Impressões Semanais: Hentai Ouji to Warawanai Neko 03 – Azuki e a representação da tese de Aristóteles.
Nem só de comédia vive HenNeko.
Depois de perceber o grau de dificuldade que Azuki esta passando, Youto decide tentar ajudá-la de alguma forma, assim, o mesmo tenta conversar com a garota que naturalmente o ignora. Eu havia comentado com o Tanaka-san no post passado que seria algo realmente proveitoso se aparecessem parentes de alguns personagens que não fossem irmãos e não é que surgiu a mãe da Azuki nesse episódio? Pena ela ter sido apresentada de forma tão rasa, algo até comum quando não decidem eliminar esse tipo de laço na narrativa de vez. Ela me lembrou um pouco a Yasuko, mãe do Ryuuji de Toradora seja visualmente ou no modo de se expressar. De qualquer forma, não espero que tenha uma aparição mais significativa no enredo.
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| Kawaaaaaiiiiiiiii! |
Não sabendo o que fazer, Youto têm uma conversa com Tsukiko. É nesse diálogo que para minha felicidade o anime começa a iniciar o desenvolvimento que tanto esperei por parte desses carismáticos personagens. A cena resume não só o principal tema do episódio como evidência o problema que Youto tem, algo que comentei em meu primeiro post. Ele não sabia como se expressar, o que dizer, pois sempre viveu escondendo o que pensava. Tsukiko notavelmente diz: “Apenas pegue o que quer dizer e ponha em ação”. Ela não poderia ter dado conselho melhor, até porque naquela situação não havia motivo para se reprimir. Youto só estava complicado a si mesmo (característica essa presente em todo ser humano).
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| “Se for no sentido romântico, eu não gosto de você. Eu quis dizer como uma pessoa”. Youto mitando. |
O momento no qual o rapaz conversa com as duas garotas que haviam importunado Azuki só ressaltou o ponto chave do diálogo comentado logo acima. De acordo com as duas, não se tinha nenhuma intenção maldosa ao fazerem sua brincadeira que resultou na saída de Azuki, o fato delas ocultarem o real motivo foi à razão de ter terminado daquele modo. A meu ver, aquelas duas têm um significado muito deturpado de brincadeira e a declaração de Azuki ao dizer que não se pode confiar nos amigos está bem justificado aqui.
Youto segue a dica de Tsukiko e literalmente entra em ação, chegando a “raptar” Azuki de casa. O garoto joga na cara dela a razão de agir como uma orgulhosa solitária e sua tentativa de não precisar interagir com outras pessoas pelo fato de ser alguém que se fere facilmente. Mas essa interação é algo que a mesma desejava, mesmo evitando. Relacionar-se é uma característica natural do homem, como bem dito por Aristóteles: “o homem é um animal social” e Azuki seguia essa mesma vertente. Uma simples, mas eficaz construção e desenvolvimento de personagem.
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| O Tanaka-san deu um interessante comentário sobre a visão da Tsukiko quanto a maturidade no post passado. Recomendo uma olhada. |
A conversa dos dois quando seguiam para a estatua é um dos últimos momentos do Youto sendo o personagem masculino ideal. Sua sinceridade perante os sentimentos de Azuki é interessante não só por ser algo difícil de ocorrer em protagonistas desse gênero, mas por soarem verdadeiros. Tenho que ressaltar aqui o quão bem dinâmico esta sendo os diálogos entre os três protagonistas que mesmo com a comédia, não se evidência em momento nenhum uma tentativa de forçar algo entre eles, tudo transmite naturalidade.
Na segunda parte, começa o arco da Tsukiko. Nos é mostrado que ela já havia conhecido Youto há um tempo atrás e que os dois tinham feito um tipo de promessa para se reencontrarem na nova escola. O tempo passa e ele não a reconhece, até porque havia visto seu rosto somente tampado (olha só o simples simbolismo empregado aqui onde ela demostra desejar esconder seus sentimentos através da mascará, algo semelhante a sua situação atual). O episódio termina aonde deve ser o enfoque do problema de Tsukiko com sua irmã que havia sido inicialmente montado antes.
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| Olha o show que essa paleta de cores nos trás. |
Até aqui, a historia em nada me desagradou, na verdade, até me surpreende pela boa construção e ampliação dos personagens a cada episódio. Não são complexos ou de dilemas filosóficos, até porque não é o objetivo dessa série, mas é tudo tão simples e bem montado que não há que reclamar.
