Impressões semanais: Hataraku Maou-Sama 8 – Meu deus, tem uma pessoa dentro da televisão!

-MagRonalds perdendo toda a clientela, em anime você vê.

-Esse episódio foi a meu ver melhor do que os dois anteriores, e o afirmo principalmente pelo retorno das clássicas cenas contrastando a sociedade medieval fantasiosa dos personagens com as impressões que os mesmos constroem sobre o mundo real, retocadas por interações divertidas e reações exaltadas dos mesmos. Houve um equilíbrio maior entre a trama e a comédia ao contrário do episódio anterior, cuja função era meramente expositiva no sentido de apresentar a nova personagem. A falta de participação de Alsiel infelizmente continua, mas a boa notícia é que no próximo episódio ele estará de volta.

-A Chi-chan mostrou uma coragem aqui que muitos nem sonhariam em ter, praticamente se confessando de maneira direta e assertiva, mas o que me chama a atenção mesmo é o prospecto de como Maou lidará com toda a situação. Em duas ocasiões ele aparentou ser muito denso (a oferta de emprego a Suzuno e o comentário de Chiho sobre a bicicleta), mas quando a ficha finalmente caiu ele refletiu seriamente sobre o ocorrido, e foi muito maduro da parte dele considerar a afeição da Chi-chan daquela forma. Provavelmente não veremos o resultado de sua deliberação (a não ser que Maou tenha uma segunda temporada), mas só a atitude já o diferencia de 90% dos protagonistas tão proativos como uma porta. Chi-chan é uma figuraça também, principalmente as caras que ela faz quando é surpreendida.

-O James da equipe Rocket resolveu fazer bico de atendente do Kentucky Fried Chicken em Maou-sama, e ele não quer mais pegar o Pikachu, o negócio dele é pepe** agora. Já dá pra perceber que ele será tão bem sucedido quanto o Brock na pegação, dada a reação adversa da Chi-chan à sua cantada. Sim, os óculos escuros estão ali exatamente para disfarçar a sua identidade de forma que ninguém possa suspeitar que ele seja o dito-cujo que abordou Emilia na noite passada. Eu não tenho idéia de onde o autor quer chegar com essa competição entre lanchonetes, mas prossigamos.

-Da última vez, chamei a atenção para a insuficiência de uma caracterização mais cômica de Suzuno, e dessa vez o autor acertou a mão. Ela é do tipo estóica que perde a compostura diante do desconhecido, e é esse tipo de criatividade que estava faltando ultimamente, escrachei de rir com ela tateando a televisão, vergonha alheia sem fim. O mal entendido do último episódio foi resolvido da maneira mais animesca possível e rolou um papo sério sobre a procedência de Suzuno e a corrupção da igreja no qual Emi declarou que não iria tomar o partido da mesma pela irresponsabilidade e negligência da inquisição que colocou várias pessoas sem perigo (do ponto de vista deles, são pessoas que nem pertencem ao mundo em que vivem e sobre as quais não tem controle, logo a referida proteção não se aplica), mostrando um caráter digno de sua personagem. Destaco também uma sutileza na cena da conversa, em que a câmera se fixa nos braços de Emi tomando seu chá/suco, e Suzuno imitando o movimento logo em seguida, que é um exemplo de como a direção prima no quesito execução (tá, tem os bonecos de CG feios, mas dá pra aguentar). Caracterizar personagens por meio de trejeitos e detalhes simples é algo que está em falta na indústria de anime ultimamente.