Impressões semanais: Ansatsu Kyoushitsu 2 e Musaigen no Phantom World #04 + Bônus


Ansatsu Kyoushitsu #04

Se semana passada AssClass focou na mudança de personalidade de Itoma, desta vez, metade do episódio foi para mostrá-lo prontamente adaptado em sua nova realidade, mesmo com uma personalidade fria e até cínica. A verdade é que este foi um capítulo praticamente irrelevante para a plot principal, como ocorre com qualquer anime de 2 cours, tendo ele muito material para adaptação ou não. 
Mesmo que AssClass tenha uma pegada forte de humor, ele normalmente vinha acompanhado de algum plano ou esboço com objetivo narrativo, o que não ocorre 2ª parte do capítulo, sendo um verdadeiro show de piadas e momentos genuinamente de caráter cômico. Toda a cena de treino com Karasuma, com os alunos utilizando nicknames para esconder sua identidade – o que não ocorre, já que cada um possui uma nomeação totalmente específica com suas características já apresentadas no anime, como a garota de peitos pequenos, o viciado em mangás e o tarado – serve para arrancar risos, sendo sua maior contribuição mostrar e evolução dos estudantes, que já não mais são humilhados por seu professor-treinador. 
É apenas no epílogo que parecemos voltar à realidade de sua história, ao mostrar o diretor de Kunugigaoka e seu filho discutindo sobre o restante do semestre e a classe E-3, ambos com a mesma acidez e desprezo de sempre.
No geral, um episódio que me foi levemente engraçado, nada mais do que isso.

Avaliação: ★   ★ ★ 

Musaigen no Phantom World #04













Izumi Reina foi criada para ser adorável em todas as suas características. Do visual frágil e Moe, passando pelo figurino sempre simples e elegante, a dublagem aveludada, todos fatores que contribuem para catapultá-la nas listas de Waifus de final de temporada – tenho certeza que muitos a incluirão. Porém, faltava um fator crucial para tornar a personagem marcante e aumentar sua empatia e afinidade com o público, faltava um bom desenvolvimento. E foi isso que este episódio 3 buscou fazer, tanto que não há uma cena de ação em seus 23 minutos, todos usados para explorar Reina.
A maneira como Reina foi “possuída” pelos Phantoms para fugir da realidade que a atormentava, através da fuga de sua irmã e a rigidez aparente com a qual seus pais a tratam, não apenas acrescentam camadas de complexidade, como cria uma relação de cumplicidade e identificação entre nós e a personagem. Afinal, quem nunca quis fugir da dura realidade em algum momento? Talvez o simples ato de acompanhar animes mais fantasiosos seja um exemplo disso, É uma atitude compreensível e que justifica toda a hesitação e anseio exibido anteriormente por ela para com Mai e Ichijou, com medo de se sentir excluída e isolada. Me senti tão próximo e relacionado com a graciosidade de Reina, que jamais senti falta de cenas de ação e batalhas, acho até que ficaram deslocados em meio a trama do episódio. 
Todo esse pequeno arco também foi eficiente para explorar um pouco mais a amizade e confiança entre Reina e Haruhiko, já que nos capítulos anteriores, Izumi parecia apenas querer agradar Mai, apresentando até uma aparente indiferença com o protagonista. O discurso espontâneo e inflado do herói é que acaba acordando a garota, e posteriormente, a impedindo de abandonar a realidade em definitivo.

A Diferença entre as animações. Ichijou, na realidade, enquanto Reina está hipnotizada.

A disparidade entre o visual do mundo real e o dos phantoms merece uma nota especial. Não apenas por sua costumeira primazia técnica, mas como serve de instrumento narrativo. Muito interessante a maneira como os sonhos foram exibidos com uma animação granulada e de clores caras, se assemelhando muito a uma pintura em giz de cera. Um ambiente alegre, em extremo contraste a casa de Reina, que reparem, é escura e com enormes portões negros, como uma prisão, um indício de como a menina se sente desconfortável naquele local.

Assumindo que Musaigen deve se tornar uma obra de 1 cour com no máximo 15 episódios, eu diria que os 2 próximos episódios devem definir se o anime terá uma plot mais contundente e específica, ou se manterá episódico, o que pra mim, seria uma decepção, visto a mitologia com grande potencial que já foi esboçada. Provavelmente ainda irão explorar melhor o background de Ichijou, como também devem introduzir logo Kurumi(que apareceu de relance em momentos do capítulo passado) e Minase Koito, que obteve novamente uma participação curta e irrelevante, condizente com seu caráter frio. Só espero que o façam logo, visto que nos logo estaremos na metade do cour.

Avaliação: ★    ★ 

#Bônus

Ao no Kanata  no Four Rhytm


Em seu 3º episódio, a adaptação do estúdio Gonzo para a visual novel de nome homônimo já disse a que veio. Com uma trama  alegre, descompromissada e irreverente, Ao no Kanata é um bom anime para quem ainda quer ver algo nesta temporada, mas não sabe o que. Não vai revolucionar a vida de ninguém, mas dificilmente quem o conferir não irá se divertir com um sorriso no rosto. Diria que 70% ou até mais de toda a duração dos episódios até aqui foi envolvendo jogos de Flying Circus, um esporte aéreo utilizando os sapatos com propulsores que são muito populares no universo do anime. A animação é irregular – estamos falando do Gonzo, afinal -, mas não compromete, com boa utilização de CG nas cenas aéreas. E para quem esta em falta de Waifus, saiba que encontrará uma grande variedade aqui. Se quer conferir algo semanalmente com o “cérebro desligado”, buscando diversão, fica a dica.

#Extras

O momento em que Reina volta a realidade – reparem nas orelhas fanservice.

Cenas com uma movimentação verossímil de cabelos sempre me agradam muito.

O Flying Circus