Summer Time Rendering #10 – Impressões Semanais

O episódio dessa semana de Summer Time Rendering caiu em certos pontos que eu considero meio complicados de aceitar.

Alguns podem gostar, outros podem não se importar e, como no meu caso, alguns podem torcer o nariz e não achar o momento muito apropriado (famoso timing).

Humor é algo que quando bem usado consegue, literalmente, te tirar lágrimas com um sorriso no rosto, mas quando perde o controle acaba diminuindo a imersão e quebrando um pouco do ritmo da narrativa.

Longe de mim dizer que esse episódio de Summer Time Rendering foi ruim, até porquê, as piadas em si não foram tantas, mas aquele gostinho de que os personagens estavam vivendo duas realidades dentro de uma mesma cena ficou na boca e me fez perder um pouco da tensão que o episódio deveria ter.

Vamos tentar explicar melhor…

Para não perder muito tempo com algo que talvez nem seja tão relevante assim para maioria, o que me incomodou um pouco nesse episódio foi o uso do humor.

Nas últimas semanas o timing cômico funcionou bem por conta de ser uma transição entre os acontecimentos e ser importante para criar empatia com a Ushio e os dilemas que o fato dela ser uma Sombra devem criar no futuro, mas aqui as reações me soaram meio forçadas.

Ao mesmo tempo que os personagens estão sussurrando para criar tensão sobre o perigo, eles estão gritando um com outro por detalhes meio bobos, como a escolha de roupas do Shinpei e a decisão de comer dentro da clínica, isso, que por sinal, foi o grande problema para mim.

Difícil levar a sério.

Se estivéssemos em um anime de comédia eu aceitaria de boa a cena, mas considerando a seriedade da obra, é bem decepcionante ver a dedução do Shinpei partindo de um caricatura.

A Ushio até comenta sobre seu estômago estar cheio para criar uma relação visual, mas para mim foi difícil dar credibilidade para como aquela piada serviu de gatilho para resolução do problema, esse, que por sua vez, nem era tão complicado assim.

Dava para deduzir sem problemas que a estátua podia representar uma mulher grávida sem precisar depender de uma conveniência dessas.

Por mais que não seja algo super incomodo, eu preferiria muito mais ver toda aquela investigação sendo levada a sério do que intercalada com essas piadinhas que poucas vezes me fizeram achar graça.

Nem tanto…

Deixando isso de lado, vamos para as partes relevantes do episódio, começando pela Tokiko mostrando um pouco de onde “sujou suas mãos” antes do festival da ilha.

O mais interessante, no entanto, é a adição do detetive investigando o sumiço dos Kobayakawas, coisa que não tinha sido mostrada nos loops anteriores pelo que me lembro.

Pela reação da Tokiko, já dá para deduzir que a presença do cara não é nem um pouco interessante para eles, mas não dá para imaginar até que ponto isso pode afetar a história e prejudicar os planos do Shinpei.

Agora resta saber se o detetive está realmente ali por acaso, ou se foi para ilha com a intenção de investigar alguma outra coisa mais obscura.

E morreu.

Já em relação a clínica abandonada, vou comentar melhor sobre a Ushio nos extras para não misturar muito as ideias, mas foi interessante ver um pouco mais das explicações e aplicabilidade dos seus poderes.

O esquema de ter um limite de copias pode funcionar bem no futuro como um fator decisivo para algum evento importante, então pode ser interessante manter em mente o que ela já copiou até o momento.

O fato do seu braço ainda não estar totalmente curado me faz acreditar que só as Sombras conectadas ao Pai/Mãe podem recuperar esse tipo de dado, o que, quem sabe, significa que os poderes da Ushio talvez tenham até um limite de uso ou coisa do tipo.

O bug da Ushio tá bugado.

Na parte da exploração eu não consegui ver nada muito relevante até o momento. Talvez tudo se conecte depois, mas, por hora, o mais interessante foi aquela estátua.

O design nos monstros de Summer Time Rendering está de parabéns porque as criaturas conseguem ter aquela vibe meio Dark Souls e impor presença só com o visual.

Quando mais olhava para estátua, mais macabra ela ficava e isso realmente me deixava tenso e querendo saber mais sobre o que ela era.

Além disso, o novo tipo de Sombra que mostraram nesse episódio também segue uma linha parecida, fazendo aqueles sons de bebê que dão aquele sentimento estranho de filmes de terror.

Bizarro.

Já sobre a luta, não achei tão impressionante quanto as outras, mas ter aquele lapso sobre o emocional do Shinpei foi interessante para começar a entender melhor sobre o seu passado e a relação que tinha com os pais.

Outra coisa que chamou bastante minha a atenção foi a fator peso que o Shinpei colocou nos amigos por conta de saber que o ideal não é depender dos loops para consertar possíveis problemas, mas sim prevenir eles o máximo que dá.

A maioria das história com esse tipo de mecânica não se importa muito com os personagens secundários por se apoiar nas voltas no tempo, então é legal ver essa consideração de: “tudo bem eu morrer, mas seria complicado queimar um loop inteiro para salvar alguém de novo”.

Consideração legal.

Além disso, justamente nessa conversa me veio uma outra curiosidade.

Se a Ushio voltou com o Shinpei e ele teme que ela possa desaparecer se morrer antes, então tem uma segunda Ushio Sombra nesse loop?

Não sei se entendi errado, mas na linha original a Ushio estaria recuperando as forças para despertar antes do festival. Se ela voltou com o Shinpei dessa vez, ficou sem uma Ushio nesse loop ou teria outra ali? O sonho de três Ushio pode ser real?

Essa foi uma dúvida que me deixou bem curioso para ver como vai ser respondida, porque dependendo da resposta a condição de voltar no tempo fica ainda mais complexa, já que a Ushio pode sofrer com efeitos colaterais agora.

Meio complicado arriscar os resets.

Por fim, o episódio encerra com aquele ataque de bebês sombras sem cabeças.

Se um já deu um certo trabalho, imagino que tenha pelo menos um certo nível de dificuldade adequado para conseguirem escapar da li.

Vamos ver até onde essas investigações vão levar e se mais alguma informação importante vai ser adicionada a história nos próximos episódios.

Extra

Vamos a Ushio e seus poderes.

A autor de Summer Time Rendering é bem safado quando se trata de conveniências. Ele consegue amarrar até que bem para elas se justificarem (por mais tenha usado um pouco mal nesses últimos episódios).

Como não tem muita informação dos poderes das Sombras, qualquer coisa que surgir dá para dizer que é verdade porque não tem nada como base para dizer o contrário, mas eu já estou começando a ficar de olho em como a Ushio tem virado uma caixinha de ferramentas.

Manipulação do corpo (ataque com o cabelo), radar de Sombras, copiadora ambulante, consegue troca de formas… São muitas funções que na mão das outras Sombras poderiam mudar o rumo de certos eventos passados de forma bem simples.

Tem a possibilidade da Ushio ser um caso a parte, e por isso a Mio Sombra e a Shiori do capeta não usaram esse tipo de coisa antes, porém, é algo para ficar preocupado, porque pode ir fazendo a qualidade do enredo cair cada vez mais.

Será que as Sombras da clínica são tudo pacientes antigos?

Nem repararem que o bicho virou um objeto ao invés de desaparecer.

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.