Darling in the Franxx #01 e #02 – Impressões Semanais

Mesmo que grande parte do hype estivesse rodando em torno de Violet Evergarden, Darling in the Franxx conseguiu receber um pouco de atenção, graças a alguns teaser e trailers que foram liberando. A estreia aconteceu e, na medida do possível, conseguiu ser satisfatório, e ganhar a simpatia de muitos, em partes, por conta de um certo alguém…

Atualmente, a grande “queridinha”.

Por mais que seja inevitável falar sobre a Zero Two, vamos nos focar um pouco no que o anime tem a oferecer em sua história, e nas possibilidades que pode desenvolver no futuro, em um aspecto geral.

De maneira simples, Darling in the Franxx tem uma ideia bem… Batida, por assim dizer. O gênero Mecha é comum em animes, e os moldes que Franxx segue não inovam muito (ok, tem o lance do episódio dois, mas isso é para mais tarde).

Se tirássemos o carisma da waifu, sobraria uma história entre dois pilotos, que precisam ter um bom relacionamento e sincronia, para controlar uma espécie de robô, e assim, defender o mundo de uma ameaça externa, seja ela alienígena, fruto de um experimento mal sucedido, ou simplesmente qualquer coisa que deu vontade do autor escrever.

O anime, como exceção de alguns pontos, não entregou muito para se diferenciar dos demais em termos de narrativa, e colocar todo o valor da obra na frase “mas tem a Zero Two”, pode acabar virando um problema a longo prazo.

Isso não chega a ser exatamente ruim,  e o primeiro episódio conseguiu trabalhar alguns pontos de forma satisfatória, até mesmo desenvolvendo os problemas do protagonista, sem transformá-lo em um típico fracassado sem qualquer salvação (por mais que ele seja um), mas ao menos para mim, ainda falta alguma coisa para criar uma ligação com a história, e dizer que o anime realmente tem um futuro garantido.

Acho que a sugestão dessa frase é autoexplicativa, né?

O primeiro episódio consegue funcionar bem como uma introdução aos personagens, e a alguns conceitos do mundo, como a escola, e o fato das crianças serem selecionadas, e receberem uma numeração após isso.

Um pouco drama em torno da situação atual da raça humana também aparece para dar um “Oi”, por mais que não tão bem trabalhada assim, criando um ambiente curioso para ser explorado, e te localizando de forma agradável ao que está acontecendo ali.

As sequências de luta, e o encontro do protagonista com a garota, também entram para marcar bem o episódio, sendo que a segunda parte, consegue ser ainda mais impressionante, graças ao carisma da Zero Two.

Ela consegue levar o episódio basicamente sozinha, e segurar grande parte da atenção para o que está acontecendo na tela, e não demora muito para você estar simpatizando com a personagem, e querendo ver mais sobre o seu passado, e o motivos dela ter aqueles chifres.

O dilema do protagonista e sua antiga parceira também introduzem algumas nuances do seu problema em controlar os robôs, e até mesmo sobre como as crianças, que não conseguem serem úteis, são tratadas.

Em resumo, o primeiro episódio realmente consegue agradar, e mostrar algumas coisas promissoras, mesmo não sendo lá, um exemplo de inovação.

O problema para mim, foi que o segundo episódio parece trazer um retrocesso para todos esses pontos, e cria um marco não muito positivo sobre a tentativa de inovar que o anime buscava.

Eis que em um belo dia, alguém decidiu usar fanservice.

Antes de mais nada, desliguem o espírito de quinta série.

Desligados? Muito bem, agora vamos pensar.

É mais do que óbvio que as mecânicas de controle dos robôs foram sexualizadas, e por mais que no contexto da história não seja exatamente essa visão dos personagens sobre o mecanismo, isso ainda existe ali.

A grande questão é que ela decorre durante o episódio todo, e mesmo que fosse importante apresentar os meios de controle dos robôs, assim como o relacionamento dos demais personagens, a maneira como isso acontece não foi lá muito inteligente, e só cria uma aparência negativa, para algo que não tinha necessidade de ser tão exagerado assim.

Eu já vi esse tipo de piada em algum lugar… Ou em muitos outros.

Eu não me importo com fanservice, e nem vou problematizar as cenas, mas é inegável para mim que essa escolha prejudicou boa parte do que tinha sido trabalhado no episódio anterior.

O intuito ali era desenvolver o protagonista e a sua dificuldade em controlar os Mechas. A ideia realmente é boa, e eu gosto quando perdem um tempinho com essa exposição de problemas, ao invés de colocar tudo na prática e evoluir o personagem através da porrada.

O problema é que, no lugar de uma abordagem mais sutil sobre relacionamentos humanos, e as barreiras para se “conectar” a outra pessoa, o anime fez parecer que é uma mera questão de tesão, e que o protagonista tem um problema de disfunção erétil.

Quer colocar peitos balançando, closes em garotas vestindo calcinhas, gemidos para gerar duplo sentido? Coloca, mas é preciso de um pouco de tato para fazer isso, e não perder oportunidades de elaborar melhor o que estão fazendo com o enredo.

O primeiro episódio tinha me convencido bem com toda aquela metáfora sobre pássaros e a necessidade de encontrar um parceiro para se “completar”.

Porém, quando a chance de trabalhar isso apareceu, foi completamente encoberto por fanservice que poderiam ser resumidos em menos de dez minutos de explicação.

Usar um episódio inteiro para isso não faz o mínimo sentido, e não trabalha nada para história, porque, como disse mais acima, o espírito de quinta série te impede de ver qualquer coisa, além das insinuações de duplo sentido presente ali.

O problema não é a mecânica de funcionamento dos robôs, e sim o fato da exploração dela não agregar nada para o episódio, e gerar deméritos para o que tinha se mostrado positivo antes.

Uma informação extra, ou o abuso do drama entre a antiga parceira dele, poderia apresentar essa função duvidosa de forma mais neutra,  sem criar esse efeito cômico desnecessário na personalidade do garoto.

Só aproveite o momento para parecer idiota.

Darling in the Franxx ainda se mantém com uma premissa interessante, por mais que não se destaque muito dentro dela, principalmente por tentar uma forma “original” que não foi lá muito bem apresentada.

O maior problema para mim não foi nem o fanservice em si (tem coisa pior por aí), mas sim a maneira como foi encaixando apenas para gerar atenção, sem levar em consideração o que tinha se proposto antes, ou trabalhar algo mais cativante em paralelo a isso.

Claro, a Zero Two ainda é o destaque, e não seria o primeiro caso em que uma personagem consegue carregar todo o resto nos ombros, mas por enquanto, fica a dúvida sobre isso ser o melhor jeito de fazer o anime funcionar.

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E você, que nota daria aos episódios?

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Extra

Delicadeza.

Bom humor.

Atlética, e com aptidão a pesca.

A waifu perfeita.

 

 

 

 

 

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.