Março de 2013 – Resumão de séries


-Primeiramente, explicarei sobre o que essa coluna se trata. O resumão de séries (estou aberto a sugestões para um nome melhor) é uma forma de organizar todos os meus pensamentos sobre os animes que eu assisto em um determinado mês em um post só. Nem sempre eu tenho tempo, paciência ou assunto disponíveis para escrever duas páginas no word sobre todos os animes, logo acho que é uma boa pedida escrever um ou dois parágrafos que exponham minha opinião de forma mais sucinta. Qual é o critério que vou usar para seleção? Simples, não há critério. Eu vou discorrer sobre TUDO o que eu vi no mês. Significa que se eu assistir um hentaizão nos noites solitárias, o hentaizão vai estar na pauta também. Para minha conveniência, irei ordena-los em ordem decrescente de entretenimento. Logo, tenham em mente que não estou dizendo que anime X é objetivamente melhor do que o anime Y, mas sim que me diverti mais assistindo o anime X. Não obstante, todos são livres para expressar suas opiniões acerca do que for escrito.

Lista de animes

1) Nanoha the second A’s [R]

-O maior mérito do filme é ter sido capaz de transmitir o mesmo sentimento da série original sem perdas significativas, o que aliado a uma direção excelente, propiciou duas horas e meia permeadas por uma ação deslumbrante e criativa que faz um bom uso dos recursos audiovisuais para contar a história de Nanoha, Fate e Hayate. Uma narrativa sem vilão que faz um ótimo trabalho demonstrando o que cada indivíduo é capaz de fazer em prol de suas pessoas amadas. Ao passo que para alguns, o filme pode ter parecido muito longo, a meu ver isso foi necessário para equilibrar as cenas de ação com a trama da forma mais apurada possível. E que venha o terceiro filme!

2) Girls und Panzer (episódios 11 e 12) [R]

-Girls und Panzer é uma gema rara, do tipo que leva bastante tempo para ser confeccionada e polida. Mas quando isso ocorre, amigo, ela adquire um brilho maior do que todas as outras, e acaba se tornando um sucesso generalizado de crítica e de vendas. Após 3 meses de longa e amargurada espera por parte do fandom, finalmente veio a público a última empreitada de nossas meninas preferidas. E a espera valeu muito a pena. Todos achávamos que o anime não conseguiria a proeza de conseguir se superar ainda mais, e como estávamos equivocados nessa afirmação! Girls und Panzer conseguiu mais uma vez nos presentear com um espetáculo regado a tanques, camaradagem e muito bom humor, conseguindo manter a essência dos 10 últimos episódios e a elevando a outro patamar. Como vou sentir saudades desse anime.

3) Brigadoon (episódios 1~26) [R]

-Brigadoon é uma daquelas obras que escondem um significado maior por detrás de sua aparente superficialidade. Apesar do ritmo admitidamente moroso da narrativa, esta nunca deixa de progredir e abordar novas situações e eventos, conseguindo amarrar todas as pontas soltas em sua segunda metade sem nunca deixar de desenvolver seus personagens. Situado em 1969, consegue intercalar suas mensagens e todo o sentimento encarnado pelos seus personagens ícones com a própria sociedade japonesa no início do século XXI, comumente referido como “a década perdida”, além de também retratar o cenário socioeconômico da época (há até um personagem homônimo baseado em um político japonês). Marin e Melan, vou sentir falta de vocês dois.

4) Tiger&Bunny the beginning

-O filme é baseado nos dois primeiros episódios da série de TV, e seu maior defeito é justamente a repetição de várias cenas do anime com pouca variação, porém com uma caracterização um pouco melhor de Kotetsu e maior interação entre os heróis de modo geral. Se a primeira parte deixou um gosto amargo na boca, a segunda chega para compensa-la com outra história totalmente original. Um vilão pitoresco, mas que propiciou bons momentos confundindo os heróis e causando o caos por onde passava. Barnaby, que ainda não foi devidamente caracterizado, conseguiu seus cinco minutos de fama com o brilhante plano que precedeu o desfecho do longa-metragem. Apesar disso, o relato de Tiger ao fim não teve a força que deveria. Imagino que o a intenção era fazer Tiger dar suporte a Barbaby por detrás das cortinas, mas isso acabou sendo modificado em alguma das etapas de produção.

