Impressões semanais: Ansatsu Kyoushitsu 2 e Musaigen no Phantom World #03

É hora de explorar o passado dos personagens!


Ansatsu Kyoushitsu 2 #03

É inacreditável como os principais problemas que apontei quanto a AssClass no episódio passado, foram remediados aqui. Pelo término do capítulo 2, imaginei – tristemente – que ao menos metade da duração deste seria focada em mais uma desinteressante batalha entre Koro-sensei x Itona. Também lamentei como o irmão do Sensei ainda não havia agregado conteúdo ao anime, além de que para se manter estável sem seus 2 cours, seria benéfico a introdução de um ou outro novo personagem. E este episódio, todo destinado a humanizar Itona, parece ser o início do que deve ser a resolução de boa parte destes problemas.

O confronto pouco tomou tempo em tela. Os poucos minutos gastos na luta serviram apenas para mostrar a disparidade entre a força de ambos, e também o início do recomeço de Itona. Ele é, afinal, um velho-novo personagem para AssClass. Se antes era relegado a participações esporádicas com o previsível final de perder para Koro, agora poderá tomar novos rumos, facetas e complexidade. Inclusive, sua inaptidão social pode ser eficientemente explorada para fins humorísticos, o grande forte da obra.

O foco é tão apenas em Itona, que a utilização de figurantes é mínima, Além de seu mestre e Koro-sensei, são apenas mostrados alguns poucos alunos, os principais, como Karma, Nagisa, Kayano e Ryouma em uma surpreendente relevância. Todos eles possuem seu tempo preenchido de forma inteligente e pontualmente necessária para definir o novo Itoma. Mesmo que tenha sido realizado em um curto período de tempo, a mudança de sua atitude é calma, compreensível e bem ilustrada. Desde o frio abandono por Shiro, por quem parecia nutrir um sentimento paternal, às memórias evocadas devido tal ocorrido, como o insucesso da empresa do pai perante outros magnatas poderosos, mesmo com tanto trabalho duro e estudo, o que acaba justificando e tornando crível sua obsessão por poder e vitória.
Ao perceber que o indivíduo que deveria matar é o único que busca resgatá-lo, Itoma percebeu como seus valores estavam errados. É uma ode ao bem, uma das virtudes e principais mensagens que AssClass busca passar no meio de tanto nonsense.
E como dito, além do garoto ser um velho-novo personagem, sua mudança de lado abre espaço para um novo vilão, que deve surgir nos próximos episódios. A adaptação do mangá Matsui Yuusei segue em ritmo lento, mas progressivamente juntando as engrenagens para o futuro.


Musaigen no Phantom World #03

Eu desaprovo contundentemente quem abandona animes/seriados no 1º capítulo. Independente de sua qualidade, muitas vezes o piloto é insuficiente para apresentar a obra como um todo, sendo necessários ao menos 2 ou 3 episódios para sua proposta ser adequadamente inserida no roteiro. Dito isso, apenas lamento por aqueles que largaram Musaigen após seu início , que para mim, foi deveras decepcionante, pois assim como foi no 2º, este capítulo 3º apresenta uma grande evolução em relação ao seu predecessor.
Não falo isso por resignação, pois a qualidade de sua história está progressivamente evoluindo e levando em algum lugar, assim como muitos erros e excessos estão sendo extirpados.

Logo nos primeiros frames, nosso protagonista de cabelo verde expõe a base do episódio, ao fazer rápidos comentários sobre a memória e a utilidade do backup. Toda essa jogada serve para explorar um pouco o passado de Mai, tentando fazer com que uma torrente de nostalgia ao visitar locais familiares seja suficiente para realizar uma transferência de memória entre ela e Ichijou, O assunto ainda não foi amplamente explicado e pode receber mais atenção posteriormente. Ou não.

As supostas antagonistas da vez.
Apesar deste ser o molde que da forma a trama do episódio, é durante ele que vemos o motivo de Musaigen estar se tornando uma fonte de boas expectativas. A relação e evolução entre personagens, algo que prezo demais e que é essencial para uma obra diferenciada, é pautável aqui. Pelos olhos de Reina, vemos como o convívio  Mai e Ichijou, mesmo que recheado de ofensas e agressões leves por parte da Tsundere de sutiãs largos, apenas expõe sua amizade verdadeira e de longa data. E de forma simultânea com a qual nos mostra a ligação entre os dois, começa a trabalhar mais a própria Reina, que durante todo o episódio mostrou agradar – exclusivamente – sua Senpai, algo que com certeza será trabalhado no restante da série. A engenhosidade do roteiro é notável por conseguir equilibrar e construir duas tramas em uma.
Gostei muito também como o fato de Ichijou ter adquirido conhecimento momentâneo e teórico em artes-marciais não ter resultado numa inadmissível melhora em seu físico. Ora, mesmo que saiba os movimentos, seu estilo de vida sedentário não o possibilitaria executar a maior parte deles, e mesmo os possíveis não seriam realizados por muito tempo. E é isso que ocorre. Por mais fantasiosa que seja sua história, ela não permite esses excessos de conveniência.
Quanto a parte técnica, entre os 3 episódios, esse certamente foi o que exigiu o maior orçamento. Não apenas as lutas foram fluidas e empolgantes, com boa utilização de cortes rápidos, como também tivemos uma fotografia estonteante, por vezes com uma estética de tirar o fôlego, algo raro em animações hoje em dia. Fica a dica para procurar assisti-lo em HD e sempre dando atenção ao background, não apenas ao que está em 1º plano. Várias são as cenas emolduráveis, por exemplo:

E se Minase Koito não deu as caras desta vez, tivemos a introdução de outra personagem, chamada Kurumi, que deverá exercer um papel relevante durante o cour, já que está presente na Op e End.

Musaigen conseguiu me conquistar, e pela 1ª vez desde seu início, estou realmente ansioso pelo que teremos semana que vem. Que essa bem-vinda evolução prossiga.

#Extras

O visual de Reina com essa roupa chinesa de treino ficou bem…atraente.

Uma cena de ação em 1ª pessoa que ressalta o esmero técnico do Kyoto Animation.