Impressões semanais: Kami nomi zo shiru sekai S3 (TWGOK) 1


-Katsuragi Keima de volta em mais uma temporada de The World God Only Knows.


-Para quem não conhece, The World God Only Knows é um mangá da revista Shounen Sunday de autoria de Wakaki Tamiki cuja serialização teve início em 2008. Este já conta com 16 volumes tankobon e continua em publicação até o presente (atualmente no capítulo 236). O anime já conta com 2 temporadas produzidas pelo estúdio Manglobe com direção de Shigehito Takayanagi. Na terceira temporada (Megami-hen) não é mais Shigehito quem está a cargo da direção e sim um novato (Satoshi Osedo), sabe-se lá o porquê.


-Ok, chega de embromation. Quem viu, viu, quem não viu, recomendo ver. O fato é que o mangá é relativamente popular de qualquer forma (sexto no ranking do Mangafox).


-Vocês que assistiram as duas primeiras temporadas devem não ter entendido o que raios aconteceu, e é justificável, pois o mangá pulou um bocado de heroínas, duas delas essenciais para o arco das Irmãs júpiter, as deusas/Godesses/whatever, que são Tsukiyo e Yui, respectivamente.



-Eu seriamente recomendo a leitura desses dois arcos: O da Yui (Capítulos 81-89) e o da Tsukiyo (Capítulos 43-46), visto que as duas são pontos chave para esse arco. Caso estejam interessados em continuar de onde a segunda temporada parou, capítulo 42 em diante. 


Episódio 1

O Marco pediu, então eu vou falar um pouco da abertura. Comparando os animes do gênero harém, TWGOK é o que tem as aberturas que mais se destacam, por terem uma direção excelente e serem cantadas em inglês (English, não Engrish). Como sempre, “Oratorio The World God Only Knows” fazendo o seu digníssimo trabalho com louvor. O que se pode dizer? Muitos hexágonos fazendo alegoria às irmandade das irmãs Júpiter, as linhas representando os circuitos eletrônicos que compõem os consoles e o mundo virtual em geral, as penas das asas das deusas, Elsie e Haqua com semblante sério em um mundo catastrófico e o clássico “showoff” das heróinas da temporada em sucessão, tudo isso seguido de Keima com toda sua fabulosidade criando asas douradas ao fundo e se colocando ao centro do hexágono das deusas como o “deus” que ele mesmo é. Alguns trechos da música abaixo:

My mission is gonna be a tough one
I know it’s not a game any more
I swear that I’ll never fail again
Cause don’t wanna regret any more


Ou seja, agora o negócio vai pegar fogo, porque é o mothefucking arco das deusas, porra! “A missão vai ser difícil e não é mais um jogo”. Os versos seguintes se referem ao evento do fim do episódio, que vou explicar na sessão do episódio 2 para não dar spoiler para quem só viu o 1. Enfim, vamos ao plot.



-Kanon-chaaaan! Kanon-chan, como eu, como nós, como todos os fãs de TWGOK sentiram sua falta! A musa de todos os otakus, tão perfeita que eu em minha insignificância não chego a seus pés. Como todos vocês sabem, a Kanon é a candidata com maior potencial para ser escolhida pelo Keima ao término do anime/mangá, e os motivos para tal são tão óbvios que não há necessidade de cita-los nesse blog. Eu gosto muito das outras também, é claro, mas nenhuma jamais em toda a existência conseguirá superar a nossa idol de cabelo rosa predileta, Nakagawa Kanon. Dedico este primeiro parágrafo a você, Kanon, por alegrar a todos nós com seu retorno triunfal em grande estilo e…ah sim, o plot.



-Apollo, o deus sol na mitologia grega, símbolo da inspiração artística e protetor contra as forças malignas, deus da beleza, da perfeição, da harmonia, do equilíbrio e da razão, foi a escolha mais adequada para ela, com todo o seu brilho, magnetismo e amor pela música, seu brilho ofuscando todas as outras cinco deusas e preparando o o palco para a tão esperada resolução entre ela e Keima ao final do mangá. Estamos no Japão, logo aqui Apollo é mulher, claro. No mangá, a primeira aparição dela teve um impacto bem maior, pois a procura pelas deusas começou dois ou três arcos antes (e eram arcos BONS que deveriam ter sido animados, pra constar, um deles sendo o arco da Yui). Como no anime o mistério em torno das irmãs júpiter e a criação de expectativa foram fracamente desenvolvidos, perdeu-se praticamente todo o impacto que deveria ter em condições normais. Simplesmente disseram no primeiro episódio que Kanon era a nova deusa e pronto, antes mesmo que as bases para a especulação fossem lançadas. Problemas de adaptação.