5) Jinrui wa suitai Shimashita (episódios 4-12)

-Jinrui é dotado de uma capacidade bem peculiar de pegar temas recorrentes e referências estilizando-as de modo a encaixa-las em sua narrativa. O único problema é que ao juntarmos tudo em uma construção de mundo única, não faz muito sentido justamente pelas aleatoriedades. Um mundo em que frangos depenados formulam planos para dominar o mundo, sondas espaciais perdidas são antropomorfizadas e colocadas para engajar em combate por razões que até então me escapam e fadas (vulneráveis a ondas eletromagnéticas) são consideradas a nova humanidade é algo que só poderia ser comparado ao “Guia do mochileiro das galáxias”. Há episódios de Jinrui em que é possível estabelecer várias paralelos assim como há aqueles em que a mensagem é mais esparsa durante os 24 minutos de exibição. No balanço geral, é um bom anime, mas que falha na direção em alguns momentos (quem assistiu deve lembrar dos dois episódios inteiros de paradoxo temporal a la Groundhog Day). De qualquer jeito, fiquei satisfeito por ter assistido Jinrui.

6) Dokidoki Precure (episódios 5-8)

-Precure está caminhando em trilhos favoráveis até então. A despeito das limitações na parte técnica (se as lutas fossem boas como os de Heartcatch, provavelmente ele estaria no meu top 3), o roteiro está sendo competente em convergir as linhas narrativas e prover a história com um sentido de continuidade, coisa que em Precure não é muito comum, justamente pela fórmula de monstro da semana. Esses episódios trataram da incorporação de Makopi ao time principal, da primeira grande crise da trama e introduziram uma nova personagem que provavelmente só vai ser relevante lá para os meados do episódio quarenta e tantos. O desafio agora é tentar manter a qualidade narrativa. Será que vão conseguir?


7) Saint Young Men (Ova 1)

-Apenas uma mente ousada poderia vir com uma idéia como essa. O que faz SYM funcionar tão bem são as figuras carismáticas de Jesus e Buda, que além de divertir pela sinceridade e humanidade, não fazem afronta aos preceitos difundidos pelas suas respectivas religiões. Ao contrário de animes com freiras usando armas ou monges anormalmente habilidosos em artes marciais, aqui temos algo mais inteligente e fiel às tradições. É uma obra feita para meramente divertir o espectador sem parecer desrespeitosa e eu a respeito por isso.


8) Ookami kodomo no ame to yuki

-Eu realmente queria colocar esse filme em uma posição mais alta, mas seria insincero de minha parte. O fato é que a primeira parte prendeu minha atenção por completo, mas na segunda eu já estava abrindo várias abas no google chrome e procurando algo interessante para fazer. Eu atribuo isso à mudança de ritmo da narrativa. A parte pré time-skip (antes de se tornarem adolescentes) foi mais pautada e fluida a meu ver. Na segunda parte, tudo se embaralhou, ao passo que Ame e Yuki se tornavam distantes não apenas da mãe, mas do espectador, com seus arcos individuais de certa forma não tendo tanto impacto. Eu não consegui visualizar Ookami kodomo como a história de uma família, mas sim como a história de Hana. Uma cena que me deixou bastante cético foi aquela em que Yuki conta a verdade para o garoto cujo nome eu esqueci. Sinto que minha compreensão falhou. Aquilo era para ser o clímax do arco dela, certo? Foi uma cena bem dirigida com o jogo de sombras se intercalando com o esvoaçar da cortina, porém a mim pareceu que estava assistindo outro filme. Apesar de ter pego o sentido (se desvencilhar da vida como loba e consolidar a vida como humana ao lado de alguém que a compreendesse), não consigo pensar no garoto como nada mais do que uma ferramenta de roteiro barata. Eu não queria que o filme continuasse a história a partir dali, mas sim que houvesse explorado melhor certos aspectos antes do desfecho. Esse é um dos motivos pelos quais o final ficou meio aberto e vazio, na minha opinião. Talvez não seja esse o motivo do meu desagrado, talvez seja algo que eu não consiga colocar em palavras. Eu não sei se eu consegui me fazer entender nessa parte, é complicado.


9) Tamako Market (episódios 9~12)

-Tamako Market é um anime que funciona como fórmula, mas não vai muito além disso. É um esforço moderado e calculado para atender expectativas mínimas pré-estabelecidas. Por não ser marcante em nenhum aspecto, acaba evidenciando a dependência da Kyoani em conglomerar elementos de suas adaptações anteriores de modo pouco versátil e inovador, não conseguindo emular a fama e o feeling das outras produções. Todas as garotas parecem ser arquétipos reciclados de K-ON e algum anime adaptado da Key, e com exceção da Choi, só transmitem algum carisma em seus respectivos arcos. A única coisa nova seria o Dera, mas ele sozinho não salva o anime.


