Impressões finais e review: Shinmai Maou no Testament

Até que para um anime que se mostrou tão instável na maior parte do tempo Shinmai conseguiu se fechar direitinho. Com direito até a algumas surpresas.

Tirando o climax não ter sido nada demais foi um episódio melhor do que imaginei. Eu não tenho nada grandioso pra elogiar mas é um dos poucos episódios que eu não tenho quase nada para reclamar também. Se todos os episódios fossem mais bem estruturados como esse Shinmai poderia ter sido bem melhor, analisando ele como um todo.

A luta pra sair de dentro do demônio acabou não sendo nenhum grande desafio, mas fez sua parte nos entregando um pouco de ação e um desenvolvimento maior para Zest – que eu não esperava. 

Basara não é nenhum santo. Apesar de no episódio anterior ter pedido pra Mio não matar o Zolgear ele compareceu em uma sala de tortura para ver ele morrer, na maior frieza. 

A animação estava melhor que o normal nesse episódio, não só a ação mas o episódio como um todo estava bem mais consistente no design dos personagens se comparado a maioria dos anteriores. Não teve nenhum corte lindo de animação mas isso acho que todo mundo já desistiu de tentar encontrar aqui. Pra ser honesto se a segunda temporada fosse no nível da produção desse episódio eu já ficaria satisfeito, mas duvido muito.

Esse desenvolvimento com a Mio foi meio….inesperado, e estranho? Primeiro ele ficou possuído por alguma coisa (que aparentemente o pai dele tem também, como mostra no final) e atacou a Mio. Sendo Shinmai como é eu quase pensei que eles iriam realmente até o final, mas não. Ainda assim, me surpreendi de novo com a Mio pedindo pra ele continuar depois. Para quem parecia incomodada com o fato de ser apalpada no início ela mudou bastante. Acho que já ficou na cara que ela está apaixonada pelo protagonista, então pra que manter esse negócio de “Oni-chan”? Espero que sumam com isso daqui pra frente. Ou ela quer um namorado ou um irmão, querer “os dois em um” seria um fetiche muito do estranho.

E falando em romance, o Basara continua não parecendo estar apaixonado por ninguém, tratando todo mundo como “família”, seja lá o que isso signifique pra ele. Nesse aspecto ele é bem estranho. 

O único porem aqui é que ficou meio forçado o Basara “quase” estuprar a Mio (não foi muito consensual no início), e ela dizer depois que não tinha problema. Ela querer fazer sexo com ele tudo bem mas dai a dizer que ser quase violentada não tem problema é forçação de barra do roteiro pra amenizar a atitude do Basara – o que nem era necessário, já que o anime deixou bem explicito que ele estava sendo possuído por alguma coisa.

Shinmai acaba voltando a seu tema recorrendo de “família”, que ele trabalha muito mal, vale dizer.

Deu pra entender porque eles queriam adaptar 3 volumes pelo final desse episódio. Ele fecha bem as pontas iniciadas desde o volume 1 e mostra uma progressão da relação do protagonista com as heroínas. Acho que ficaria melhor com 13 episódios, pra eles não terem que correr tanto na adaptação do volume 2, mas de resto fizeram bem em querer ir até esse volume. Pena a direção ser tão fraca na maioria dos episódios, tempo pra adaptar esse arco direito eles tinham. 

Agora é aguardar a próxima temporada (torcendo para que seja melhor) e uma explicação para o olho verde do Basara e do pai – badass as fuck – dele.

Impressões finais


Shinmai foi um anime ecchi+ação bem mediano. Ele tem como seu chamariz o fato de ter um ecchi muito mais pesado que o normal (quase um hentai) e ao mesmo tempo se dá ao trabalho de separar a “hora do fanservice” da “hora da luta”, algo que nunca vi nenhum outro ecchi+ação fazer. Ainda assim, é um anime do gênero ECCHI, então obviamente tem muito fanservice! (se não gosta de fanservice em animes não tem porque assistir esse aqui). Algumas lutas são interessantes mas não na maioria do tempo não conseguem empolgar (será que na segunda isso melhora?). 

O maior problema do anime é a estruturação do storyboard e roteiro. Alguns episódios, como esse último e uns 2 outros até funcionam bem, mas na maioria os eventos parecem desconexos e o anime fica jogando você de um lugar para o outro sem dar a devida transição, de modo que tudo acaba parecendo corrido ou pulado. A animação é mediana, dentro do padrão desse gênero, tem uns cortes legais aqui e ali mas nada digno de nota. O desenvolvimento de personagem é bem pequeno, tirando o fato da Mio ir ficando menos tsundere com o Basara conforme o tempo passa. A Zest é uma vilã tinha potencial para um desenvolvimento interessante, mas que acaba sendo desperdiçada.

