Resenha: Robot Girls Z

-Toei parodia a si própria.

-Robot Girls Z é uma série de OVAs de 3 episódios produzida pela Toei e exibida no Toei Channel entre janeiro e março de 2014. A história gira em torno das personagens Z-chan, Gre-chan e Grenda-san, um time de três garotas  – inspiradas nos clássicos mecha de Go Nagai, Mazinger, Great Mazinger e Grendizer – enquanto elas tentam salvar o mundo do “império subterrâneo” e seus subalternos. Tem direção de Hiroshi Ikehata, roteiro de Kazuho Hyodo (Himegoto, Gundam AGE), e no character design e chefia de animação Tetsuya Kawakami, que já trabalhou em Sword Art Online e Nanana. O cast é composto de umas 20 seiyuus diferentes com currículos variados. Entre as mesmas, pode-se destacar a presença de Uchida Maaya (Sanka Rea, Kuroki Rei, Takanashi Rikka) e Hisakawa Aya, que tem um currículo extenso na área de dublagem, sendo mais conhecida por ter dublado a Sailor Mercury no Sailor Moon original. 
-O detalhe mais importante de Robot Girls Z é que trata-se de uma paródia, ou seja, uma imitação com o intuito de satirizar as séries originais e os conceitos envolvidos. “Ah, mas eu preciso ter visto as séries originais pra assistir RGZ”? A resposta é não, não é necessário ter assistido nenhum desses mechas dos anos 80 para entender as piadas, até porque RGZ é um anime com padrões de script bem atuais, o que de certa forma funciona como subtexto de uma possível paródia da própria indústria atual, centrada no moe e nos nichos otakus mais hardcore. Logo, esperem bastante fanservice, ecchi, e piadinhas sexuais. 

-RDZ é algo que poderia muito bem ser um anime com foco no público infantil, mas ao mesmo tempo não é. Ao contrário de meninas superpoderosas, em que as putarias passam por fora do radar, aqui elas são bastante pronunciadas, deixando bem claro o público-alvo almejado desde o primeiro episódio. Brinca-se muito com as tropes de Mahou Shoujo, enfatizando o yuri em certas ocasiões e principalmente a apelação das personagens principais. Tem horas que chega a dar pena dos vilões, pois eles são constantemente massacrados por elas, e até a cidade chega a ser destruída (aqui mais uma homenagem ao clássico meninas-superpoderosas). 

-Não podiam deixar de faltar também as tropes inerentes ao gênero parodiado, como o senso de justiça dos bonzinhos. No caso, elas não tem nenhum, e não medem consequências na hora de lançar raios-laser e jogar tudo aos ares. Não há discursos de herói, e se houver, o autor é feito de chacota por algum integrante do elenco. Os ataques são sempre gritados pelos personagens de maneira piegas e alguns claramente não poderiam ser exibidos em horário nobre, como o “Breast fire“, por exemplo. 

-Se você curte “slapstick comedy”, paródias e piadas de metalinguagem, esse anime é pra você. A animação é totalmente 2D, apresentando bastante consistência e movimentos bem executados. Não é exatamente um anime de “lutas sakuga” e tampouco um little witch academia da vida, mas para um trabalho da Toei a animação está acima da média, principalmente por ser uma produção de curta duração. As cenas são animadas de modo a ressaltar o aspecto cômico das personagens, sem precisar recorrer a uma infinidade de quadros estáticos como Kill la Kill fazia. É um bom entretenimento, na minha modesta opinião.

Nota: 80/100