Impressões semanais: Valvrave the liberator 10 – Valvrave Desvirginator

-É. É isso aí.

-Eu sei que a cena ao fim é a única parte do episódio para a qual a atenção de vocês converge no momento, mas como eu sou um blogueiro chato, vou falar do episódio inteiro.

-Ao passo que o mistério que envolve os VVVs é gradativamente desvendado, descobrimos que a tecnologia geratriz do sistema é uma aplicação teórica da descoberta do Bóson de ANZUS (tratado entre EUA, Austrália e Nova Zelândia, não perguntem), que é uma referência óbvia a partícula de deus, o Bóson de Higgs, só que ao invés de conter matéria, contém informação. A partir disso, as partículas conhecidas como runas foram desenvolvidas e implementadas no sistema dos VVVs. É pseudo-ficção científica, claro, mas ao menos é um indício de que haverá alguma explicação mais aprofundada no futuro, em comparação com tentar especular como raios um ser humano de 1,70m se converte em um gigante de 15 metros de altura. 

-Cavalheiros, todos aqui sabemos que pornografia é coisa séria, e imagine o que vocês fariam se tivessem o poder de trocar de corpo com a musa do colegial. Pois é, eu também, mas acredito que no caso ele estava mostrando pornô adquirido por terceiros. Mas não vai tardar a hora em que eles se darão conta disso e…onde eu parei mesmo?

-Ultimamente essas cenas Shouko-Akira vem me chamando a atenção pela naturalidade das mesmas. Alguém poderia olhar para esse frame e dividi-lo em duas partes: à esquerda temos Shouko e uma escuridão se estendendo além desta e à direita Akira iluminada pela luz do computador, com a escuridão representando a fração do mundo que Akira não conhece e a luz a fração que ela conhece. Pode ser simplesmente a física dos fótons, é claro. O relacionamento entre elas não é do tipo “shipp” (pelo menos pra mim), mas sim do tipo que ilustra com fidelidade como uma pessoa retraída e uma extrovertida interagem como interlocutores passivo e ativo, respectivamente. De fato já vivenciei muitas situações parecidas com a dela em que um amigo me entretia com diversas histórias enquanto eu simplesmente assentia e respondia de forma sucinta. Ao contrário das aparições da Takahi que são irrelevantes, aqui há uma direção, um caminho a ser seguido. Aposto todas as minhas fichas que Akira pilotará o próximo Valvrave para salvar Shouko ou algo assim.

-Todos sabemos que aquele drama de chororô e violino não combina nada com um anime “crazyass” como Valvrave, e esse é um dos motivos pelos quais a lamúria de Shouko falha em criar imersão. Quem é o pai da Shouko? Ele é gordo, magro, tacanho, robusto? O que ele gosta de comer? Quais são seus hobbyes? Católico, ateu, budista? Bigode, barba ou rosto liso? Shouko é a única que pode responder essas perguntas. A única afirmação que se pode fazer sobre o mesmo é o fato de ele não ser gay, o que no Brasil é sinônimo de um indivíduo saudável que não necessita de consultas com psicólogos. Se a intenção era mostrar que ela tem um lado sensível, não teve muito sentido, pois já temos consciência disso, e se a intenção era preparar o terreno para um possível distanciamento entre ela e Haruto, ajudaria muito se o mesmo não fosse um banana. 

-Como ariana, Shouko tem todas as características positivas de seu signo, como espontaneidade, ânimo, independência, dinamismo e capacidade de ação. Em estado “genki”, ela se sobressai de forma bem mais espontânea e eficaz do que em cenas de drama, com seu estado de espírito contagiante e sua aptidão para liderança. Posso afirmar com segurança que ela é uma boa personagem, ao contrário de outras como Amy de Gargantia, cuja função é meramente ser o par romântico do protagonista. Shouko já superou essa barreira há muito tempo ao sabotar todos os planos de L-elf com um discurso eloquente. Esses quadros lado a lado amplificam o contraste entre as duas cenas. Shouko está iluminada, de olhos fechados, em uma paz sublime, celestial ao passo que Saki e Haruto se encontram em um cenário permeado pela penumbra, que anda lado a lado com a maldição dos Valvraves. Presumo que já esteja na hora de falar sobre “aquilo”.

-Alguém avisa pro Okouchi que eu descerei a porrada nele se ve-lo na rua. Como que o maldito faz isso com minha waifu!? E pra que, qual o sentido disso? O foda de criticar cenas de rape é que o rape por natureza é algo forçado, não premeditado, que pode ocorrer a qualquer momento, logo é necessário que haja algum tipo de desenvolvimento ou motivação por trás disso, e enquanto não soubermos aonde isso vai dar, é complicado meter a colher. O que eu posso afirmar por hora é que a a direção fez um ótimo trabalho em contrapor duas situações de clima totalmente oposto e divergente. Por experiência, sei que rape em uma narrativa é extremamente complicado de ser trabalhado de forma convincente sem ultrapassar o limiar do meramente apelativo. Funciona bem melhor como passado trágico, por exemplo. Uma rara ocorrência de rape bem utilizado é a personagem Sara de NATHAT, e se alguém conseguir pensar em outro exemplo, favor deixar seu parecer nos comentários. No mais, fico por aqui e até semana que vem.