Impressões semanais: Yowamushi Pedal 7/Machine Doll wa Kizutsukunai 7

PESQUISA DE OPINIÃO: Você teria coragem de usar uma calça dessas para exercícios aeróbicos?

Yowamushi Pedal 7

O maior mérito desse episódio em relação ao anterior foi a ausência de cenas contraproducentes (a.k.a Onoda entrando em pânico em sua bicicleta de vovó), o que implica em uma abordagem mais otimista dessa vez. Yowamushi está de volta, com rivalidades vermelho-azul, técnicos com jutsus oculares eficientes, e um protagonista que não pensa muito.
Onoda também está de volta ao que se pode chamar de seu estado de hiper metabolização, no qual ele passa por quatro corredores como se eles fossem carros de Top Gear, e claro que isso ia acontecer, pois o anime não cansa de reiterar a cada 10 minutos como o Onoda é bom nisso, por vezes passando um pouco da conta. E o garoto fica parece que sacrifica vários níveis de atenção pra se concentrar em uma coisa só quando começa a andar com um objetivo, e isso seria bem perigoso, pois o ideal é que você preste atenção em tudo que acontece à sua volta enquanto anda. Mesmo que não tenha nenhum carro, ainda tem que atentar aos buracos…ah, sim, não tem buracos nas estradas japonesas.
Melhor cena do episódio? Essa, claro. “Quer parar ou continuar? Se parar, sai daqui com 10000 reais na mão. Se continuar aumenta pra 20000 se ganhar. Se perder sai daqui com 5000”. O Onoda escolheu o que o protagonista de anime shounen de esporte previsivelmente escolheria, mas ainda assim o dilema traz uma reflexão. Se há uma forma de obter uma recompensa maior final com um risco atrelado, o que escolher? Manter o que já conseguiu e zelar pela estabilidade ou arriscar perder tudo por um futuro incerto? Não existe resposta correta, depende do que o indivíduo submetido a essa escolha desejar. No caso de Onoda, ele em nenhum momento se preocupa com participar das competições ou não, o que ele quer é o agora, ou seja, alcançar o Naruko e o Imaizumi, e com isso em mente não interessa sua posição no ranking. Mas e uma pessoa normal, não protagonista de anime, sem pernas superpoderosas, que está se esforçando ao máximo só para manter seu lugar? Lembrem-se que não é questão de paciência ou tempo nesse caso específico, é uma corrida, gasta músculo, gasta energia, e se você der mole, desmaia e bate a cabeça, seu próprio corpo impõe limites ao desempenho. É o dilema da semana retrasada, mas a versão extrema do mesmo. E você, tem outro exemplo para dar? Compartilhe conosco!
Nota: 68/100

Machine doll wa kizutsukunai 7

Ando tendo a impressão de que Machine Doll está corrido pra caralho ultimamente. A propósito, essa é a segunda vez que o Raishin milagrosamente sobrevive, temos um vício do autor aqui. Ele quase mata o próprio personagem pra que posssa usar a trope Big Dawn Heroes (em suma, o herói chegando exatamente na hora certa para salvar a garota ou quem quer que seja) e faze-lo brilhar um pouco mais.
Confesso que ri dessa cena
É uma oportunidade boa para discorrer um pouco sobre magia, e analisar Frey parece ser a melhor escolha. Como todos sabem, “magia” em termos de mundo real não é saber dobrar elementos e tampouco gritar técnicas especiais de efeito imediato. Não se preocupem, não vou cobrar realismo de Machine Doll, pois nesse caso, eu teria que odiar FMA, Madoka Magica e muitos do meu top também. Consideremos então que a conexão de mana entre um automaton e seu titeteiro seja um ritual, no caso, de contiguidade, ou seja, as impressões que o alvo transmite para um objeto ou pessoa servem como um conector para a magia dar certo. Um feiticeiro poderia por exemplo, lançar uma maldição sobre a vítima em posse de uma amostra de qualquer coisa com a qual ela tenha entrada em contato alguma vez, como um pedaço de maçã mordida, uma roupa velha, um recipiente no qual se tenha bebido, etc…
Nesse caso o contato presencial é o bastante para ser efetuado. Alguns feiticeiros se utilizam de um ritual de saída, cujo efeito é amenizar a força da magia para que não saia de controle¹. A natureza desse ritual/feitiço extrapola condições, o que faz necessária uma oferenda de um item mágico previamente preparado para a ocasião, que no caso é o sangue mágico de Frey. E não é apenas em rituais que isso ocorre. O conceito de uma condição que se alimenta da mana/vida/saúde do usuário é comum em alguns animes, dos quais posso citar: Chrono Crusade, Madoka Magica (apesar de haver um jeito de repor), Naruto, Deadman Wonderland e…ok, não lembro de outros exemplos no momento. Pessoalmente gosto quando ele é utilizado, pois dá mais humanidade ao personagem, como para mostrar que ele é apenas uma pessoa normal que carrega um fardo difícil de suportar.
Mais difícil que invadir uma linha de montagem de cachorros mecanizados e crianças com coração de aço inox, com certeza. E assim como no episódio passado, eles espremeram a última cena nos 2 minutos pra criar um clímax. Ao menos dessa vez não envolveu sangue e alguém sendo apunhalado. De fato, melhorou do episódio 3 pra cá, a Yaya nem está mais me irritando (e agora que sabemos que ela é um Bandoll, pode ser que tenha sido criada a partir da irmãzinha, quem sabe a Shouko não sequestrou o corpo dela enquanto o Raishin estava inconsciente, foi pra sua cabana a 500 metros dali e voltou para o local do incêndio 24 horas depois? Tudo é possível em anime).

Nota: 68/100

1– Marcel, Mauss – Sociologia e Antropologia