Impressões semanais: Yowamushi Pedal 5/Machine Doll wa Kizutsukunai 5

-Marco assistindo Mahou Shoujo

Machine Doll wa kizutsukunai 5

Episódio de transição, em outras palavras, preparação para os eventos que irão se suceder posteriormente. E o tema? A prematura rivalidade entre Raishin e Loki? O empenho de Frey, determinada a fazer com que sua família volte a ser um círculo de amor e aconchego assim como antes? As descobertas da investigação de Raishin e Komurasaki? É aí que se enganam, pois o verdadeiro tema do episódio é o volume que o sexo feminino apresenta sobre o músculo peitoral maior, ou seja, peitos.
Sim, caro leitor, ao perscrutar os diferentes níveis e averiguar todo o simbolismo presente, percebe-se que peitos se encontram enfaticamente sob os holofotes, com toda sua promiscuidade e subsequente significância maternal, superando da mera estética para em toda sua glória e prestígio tornar-se assim um símbolo de status, de poder, de feminilidade.
Historicamente, seios se autoproclamam como sendo um elemento de grande ressonância cultural, influenciando a arte, a religião, o modo de pensar e seus costumes. Alguns estudiosos acreditam que na Renascença as imagens da crucificação de Cristo e as feridas em seu peito eram uma alegoria com a amamentação, em que o sangue de Cristo vertendo da ferida em seu peito seria como o “leite materno” para os fiéis a seus ensinamentos. Ainda na Renascença, temos o famoso quadro de Botticelli, “O nascimento de Vênus”, em que este engenhosamente nos mostra um pequeno vislumbre do seio esquerdo da deusa, que suscita as imaginações com toda a sua “propriedade”. E se antigamente a arte ditava os padrões estéticos, hoje é a mídia que assume esse papel com sua linguagem imagética e expansiva.
No cenário atual, predomina a valorização sobretudo do gigantismo mamário. Seios grandes e rijos é o sonho de toda mulher, e a cirurgia plástica é uma tendência que vem ganhando mais força com o passar dos anos, pois a estética é algo que influencia em nossas vidas apesar de tudo. Uma boa estética pode gerar milagres na autoestima (e é um dos motivos de eu ir para a academia regularmente para ficar bombado), e em termos de realidade a maioria das mulheres valoriza o próprio corpo, mesmo que algumas afirmem enfaticamente que a beleza não significa nada nas relações sociais.

Logo, o fato de as garotas em animes ostentarem um complexo de inferioridade em razão de seios pequenos faz todo sentido (as reais também padecem dessa angústia) considerando o contexto global, visto que esteticamente personagens de anime são moldados no ocidente. Yaya é a representação estética fiel de uma garota japonesa ideal, ao passo que Charlotte apresenta influências francesas e Frey influências nórdicas/alemãs. A forma como ela é extremamente sexualizada faz jus ao seu nome, que recebeu em homenagem a Freya, a deusa nórdica do amor e do sexo.
Objetivamente, o episódio foi até bom, de acordo com a própria proposta, dinâmico o bastante para manter o espectador interessado, apesar das piadas de peito terem ficado um pouco em excesso. O melhor episódio de Machine Doll que avaliei.
Nota: 65/100

Yowamushi Pedal 5

Ok, Naruko se transferiu para o mesmo colégio de Onoda, porém eles não estão na mesma classe! Yowamushi quebrando paradigmas. Eu já disse que essas calças amarela xadrez são extremamente cafonas? Pois é.

Ficou claro nesse episódio 5 o papel do Naruko nessa história toda. Na corrida com Imaizumi, Onoda aprendeu que ele poderia superar seus limites se tivesse uma motivação. Com Naruko, ele se deu conta de que o ato de andar de bicicleta poderia ser divertido por si só, não mais apenas um meio para alcançar um fim, e o tema se expandiu um pouco mais dessa vez. Primeiro ele mostrou na prática o sentimento para depois introduzir Onoda a um mundo totalmente novo repleto de maravilhas ainda não descobertas. Onoda aprendeu o conceito de Paixão.
Paixão/Passion é uma das forças motrizes que impele o ser humano a seguir a frente. Ela determina o nível de motivação e a quantidade de esforço despendido quando se tem um objetivo em mente, e a grande vantagem dos esportes é a manutenção dessa paixão, pois estimulam o corpo e liberam hormônios responsáveis pelo bem estar emocional. Por que as pessoas fazem academia? Além dos motivos óbvios de saúde, ela é um meio para exercitar o corpo, pois em muitos casos apenas realizar a função de sua escolha não é o bastante para renovar a paixão. É um elemento fundamental para alcançar metas, e sem ela o trabalho duro se torna algo meramente estressante e chato. Para quem tem paixão, “esforço” e “trabalho duro” são apenas reações naturais que proporcionam prazer no processo.

E o ciclismo, por ser um esporte acessível a qualquer um, visto que não demanda mais do que movimentação de pernas, é uma alternativa viável para qualquer nerd sedentário que queira praticar um esporte. Fico feliz pelo autor ter pensado a esse ponto antes de esboçar o Onoda. O único problema é que por ser um esporte acessível (apesar de não tão usual), todos podem pratica-lo, inclusive essas coisas estranhas com trejeitos irritantes e síndrome de “Rei do Camarote”.

A epifania do Onoda é muito parecida com a minha. Trata-se de descobrir um de seus outros potenciais e investir nisso. No início do ano, eu estava cursando engenharia na faculdade. Foram 3 anos de sofrimento e rendimento cada vez pior, então resolvi sair. Voltei para a minha cidade e arranjei um emprego como professor de inglês, e a surpresa disso tudo é que ensinar naquele curso acabou se tornando algo muito divertido! Não quero ficar trancado em um escritório ou rodando chão de fábrica ajudando em produção de medicamentos em massa para gente que nem conheço, é muito melhor lidar diretamente com os clientes que estou ajudando, e essa é minha paixão. Naruko também destaca outra lição de vida: “Você escolhe se vai continuar pedalando ou vai parar”. Guys, isso serve praticamente pra tudo que vocês forem fazer na vida. Se não estiver curtindo o que está fazendo, tente outra coisa, não somos de ferro afinal.

A propósito, não é nenhuma surpresa que Naruko tenha desafiado Imaizumi logo de cara. Os dois representam dois tipos comuns nos esportes: o que admite que se diverte com o esporte e o que não admite e está mais interessado nos resultados. Ambos possuem paixão, apenas de uma forma diferente. Um é tsundere com pedalar e outro não. Foi um episódio bem motivacional, merece uma nota alta.
Nota: 80/100