Darling in the Franxx #06 | Impressões Semanais

Nota do editor: Lembrando que o Marcelo faz as impressões escritas de Darling, as do Marco em vídeo só saem na terça. Algumas pessoas estavam confundindo e achando que ambas eram do Marco

Dando continuidade ao que foi levantado na semana passada, o sexto episódio de Darling in the Franxx traz o confronto com a horda de Urrossauros que se aproximava do Latifúndio.

Para quem sentiu falta de ação, com toda certeza esse foi um belo “pedido de desculpas”, já que foi um episódio inteiramente dedicado ao combate dos Urrossauros. Por outro lado, mesmo que seja elogiável conseguir manter uma luta por vinte minutos, certas decisões ali são bem questionáveis para mim, para não dizer fracas.

Nenhum preconceito contra quem curte protagonismo.

Ok, é indiscutível o quão bom esse episódio foi quando estamos falando de ação. Se já é um tanto quanto complicado manter boas lutas por alguns minutos, o que dizer de um episódio inteiro? Talvez não tenham sido o melhor exemplo de coreografia, mas segurar um embate por todo o episódio é algo considerável.

O anime não perdeu tempo com diálogos de recapitulação, estratégias aleatórias que ninguém liga, ou qualquer outra coisa que normalmente usam para dar aquela leve enrolada, e segurar o tempo até a batalha final. Com poucos minutos tudo já está nos seus devidos lugares, e as informações mais importantes já tinham sido apresentadas para dar início a treta.

Além disso, as batalhas servem para mostrar como funciona a diferença entre os esquadrões, como foi falado na semana passada, e voltar a reforçar como o grupo do Hiro tem certas dificuldades em se organizar por falta de experiência.

Os modelos padronizados do outro esquadrão são bem simples, e deixam aquele velha questão – sobre o motivo da existência daquele grupo diferente – ainda forte, principalmente quando um dos pilotos se pergunta a razão pela qual a Ichigo faz parte de uma equipe tão “fraca”.

Eu gostaria que o anime desse um pouco mais de explicações sobre o esquadrão do Hiro, porque, querendo ou não, mistério demais se torna enjoativo, e dificulta entender se o comportamento deles é condizente com a história.

Uma hora estão sendo o grupo com potencial, e outra sendo desrespeitado pelos demais, o que em situações como a do episódio da semana, onde o inimigo é relativamente poderoso, faz soar como se estivessem fazendo coisa além das suas capacidades.

Eles estão melhorando, e o trabalho em equipe é legalzinho, mas é bom saber até onde eles podem ir.

Se por um lado a ação consegue ser bem aproveitada, por outro, ela acaba sobrepondo alguns informações importantes que vinha sendo trabalhada em relação ao Hiro.

Dramatização em excesso pode virar um problema, mas deixar de lado todo o trabalho feito em cima dela também não é muito legal para mim.

O último episódio tinha conseguido construir um clima bem sombrio e instigante a respeito do atual problema do Hiro, e dos efeitos criados pela pilotagem com a Zero Two, mas nesse episódio acaba deixando bem menos expressivo do que deveria.

O abuso da ação não chega nem ser o real problema aqui, o maior problema para mim foi ver tudo sendo resumido ao Hiro pressionando o próprio peito enquanto era instigado pela Zero Two.

Isso não conseguiu alcançar nem metade do peso da direção do último episódio, e mesmo que eles estivessem correndo risco ali, com o Strelizia sem condições de lutar, eu não sentia qualquer sensação de perigo para os dois.

Para ser sincero, o momento em que a Ichigo “desligou” conseguiu me deixar mais apreensivo, por conta do desespero dela e do Goro, do que a dita “última pilotagem” do Hiro.

Fora que ainda temos aquele pequeno problema…

Para complicar ainda mais, o bem dito protagonismo que surge no final, só deixa tudo ainda menos impactante. Dizer que a culpa é do protagonismo em si, seria exagero, até porque, esse tipo de coisa é um marco de animes mais “animadinhos”(vulgo Shounen) como Franxx.

Eu não gosto desse mecanismo de roteiro, por ser bem fraco, mas Franxx não foi o primeiro a usar, e nem vai ser o último, e crucificar o anime por usar mais um clichê não faz muito sentido. O que realmente me deixou um pouco decepcionado com o final do episódio, foi perceber que ele praticamente inutiliza o que aconteceu semana passada.

Para que fazer algo tão bacana em cima do Hiro, até mesmo arrastando os outros personagens para esse problema, sendo que tudo ia ser resolvido dessa forma? Manter o interesse e criar um gancho, claro.

E mesmo que tenha a desculpa de ter sido uma transformação, ou qualquer coisa que fosse, ainda me faz questionar se era o melhor caminho para seguir.

Ah, e claro, isso não se aplica a cena dentro da cabine com a Zero Two. Aquela parte, de fato, foi interessante, e mostrar um pouco mais do lado dela, e da sua quase obsessão por matar os Urrossauros (resta saber o porquê), além de aprofundar um pouco mais da relação entre os dois.

Porém, da mesma forma que essa cena não é inutilizada pelo protagonismo desnecessário,  não é pelo “salvamento” da Zero Two estar ali, que todo o protagonismo pode ser perdoado.

Bem bonito… Pena que veio embrulhado em uma cena problemática para quem é mais crítico.

Trazendo um episódio repleto de ação, Darling in the Franxx chega a um ponto final para os perigos de pilotar junto da Zero Two, mas acaba abusando do famigerado protagonismo para resolver os problemas do Hiro, e salvar o dia, sem dar uma boa explicação para o retrocesso do tumor(?) que tinha no peito do Hiro.

A aparição de um novo personagem no final já dá indícios da direção que a história vai, provavelmente envolvendo o grupo de especial que foi comentado a alguns episódios atrás.

Vamos ver como fica, e se vão dar um pouco mais de explicação para o que está acontecendo com o mundo, porque acho que já tá na hora de saber melhor o que são esses Urrossauros, o como eles surgiram.

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E você, que nota daria ao episódio?

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Extra

Teve clichê pior no episódio, não culpe o pobre protagonismo.

Só deixar a imagem aqui para as teorias.

Essa cena das asas ficou legal, com a frase do Hiro e tudo mais.

Cada vez os ângulos tão ficando mais sugestivos…

Muita fofura.

Bem legal.

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.