Sintetizando o elenco: a Mio é horrível no início, parecendo uma boneca sem voz que está ali só pra mostrar o corpo pra câmera. Isso até melhora, mas demora um bocado (só apartir do episódio 7). Maria é sem duvida o personagem mais simpático, mas ela funciona melhor como suporte do que quando tentam deixar ela em foco. Yuki não fala muito, mas o fato de não fazer a amiga de infância clichê super ciumenta, chegando até a ajudar a rival as vezes, dá a ela alguns pontos. Basara não tem um proposito na vida e fez do seu lema proteger a família, o que é ok mas não ajuda nem um pouco a simpatizar com o personagem. Em geral são inegavelmente personagens rasos e com péssimos diálogos de vez em quando, mas que conseguem cumprir seu papel dentro do que o gênero pede. A censura foi uma decisão bem infeliz e exagerada, ainda mais com o BD já tendo cenas extras mais picantes pra atrair o público pagante.

Fiquei com a impressão de que esse anime poderia ser bem melhor em outras mãos, e que o diretor, embora se de bem com comédia, não sabe trabalhar ação direito – de forma a transmitir emoção nos combates. Isso pode melhorar na S2, já que como dizem, “a prática faz a perfeição”, mas recomendo manterem as expectativas baixas. Pra ser honesto se todos os episódios conseguirem o ritmo e qualidade visual desse último já estaria de bom tamanho pra mim. Shinmai até deve conseguir divertir quem gosta desse gênero ecchi+ação, mas a execução aparentemente desinteressada da staff transformam algo que poderia ser muito divertido em algo que é só “ok/dá pra ver”.  

Nota final: 6.5/10 (Mediano)

Pra quem nunca viu como eu dou nota(final):
5 = ruim, 6 = mediano/ruim, 7 = Mediano, 8 = Bom, 9 = Muito bom, 10 = Excelente. Pra ganhar menos de 5 tem que ser algo muito, mas muito ruim.


Comparação: DxD x Shinmai


Comparando a primeira temporada dos dois DxD tem um roteiro e storyboard muito melhor estruturado, conseguindo colocar ação em quase todo episódio (meia boca, mas tem), mantendo o anime divertido na maioria do tempo e fechando com bons ganchos. As situações parecem muito mais críticas que as de Shinmai também, com o primeiro arco usando a morte de uma das personagens como ameaça e o segundo o casamento da protagonista (casamento forçado é um recurso clichê bem safado, mas funciona). Shinmai, por outro lado, só consegue uma ameaça real no terceiro arco, e mesmo assim não faz um bom trabalho em criar tensão no público com ela. 

Agora, embora Shinmai não consiga criar a tensão pre-climax, ele faz seus climax parecerem menos bobos, não enfiando piadinhas ou ecchi no meio deles. Nessa separação eu gosto muito mais dele do que DxD, que é uma bagunça nesse aspecto, sendo que em um minuto a situação parece dramática, no outro estão fazendo piadinhas com a perversão do protagonista e 2 segundos depois querem voltar ao drama (é uma bagunça!). O protagonista de Shinmai paga por seu ar super sério tendo bem menos personalidade que o Issei, mas por outro lado não causa vergonha alheia a todo momento.

Em termos de heroínas DxD começou melhor, apresentando mulheres fortes que dominavam o protagonista enquanto em Shinmai é o contrário, com as garotas parecendo inferiorizadas perto do Basara. Isso melhorou com o passar do tempo e pode melhorar ainda mais na segunda temporada, mas tirando a Maria acho as personalidades das garotas de DxD melhor caracterizadas para o público. O mundo de DxD também parece mais vasto, dando a possibilidade de um foco diferente por saga, enquanto Shinmai fica o tempo todo preso a ter alguém querendo matar ou raptar a Mio, ao menos nessa primeira temporada. Sobre o ecchi, é bem obvio quem vai mais longe, DxD parece um ecchi levinho perto de Shinmai, aonde quase todas as cenas ecchi parecem preliminares para o sexo. 

É isso, acho os dois medianos, mas DxD “como adaptação” com certeza se sai melhor e diverte mais que Shinmai, que ao tentar se levar muito a sério sem ter uma direção e roteiro que deem suporte a isso acabou se tornando um anime muito irregular (não li quase nada de Shinmai pra poder comparar as LNs, mas se fosse comparar os mangás eu prefiro Shinmai). Teoricamente eu deveria gostar mais de Shinmai por se levar a sério nos combates, mas a execução medíocre acaba impedindo isso. A S2 pode melhorar minha impressão da obra, mas não vou criar grandes esperanças quanto a isso.


Extras:


Bem, ninguém no fandom ficou infeliz, todas as heroínas tiraram um pedaço do Basara nesse episódio.

Olhem essa zueira! hauahuauh. É uma adaptação para mangá de uma LN apelidada de MoePen, sobre dois aspirantes a mangaka.