10) Vividred operation (episódios 9~12)

-Vividred…ah, Vividred, você não teve o amor que merecia. Se eu classifico Girls und Panzer como um anime que sabe aproveitar todo seu potencial, Vividred se localiza exatamente no outro extremo dessa escala. Os personagens, mesmo simples, poderiam ter protagonizado tantos momentos incríveis, reviravoltas, plot twists, e algumas dessas idéias tão espontâneas que os fãs já especulavam antes de ocorrerem. O exemplo mais marcante é o docking alternativo em que a Akane não participaria. Mas não é esse o único problema. A trama principal se desenvolve de forma mecânica. A Rei teve o tempo bastante para ser desenvolvida de forma atraente, mas suas aparições são em maior parte redundantes e não acrescentam em nada ao que nós já sabíamos previamente. Não há progressão além do fato de seu estoque de flechas diminuir a cada episódio. Para mim, os melhores episódios foram aqueles que não envolviam a Rei e seu drama, como o 9, por exemplo.

11) Tonari no Totoro

-Não é necessário ter uma mente analítica muito aprofundada para destacar o principal problema desse filme: ele não tem conteúdo. A duração é de 1:30h, mas na prática, o tempo de tela do personagem ícone (Totoro) não deve dar nem 5 minutos. Sua primeira aparição é lá pelos 29 minutos de vídeo e a segunda pelos 50. De resto, é necessário ter paciência com duas irmãs sem carisma vivendo seus momentos rotineiros em uma enrolação que parece não ter fim. Totoro e seus 2 filhos são a manifestação dos desejos subconscientes das meninas que provém da ausência psicológica do pai e da hospitalização da mãe, mas o filme demora tanto para desenvolver esse aspecto que o interesse acaba se perdendo. Tonari no totoro é com folga o pior filme da Ghibli que eu já assisti.

12) Kyoshiro no towa to sora (episódios 3~4)

-Ermm…acho que eu devo uma explicação. A parceira Kuroi do blog Kurokyo propôs há cerca de um mês atrás essa idéia de blogar um anime já concluído episódio por episódio, e eu que não perco uma chance, entrei na brincadeira. Kyoshiro é aquele tipo de anime que é tão ruim que acaba sendo bom. Sabem aqueles animes shoujo claramente machistas supostamente orientados para a juventude feminina? Kyoshiro é um deles, com direito a um interesse amoroso ambíguo em suas ações e por vezes totalmente apático e uma protagonista irritante que vive no mundo da lua e chama o canalha de príncipe. É tão tosco que eu vejo só pra dar risada.

13) Red Data Girl (episódios 1~3)

-Isso mesmo, Red Data Girl está abaixo do shoujo machista. Se em Kyoshiro eu caio na gargalhada com as atitudes dos personagens, com RDG minha única reação é de profundo e sincero tédio. A execução me soa tão desinteressante e pouco inspirada que não consigo pensar em nada de positivo para dizer sobre o mesmo. Não consigo, simplesmente não desce. Oficialmente dropado.

14) Saipu (episódio 1)

-É um curta sobre uma imouto apaixonada pelo irmão que em apenas 2 anos acaba desenvolvendo de forma anormal certas partes de seu corpo. Eu não faço idéia do porquê de eu ter assistido isso.




7 Resultados

  1. Adramalesh disse:

    Primeiramente, gostei da ideia! Espero que continue com esse tipo de post.

    Nanoha – Depois que terminei Madoka fiquei interessado em assistir outros mahou só para ter a comparação com o que fez a desconstrução desse gênero. Achei Nanoha em minhas pesquisas e botei no plan for watch, mas ainda não assisti.

    GuP – De longe um dos animes mais subestimados e divertidos que conferi do ano passado. Esperando a segunda temporada ser anunciada.

    Brigadoon – Está aqui um anime que me interessa, ainda mais por ser underground. Lembro-me de conversarmos sobre ele no chat e agora que terminou vou perguntar: mesmo com ritmo lento, recomenda?

    Jinrui – “sondas espaciais perdidas são antropomorfizadas e colocadas para engajar em combate por razões que até então me escapam” essa parte em especifico satiriza os animes de hoje em dia que “moetizam” tudo e colocam em suas historias elementos de sucesso, no caso, batalhas e poderes, mesmo não tendo sentido nenhum.

    O episodio do paradoxo é outra sátira àqueles animes ou historias que tentam ser cult quando na verdade são um monte de ideias jogadas na tela e sem sentido nenhum.

    Ookami – Realmente o final não da aquele clímax que se esperava. E concordo, não é um conto familiar, mas sim a parte da vida onde Hana tem que lidar com seus filhos especiais. É uma história dela, mesmo que a perspectiva em alguns trechos não condizia com isso.

    Tamako – Vou me resumir a isso: Dera, Anko e Choi >>>>> all.

    RDG – 3 episódios se passaram e os erros do primeiro ainda continuam. Cenas sem sentido ou pouco interessantes somado a reações totalmente estranhas de alguns personagens em dados momentos.

    Saipu – Meus pêsames por você, Tanaka-san.

