Impressões semanais: Orange #01

Uma nova jornada se inicia.

Se vocês expiarem meu MAL (é o Carlos aqui, vale dizer), verão apenas um mangá entre meus favoritos – não que eu tenha lido muitos. Esse um é Orange. Com o anúncio do anime, meu sentimento inicial foi de exultação, e apesar de ter buscado arrefecer a ansiedade após divulgarem a mediana staff, é impossível dizimá-la tendo o material original em tamanha estima.

Assistir ReLIFE me deu alguma esperança, afinal, a animação, ainda que não faça feio, passa algumas milhas distantes da autoestrada do esmero, mas sua história é suficientemente boa para nos distrair e desviar a atenção de deslises técnico. Como o forte de Orange é sua trama, o mesmo poderia acontecer.

Apertar o play foi como a descida de uma montanha-russa, quando finalmente a espera daria lugar ao momento tão aguardado. E aí começaram as decepções e alegrias.

Orange é vendido como um Shoujo, mas vale notificar aos desavisados, não é nada semelhante a romances tradicionais, como Aoharaido, nem uma mescla cômica, como Ore Monogatari. Orange, eu diria, é mais complexo e profundo que grande parte de seus colegas de gênero, com dramas não habituais e que vocês verão mais pela frente.

O piloto conseguiu pegar levemente essa atmosfera, mas as cenas finais talvez venham a iludir o público que espera um amor jovial, com os flertes entre Naho e Kakeru e o idealizado cavalheirismo masculino. Sem contar as cartas de Naho, que já deixaram exposto o fato dela se apaixonar por Kakeru. Felizmente, se tropeça nesse quesito, a essência da amizade manteve-se. Pode parecer abrupto demais a aproximação e aceitação que tiveram com o recém chegado, entretanto, essa velocidade já vem do mangá, muito pelo caráter “brother” de Suwa e Azusa.

As cenas em conjunto detalharam bem o espírito de companheirismo existente entre os 5 alunos, 6 com a integração de Kakeru. Naho recebeu algum desenvolvimento, graças ao diálogo final onde revela seu lado passivo e recatado, preterindo seu próprio bem estar em prol dos outros, e já vos informo que um dos erros do mangá é mesmo a negligência que trata algumas figuras centrais, que embora sejam regulares na obra, são personagens de fundo por toda sua extensão.

A já esperada trôpega animação não chegou a me incomodar a ponto de comprometer a experiência, muito pela acertada trilha sonora, leve e sutil, um bom complemente às cenas. No entanto, o character design de Naho e Suwa, logo dois personagens que terão relevância cardinal na condução da história, não me agradaram, principalmente a dele. Faltam expressões e emoções. São como esboços de um desenhista promissor, mas ainda inexperiente. Vejam como Yoshioka, de Aoharaido, é visualmente semelhante a Naho, mas com muito mais personalidade e vida. Sim, são pessoas diferentes, mas artisticamente falando, um abismo separa as duas. Como são estes que nos conduzirão pela trama, fica uma incógnita de como será a imersão.

Como introdução, então, Orange apresenta um êxito mediano. Eu, como fã ávido do mangá, me animei em certos aspectos, e em outros já lamento e temo a continuidade. Espero que aqueles que só aguardavam o anime tenham tido uma impressão inicial melhor. Caso não, o mangá sempre será uma opção.

Avaliação: ★ ★  ★ ★ 

#Extras

Lembraram-se dos cabelos e esqueceram as expressões. Isso não me engana.