Goblin Slayer #01 – Impressões Semanais

 

Goblin Slayer é um daqueles animes que chama atenção facilmente em poucos minutos de episódio.

Seja pela forma como expõem a sua história, ou pela maneira como não perde tempo para já dar inicio aos momentos de tensão, a estreia da obra de faz criar expectativas bem positivas sobre o que vai encontrar daqui para frente, devido a forma inteligente como apresenta seu mundo.

Tudo parece bem interessante.

Logo de início, por exemplo, temos a apresentação da sacerdotisa, mostrando sua inscrição na guilda para que possa ajudar outros aventureiros.

Essa parte, que poderia facilmente cair em explicações repetitivas sobre a funcionalidade do sistema presente naquele mundo, acaba sendo bem rápida, e focada em pontos que são importantes para criar algumas noções sobre o ambiente em que os personagens estão, como o rank dos colares e o nivelamento dos aventureiros.

É legal notar também como o autor tem o cuidado em estruturar o seu diferencial na obra para tentar levar os espectadores, ou leitores, no caso do mangá e LN, a criar uma visão mais despretensiosa sobre o mundo, e assim, impactar ainda mais nas cenas chaves.

Durante essa introdução, o anime mostra, de forma despreocupada, diferentes pessoas comentando sobre suas aventuras, e citando monstros que naturalmente são vistos como seres bem mais fortes que os goblins que dão nome ao título da série.

Isso, claro, acaba te fazendo ficar curioso para entender como aquelas criaturas fracas se tornaram tão perigosas, e como aquela inocente sacerdotisa acabou chegando na situação mostrada nos minutos iniciais, com o chão coberto por sangue e precisando ser salva.

Aqueles 30 segundos de introdução que já te fazem querer assistir o episódio até o final.

O uso do grupo de aventureiros iniciantes também acaba sendo importante por conta disso. O anime tenta te mostrar que aquele mundo ali não é diferente dos já visto em outras mídias, com criaturas místicas, pessoas exercendo trabalhos para guildas  e realizando missões, mas que existe alguma coisa a mais nas ações dos personagens, que pode acabar te fazendo mudar de opinião.

Ou seja, apostar na imaturidade e falta de experiência do grupo de novatos cria o ambiente perfeito para explorar tudo o que o autor gostaria de fazer, sem necessitar de muita coisa.

Você sabe que eles vão se ferrar na história, mas o clima de suspense em cima de como, ou melhor, de ontem eles iram cometer seus erros, acaba fazendo com que o nível de interesse na história aumente, e quando as ditas cenas vem, não tem como deixar de ficar surpreso.

Tudo bem distribuído para causar impacto sem exagerar.

Quando eu vi o anúncio do anime, acabei indo procurar o mangá para ter um ideia do que se tratava, então meio que já sabia como as coisas iriam acontecer nesse primeiro episódio, e quem sofria o que ali, mas ainda assim, fiquei surpreso em como conseguiram trazer impacto para as cenas, e causar aquele leve desconforto em que está assistindo.

O estupro da garota acho que é de longe o que mais pesa, e graças a boa direção, conseguiriam transmitir a cena da melhor forma possível (se é que dá para usar “melhor” aqui), e manter a brutalidade das ações dos goblins.

Na verdade, toda essa parte na caverna, e na luta contra as criaturas merece bons elogios para direção, porque conseguiu fazer tudo ali funcionar bem.

Cada uma das mortes, o impacto na sacerdotisa, fazendo ela chegar ao ponto de urinar de medo, e a frieza em colocar um fim nos filhotes de goblin, tudo foi muito bem conduzido, com uma trilha sonora presente e forte, que ajuda a intensificar ainda mais as cenas.

Meio pesado, de qualquer forma…

Vale ressaltar também outro aspecto importante no desenrolar dessas cenas, que é a forma como a violência ali não é usada simplesmente como um mecanismo para causar espanto nos espectadores.

Não é aquela questão de mostrar uma sequencia de desgraças orquestradas para criar uma tragédia. O anime explica cada um dos pontos que levaram a situação de desespero em que o grupo de novatos se colocou, mostrando que o mundo criado pelo autor respeita certas regras com base em uma noção realista de violência.

Isso para mim é fundamental, não somente por mostrar as razões por ter escolhido apresentar o protagonista através da visão desse grupo de aventureiros, como também para deixar as expectativas ainda mais positivos, já que dá para esperar que mais evento desse tipo aconteçam daqui para frente.

Punição de erros simples, mas que exemplificam bem a brutalidade do mundo em que eles estão.

Para fechar, não tem como deixar de falar dos dois personagens principais apresentados.

O protagonista em si não mostrou muita coisa, por enquanto ficando apenas como o cara badass que apareceu, mas que não chega a causar aquela sensação de que estamos lidando com um personagem overpower.

Ele tomou atitudes bem calculista, mostrando até  mesmo um certo respeito pelos goblins ao tratá-los como verdadeiros inimigos e não subestimar o que estavam fazendo, ou o território que estava entrando, como foi o caso dos iniciantes.

Essa relação dele com as criaturas é outra coisa que me deixou bem curioso, porque, mesmo dando para ver que os goblins não são tão inúteis assim, ainda é intrigante perceber que um aventureiro de nível alto se dedica a matar aquele tipo de criatura, ao ponto de assumir um título em cima disso.

Curioso…

Já sobre a garota, eu também gostei de como ela se comportou na história.

Por mais que tenha sido introduzida como uma típica menina que precisa ser salva, em momento algum ela se mostrou completamente frágil, até mesmo em momento em que mostra aquela personalidade mais humanitária, com na cena em que pede para salvar a garota de cabelos vermelhos antes dela.

Personagens na situação dela tende a ter comportamentos desesperados, muitas vezes só contribuindo para que tudo fiquei ainda pior, porém, no caso da sacerdotisa, mesmo querendo evitar aquilo, não ficou hesitando o tempo todo sobre como agir, ou insistindo desnecessariamente para encontrar uma outra forma de salvar a garota.

Ela seguiu as recomendações da pessoa experiente, e não chegou a se mostrar como um obstáculo para o grupo, ou para o protagonista, até mesmo ajudando ele em algumas ações.

Fora que, a menção do limite das suas habilidades, pode acabar vindo a ser um fator importante em futuras aventuras.

E mesmo depois de sair da caverna, ela ainda decidiu continuar com o Goblin Slayer.

Resumindo, Goblin Slayer faz uma estreia bem interessante, trazendo tudo aquilo que se propunha a trazer, e mostrando um mundo brutal que pode punir as pessoas em seus menores desafios.

Para quem gosta dessa proposta mais dark, ao menos por enquanto, o anime parece valer a pena acompanhar, já que cria um ambiente interessante para esse lado mais realista de fantasias medievais.

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E você, que nota daria ao anime?

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Extra

Acho que só faltou uma animação melhor nas lutas…

O cara.

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.