    Eu iria comentar alguns que acompanhei nesse mês que se passou, mas ficaria muito grande o comentário, além de off-topic.

    • Tanaka disse:

      Nanoha é um clássico. Fazia tempo que eu não assistia e o filme me fez resgatar meus velhos padrões de batalhas aéreas. Em ação, este deixa Vividred no chinelo.

      Sobre Brigadoon, eu recomendo com uma certa cautela. O anime tem momentos sérios mas também tem momentos bem bobinhos e infanto-juvenis, e devido a isso pode não cair no gosto de alguns. Ele é otimista e ao mesmo tempo pessimista. É um pacote completo por assim dizer. Se for assistir, prepare-se para ver a Marin agindo como pirralha de vez em quando.

      Interessante essa interpretação de Jinrui, não tinha pensado nisso ainda. Então a intenção das sondas espaciais era ser sem sentido justamente para mostrar que não faz sentido. O paradoxo eu havia interpretado com relativa incerteza como uma crítica ao conceito de “rotina”, mas acho que sua interpretação faz mais sentido. Jinrui é um amontoado de críticas sociais que vão se enfileirando. Um exemplo é o assistente ter moldado sua personalidade de acordo com a vontade da Watashi/Sweets. A primeira coisa que me vem à mente é o conceito de que somos moldados pela sociedade e não por quem realmente somos, mas ainda assim sinto que há algo ainda maior por trás daquilo. É difícil de pegar todas as idéias, pois algumas precisam ser percebidas sob uma ótica mais atenta e rigorosa.

      Bom, nada mais a adicionar sobre Tamako, RDG, ookami kodomo e Girls und Panzer

  2. MY EYES!!! Como assim não gostou de Totoro? ommgggg seu sem coração! õ_Ó

    Jinrui é uma satira à subcultura do Japão utilizando cultura pop como referência, tipo ‘As Viagens de Gulliver’. Eu indicaria a série de posts do Panino comentando cada arco, mas ele não os upou no novo blog. Eram um bom guia.

    Eu não consigo olhar pra Ookami Kodomo só como uma história da Hana, até tentei aqui. Tá, é uma história sobre a Hana, mas ao mesmo tempo sobre família, através da perspectiva matriarcal. Porque se a Hana é a mãe, e a câmera ao invés de enquadrar estritamente ela como MULHER e não como mãe, faz um tour pelo “cenário” colocando em ênfase sua condição de mãe e a forma como ela afeta e é afetada pelos outros famíliares, não entendo como pode não ser sobre família. É o mesmo tom de narrativa que se vê CLANNAD e em Air. Ambos tem a família na target, mas cada um trabalha um conceito próprio do que é família. Em Ookami eu vejo a tradicional. E a segunda parte é realmente mais lenta, e o desfecho não tem o mesmo brilho, mas eu gosto bastante do que foi feito.

    • Tanaka disse:

      -Pra falar a verdade, não é uma idéia que eu vá defender com garras e dentes, apenas uma impressão subjetiva. Tecnicamente o filme é sobre família e a minha palavra não muda isso. Ookami kodomo possui a limitação de ser um filme, o que torna mudanças de personalidade (mesmo que devidamente justificadas) menos convincentes do que em uma série de TV. A Yuki criança era alguém que eu conhecia, ao passo que a Yuki pós time-skip me pareceu uma pessoa completamente diferente. Em Clannad, Nagisa e Okazaki tiveram mais tempo para amadurecer e o crescimento da Ushio não foi explorado pela narrativa. Ela continuou sendo a Ushio que nós já conhecíamos e estávamos acostumados. Eu acho que também era intenção do filme transmitir esse sentimento de estranheza que os pais experimentam com o crescimento das suas crianças, mas essa alternância entre focos prejudicou de certa forma a minha apreciação.

      -O engraçado de Totoro é que eu tive exatamente a mesma reação de quando assisti Hoshi no ou Kodomo, aquela de que o filme era longo demais e tinha pouca coisa para ser abordada. Totoro poderia cortar meia hora de filme sem perder nada na minha opinião. Mas também é um dos primeiros e mais simples filmes do Miyazaki. Outros como Arriety, Mononoke-hime, Spirited Away e Howl’s moving castle conseguiram me entreter muito mais.

      • Arriety é muito criticado, mas eu adoro este filme. Tecnicamente, tudo nele é perfeito, só a história que é meio rala (Arriety não é do Miyazaki, não). E OH YOU lembrar de Hoshi Kodomo enquanto assiste Totoro *anotando seu nome no death note*

  3. ronaldes09 disse:

    Cara gostei muito da ideia desse post, tanto que tentarei algo parecido no meu blog num futuro proximo. Parabens por essa otima ideia. Espero que consiga manter-la por um bom tempo com essa otima qualidade.

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