Impressões: Berserk 2016 ep 1 ao 4 – Reflexões e um Cavalo Tarado

Esse anime é um desafio e prazer semanal. Choro sangue em vários momentos com o CG horrível dele, mas ao mesmo tempo fico ansioso pelo próximo episódio a cada semana, porque a história em si é muito boa, e o e ritmo do anime está bom apesar dos cortes.

Quer tenha ação no episódio ou não está sempre ocorrendo algo novo, e até um episódio um pouco mais reflexivo como o 4, aonde Guts foi reparar sua arma e reencontrar sua “mulher” a mando do seu “pseudo-filho”, consegue te prender de modo fascinante – nem lembrava mais que Berserk tem um bom desenvolvimento de personagens. Guts refletindo suas ações e prioridades desde o trágico ocorrido foi bem interessante. Tem a loira também, mas o caso dela é mais de auto aceitação da perversão e perda de fé do que alguma evolução propriamente dita.

Apesar de alguns exageros e personagens meio trash como o padre do ep 4, a cerne dessa obra é boa, e tem momentos muito bem escritos. Uma lastima nunca ter conseguido a adaptação que mereça, sempre com adaptações meia boca, desde a década de 90.

Não sei quem está vendo ou como está vendo. Tem alguém tentando ver sem ter assistido os filmes de 2011? Tão conseguindo acompanhar de boa? Porque esse anime é claramente feito como uma pseudo continuação dos filmes. Está cortando algumas outras partes do mangás também, mas nada crítico por enquanto.

Até agora, apesar de uma parte visual lamentável, estou gostando da trilha sonora, e a direção hora erra e hora acertam nas não está ruim, o CG é o que estraga mais a coisa toda. Em termos de entretenimento é difícil ficar entediado com a aventura tenebrosa do Guts. Só falta até agora uma cena mais impactante, mas não sei se isso será possível com esse CG.

A polêmica cena do “cavalo tarado” acabou não tendo nada demais no anime, e apesar de criar uma discussão entre quem não leu o mangá sobre a censura nos peitos (a cena como um todo é mais leve no anime), o meu real incomodo é que as cenas de ação não empolgam muito por serem meio robóticas.

Uma adaptação mediana/fraca de um bom manga por enquanto. Dá pra ver e entretêm, mas está bem longe de ser o que gostaríamos dessa aventura épica. Quem sabe se quando o mangá acabar – ou o autor morrer, não sei qual dos dois bem antes – ela não receba a adaptação completa que merece? Não custa sonhar.