-Diana está de volta também (claro que está, Tanaka, ela foi o estopim desse arco, duh) com uma proposta ousada de casamento. Eu sei o que você fez aí, Tamiki. O lance é o seguinte: animes no formato harém dificilmente envolvem qualquer tipo de tensão ou comprometimento narrativo, ou seja, literalmente nada está em jogo. Aqui não, é justamente o contrário. TWGOK nos dá um motivo pelo qual o relacionamento entre o protagonista e as garotas é importante, sem precisar abandonar os traços do gênero ou coisa assim. Diana quer monopolizar Keima para Tenri por necessitar reaver seus antigos poderes, e aí que está a grande sacada do autor: os poderes são reavidos com o poder do amor e por conseguinte quanto mais amor angariar mais forte ela será. Se me permitem, TWGOK já funcionava com a premissa simples de conquistar uma garota e capturar a kaketama dentro dela (Tamiki catou a cereja do bolo com essa premissa de usar Visual Novels como formato metalinguístico em uma história repleta de referências ao mundo otaku), mas uma hora ela poderia ficar estagnada, logo ele utilizou sua criatividade para levar essa brincadeira a um âmbito mais sério sem se distanciar da premissa por nenhum instante.



-Apollo é contra a idéia de alertar outras pessoas de sua existência, e apesar de ela ser uma idiota declarada, há bons motivos para tal:

1) Vintage está atrás dela. Ela tem de se esconder o máximo possível, porém por ser cabeça oca, não compreende que deve conciliar sua presença para não ser detectada.

2) Ela não está a par dos eventos atuais e logo não tem conhecimento da missão de Keima, do novo inferno e da captura de Kaketamas (também conhecidas como Weiss).

3) Ela não quer envolver pessoas de fora.

Claro que tudo isso poderia ter sido evitado se ela se aliasse a Keima, Hakua e Elsie, mas essa é justamente a graça do negócio. Apollo estragou tudo quando resolveu sair sozinha confiando em seus próprios instintos e colocando Kanon em risco. Na época eu a detestei por ter feito isso, mas hoje entendo que ela não fez por mal. Todos sabemos que a donzela em perigo é sempre a predestinada para o protagonista, não é mesmo?


-OOOOOOOOOhhhhhhh, esse momento foi tão HNNNNNNNGGGG e irresistivelmente encantador que é difícil não se emocionar. Vejam bem como toda a cena foi trabalhada de forma genial. Kanon se encontra em uma situação complicada, tendo de lidar com a exaustão em sua carreira profissional, a alucinação que apareceu repentinamente e seu amor não correspondido e já não fosse isso o bastante, ela é atacada por um inimigo desconhecido, e ao avista-lo em meio ao teste entra em pânico e extravasa toda a emoção que resguardou durante meses, e em um misto de medo e insegurança corre para seu príncipe encantado e se confessa NA FRENTE DE TODA A SALA. Precisa de prova maior do que essa para afirmar que ela  é a melhor candidata? Não precisa né, Arnaldo? E então você pensa: é agora que o Keima vai abandonar os galges e conseguir o seu “happy ending” com a princesa de seus sonhos.



-Mas não…a trajetória do amor é sempre repleta de sinuosidades e obstáculos que os amantes devem superar, e justamente para a tristeza de todo o fandom Vintage chega a Kanon antes de Keima no que possivelmente foi o maior plot twist do mangá. Maldito Tamiki, você tinha que fazer isso, não é mesmo!? Mas isso é apenas uma pequena pedra no caminhos desses dois. Ah, sim, houve uma mudança do anime para o mangá. Lune também é uma personagem do mangá, mas ela só aparece mais tarde na história. Quem apunhalou Kanon foi Fiore: http://mangafox.me/manga/the_world_god_only_knows/v12/c116/13.html

-Bem, é isso aí pessoal, estou oficialmente de volta com os posts semanais. Desculpem pelo atraso, amanhã posto o episódio 2.

-Ah, sim, deixo aqui uma recomendação do blog mais elitista/cult que eu conheço falando (bem, é claro) de TWGOK:

All Fiction – The World God Only Knows (Megami-hen)