Kakegurui #12 – Impressões Finais

Como o anúncio de que o anime receberia um final original, aquele velho medo de que tudo poderia dar errado, acabou surgindo.

Sinceramente, por não ler o mangá, fica complicado dizer se acertaram nessa escolha. Se forçaram, ou não, as coisas por terem adiantando um dos mais importantes embates da série. Se prejudicaram, ou não, o andamento de uma segunda temporada pelas decisões tomadas, já que a Presidente era vista como uma das final bosses da história, ou se o jogo no mangá foi bem melhor do que esse.

Tudo o que posso fazer, é dizer que, para mim, o final foi um dos típicos “nem lá, nem cá”, daqueles que parece tentar agradar aos fãs, ao mesmo tempo que tenta vender a série.

Não cheguei a achar ruim, mas ele ainda termina em aberto, com um jogo previsível que acaba sendo bem abaixo do tão esperando confronto final.

Também gostaria de saber…

Acho que um dos principais pontos que pesou nesse último episódio, seria o fato jogo ter sido rushado por conta do tempo. Acredito que um dos maiores medos em cima do final fosse esse.

Os jogos precisavam de tempo para serem desenvolvidos e trazerem aquela sensação de que eram realmente apostas arriscadas, ou pelo menos algo bem forte. Um episódio certamente não facilita essa construção de profundada, ainda mais com certas condições juntas.

O jogo pode até acontecer sem grandes problemas, mas a sua própria construção de regras e funcionamento empurram essa sensação de que faltou algo.

Por mais que tudo siga uma linha cronológica, sem acelerar muito os acontecimentos para caberem em vinte quatro minutos, você ainda sente que foi rápido demais, porque falta tempo para desenvolveram algo que possa ser “épico”.

Os jogos, quase sempre, aconteciam entre dois episódios, criando um clima de tensão que ia se construindo aos poucos, e isso, claro, não funciona da mesma forma para o episódio final.

Não existe um bom timing para você se impressionar como o jogo. As regras são apresentadas, e minutos depois, a rodada final está acontecendo, e mesmo entendendo que há uma aposta arriscada, ainda é complicado comprar o perigo que ela carrega por uma simples razão.

O determinismo pode ser frustrante.

Estamos falando de um final original, que adapta uma mangá em andamento, ou seja, se a possibilidade da Yumeko ser expulsa já era mínima durante o anime, o que diria agora, no encerramento do anime.

No momento em que as apostas foram anunciadas,  automaticamente a condição de empate foi criada. Não tinha para onde ir, não existia qualquer final possível, que não fosse o empate. A Presidente não seria desligada da escola, ou muito menos a Yumeko. Por mais que seja um anime de apostadores malucos, a produção, dificilmente, faria o mesmo, e arriscaria em um final excêntrico que pudesse causar uma impressão negativa.

Na verdade, o próprio empate pode ser visto de forma negativa, já que cria aquela sensação de que tudo terminou em pizza, e não havia motivos para existir o jogo. Mas no instante em que tiveram a brilhante ideia de criar uma aposta extremista, com o intuito de gerar uma tensão dramática no episódio final, eles entregaram o final da disputa.

O máximo que dá para comprar dessa história, seria pensar sobre os meios que levariam ao empate, o que poderia acabar prendendo a atenção ao episódio, porém, ainda é difícil fazer isso.

A Mary e a Itsuki entram como forma de induzir as pessoas a cogitarem as possibilidades de trapaças e, por mais que funcione até certo ponto, o tempo não colabora muito para te fazer considerar as possibilidades daquilo seriamente, já que, em partes, sua atenção está voltando para um segundo ponto.

Não, não foi essa joga estranha, que mal explicaram depois…

O Suzui certamente surpreendeu nesse último episódio. Seja de forma positiva, ou negativa, o fato dele decidir protagonizar algo acaba tomando boa parte do foco dos acontecimentos.

Se apenas o fato de soar um pouco inconsistente essa súbita mudança, já não fosse o suficiente para te fazer torcer o nariz, a demonstração repentina de “heroísmo” acaba afetando um pouco o modo como o jogo funcionou para mim.

Se já era difícil comprar a tensão que ele tentava vender, começar a ver aquela confiança em excesso foi ainda mais estranho, porque eu passei ignorar qualquer possibilidade de fracasso.

Aquela escolha de protagonismo foi complicado de engolir, e nem mesmo daria para dizer que “fugiram” do clichê, evitando que ele conseguisse salvar a Yumeko com a carta certa, porque, na prática, ele alcançou o melhor resultado possível usando pura sorte. (ok, eu sei que é sobre apostas, mas… Né?)

Talvez o episódio até sirva como entretenimento, e o protagonismo do Suzui, junto daquele fanservice em cima do shipp da Yumeko, ajude a passar uma boa sensação. Mas de maneira crítica, o jogo e o enredo em si, por mais que tenha suas regras adaptadas para serem rápidas, peca bastante em entregar um embate final, como vinha sendo esperado.

O autor até tenta uma espécie de “justificativa”, acrescentando um diálogo da Presidente expondo uma das suas filosofias sobre determinismo e destino, em uma tentativa de “fundamentar” o empate que viria e diminuir a sensação forçada que poderia criar, mas ainda assim, é completamente estranho.

Mais o shipp funcionou em mim.

Quando se ouve falar de finais originais, vem a sensação de que será forçado, mas que ainda terá um ponto final para a história. O problema de Kakegurui é que ele entrega um jogo rápido, como uma espécie de marketing para o casal, termina tudo sem ir para lugar nenhum, tirando completamente a necessidade daquilo, já que a Yumeko a Presidente não mostraram quase nada das suas personalidades compulsivas, e ainda encerraram tudo abrindo mais questões sobre o futuro da série.

A minha sensação foi de que quiseram agradar os fãs entregando a tão esperada disputa, mas a escolhas de apostas (expulsão da escola), cria uma condição difícil de ser engolida quando se entende que não pode existir um vitorioso ali pelo bem da história. Além do mais, a falta tempo suficiente para te fazer ficar impressionado com o que está acontecendo ali pesa bastante para criar um verdadeiro jogo final.

A loli me representa de novo (?)

Kakegurui vinha se mostrando um grande entretenimento, seja pelas apostas, jogos, loucuras dos personagens, caretas, ou pela simples existência da Yumeko. O que não faltavam eram formas de te manter o minimamente interessado no que estava acontecendo, e com o final, isso também não é diferente.

O grande problema é que, para um último episódio, com o bônus de ser original, acaba pecando muito em entregar a intensidade que todos queriam.

Se divertir com o episódio não chega a ser um problema, ainda mais se você não tinha muito hype pela disputa Presidente x Yumeko. Porém, certamente está não consegue ser um final digno para tudo o que vinham apresentando até agora.

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E você, que nota daria a este anime?

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Extra

Então era assim… Haviam “duas” Kaichos…

Pelo menos teve mais destaque para Loli.

Apesar dela me deixar assustado…

Rolou orgasmos até o final, então acho que expectativas foram cumpridas.

É tão bonito ver desenvolvimento de personagens desse jeito… Ela até deixou a arma de lado.

Kaicho Collection – Vol 2

 

 

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.