anterior, ele havia dito que ia comprar comida) e a partir daí, assumiu uma atitude totalmente passiva e tímida diante da menina gato. Aonde foi parar toda a sua determinação, jovem? Já esqueceu que a sua casa foi destruída no episódio anterior por causa dela? Que ela invadiu a sua propriedade e te deu um soco por algo que você não teve culpa? Oque aconteceu com aquele garoto sério e virtuoso, para onde ele foi? Takeru, você está um passo mais distante do nirvana.

-Seguindo a linha de estupro consensual de Valvrave, agora temos uma nova modalidade: o bullying bilateral, aquele em que a vítima se vinga do agressor, que se vinga da vítima, que se vinga do agressor de novo em um ciclo infinito de ódio. Ninguém pode reclamar que a Nya-tan não teve o que mereceu. Essa é uma prática que eu considero até saudável e recomendável, muito comum entre os homens, já que a zoeira mútua e a manutenção da mesma sem ressentimentos é um sinal de relações saudáveis. 

-É como se eles já soubessem que, invariavelmente, haverá um chato resmungando porque “hurr durr exposição” e para agradar esse sujeito, resolvem intercalar cenas de humor com cenas de explicação do anime. As situações em si são fruto de intensos surtos de criatividade por parte da produção, variando do ridículo ao ridiculamente ridículo, desde o churrasquinho com as amigas até o leilão pela posse de Takeru, produtor da substância mágica da qual elas precisam para se transformar na forma “pretty”. Eu não criaria expectativas de que esse surto cômico fosse durar até o final do anime, haverá um momento em que as ideias serão esgotadas, então aproveitemos enquanto dá.

-Se a sua waifu fosse real (me perdoem por blasfemar dessa forma!), o que você faria com ela? É uma pergunta retórica, claro. Obviamente, haveria uma certa perseguição e fetichização contínua, roubo de calcinhas usadas e todas as perversões que você puder imaginar. Explico: o mundo 2D é puramente conceitual, e em um mundo feito de ideias, não há possibilidade de uma realização carnal com a waifu, e a relação simbólica de afeto mantida para com a mesma é muito menos influenciada pela libido física. Se ela viesse para o mundo 3D, entretanto, esse símbolo não poderia se manter como tal, considerando que as tentações da carne seriam uma realidade imediata e inevitável para a maioria dos presentes. No caso da Moo-tan, a fantasia é real, e ela não consegue se segurar. O fato de o lesbianismo ser popular entre um nicho relevante de otakus também ajuda aos montes.

-Já acabou o texto, eu só queria usar essa gif mesmo.