Em discussões pela internet, muitos que assistiram reclamaram da execução rápida que o mesmo teve, algo que devo discordar. Tudo foi apresentado eficientemente, onde cada cena contribuía para a narração e interligava os fatos resultando que o pequeno arco de Azuki terminasse de maneira satisfatória. A personagem não superou seu problema, ela apenas encontrou alguém para que a ajudasse, ou seja, não é de fato uma conclusão como muitos alegam. Agradeço a Madoka e ao Suzuki Youhei, diretor do anime, por não transformarem as cenas mais tristes em algo melodramático aonde chegasse a tornar tudo algo sem sentimento, artificial. A simplicidade tanto da OST quanto dos ângulos e cortes usados foram um grande beneficio narrativo em que Suzuki até mesmo excluiu os exageros cômicos para mostrar que era um momento sério para os personagens.
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| Tsukiko mahou shoujo <3 |
Definitivamente HenNeko desponta em minha humilde opinião entre os melhores dessa temporada justamente por mostrar ao que veio oferecer com o acréscimo de ótimos personagens construidos em um sólido background e que até o momento vem mostrado não me desapontar em seus desenvolvimentos. E poxa, Tsukiko e Azuki são puro amor, não sei qual das duas é mais fofa.







Saudações
“Em discussões pela internet, muitos que assistiram reclamaram da execução rápida que o mesmo teve, algo que devo discordar” – Esta frase sintetiza a questão da [opinião própria]. Passo por isso, às vezes, quando leio algo externo sobre Dansai Bunri no Crime Edge, por exemplo.
Parece que o anime está caminhando para uma boa sequência. Poderei vê-lo mais tarde, pois agora minha “cota” está lotada.
Até mais!
Tenho que confessar que sou um dos que não está gostando de Crime Edge. O primeiro episódio principalmente teve erros de narrativa enormes. O anime quase me tratou como um idiota( o.k, posso estar exagerando), não consegui engolir boa parte daquilo, principalmente na cena em que o Kiri descobre seu parentesco.
Mas o anime melhorou MUITO nesse quarto episódio. Gostei do novo personagem que usa o livro para seus julgamentos. Ele me lembrou vagamente o Light, mas parece ter uma roupagem diferente e até interessante.
E poxa, adorei o clima meio sombrio e psicótico. É o maior trunfo da série até agora e se não fosse os erros já comentados seria um dos que eu mais curtiria dessa temporada.
Enfim, acho que eu deveria estar comentando isso em seu post semanal XD
Saudações
Momento do puxão na orelha: sim, deverias estar comentando lá, mas ok…XD
E não vi nenhum erro de narrativa em Dansai (e sim, exageraste na concepção do dito “chamar de idiota”). Tudo é jogado tão propositadamente no anime, em meu ponto de vista, que acaba combinando e levando o enredo mais adiante. Entre as partes mais monótonas, a pequena Iwai acaba “salvando a obra” de alguma forma. E o Kiri dá sinais de amostra nas suas intenções quanto a pequena donzela, aparecendo fortemente os mesmos.
É um anime densamente abstrato. Nem de longe é um dos que mais curto (entre os 8 que estou vendo na temporada), mas também não é ruim.
Até mais!
Mais do que a atitude irresponsável da mãe, eu não consigo deixar de ponderar sobre o paradeiro do pai dela. Aposto que morreu, como os pais de praticamente 90% dos personagens de anime (tem sempre um parente morto para explanar possíveis complicações da psique). Eu diria que a inação por parte dela se deve a ausência do pai, pois é o pai o responsável por fornecer a coragem para o filho (quem duvidar, pergunte a qualquer psicólogo). E aquelas duas são umas vacas também, me pareceu que o autor queria mostrar que a Azuki é tem 100% da responsabilidade por ser assim através do Youto, e provavelmente elas irão simplesmente ser distorcidas e reapresentadas como personagens carismáticas independente de tudo o que fizeram. Obviamente, não vai soar convincente, principalmente no que concerne minha pessoa, pois sou rancoroso até a alma (com exceção da Anzu, a Anzu eu perdoei).
Atitude irresponsável por deixar a filha na mão do Youto ou por não perceber que estava com problemas na escola? De qualquer forma, sim, ela foi no minimo negligente. Sobre matar familiares, acho isso uma ferramente no minimo cretina na maioria das vezes por ser apenas uma justificativa para o personagem viver sozinho ou ter um drama raso, como você ressaltou. Por isso tenho medo de como vão retratar a questão da Tsukuki.
Sinceramente, se aquelas duas voltarem como boas amigas, tudo que admiro nesse anime será destruído. E pior que na abertura elas aparecem sem nenhum resquício de serem antagonistas ou algo do gênero.
Acho que o próximo episódio será o decisivo para definir a qualidade da série, vamos ver.
No geral, a falta de qualquer atitude por parte da mãe é um problema, seja por não levar a filha a um psicólogo ou por deixar ela matar aula de forma tão frequente. A Azusa teve sorte de encontrar o Yokodera, que por sua vez só tomou iniciativa por interesse (nesse ponto, Henneko consegue ser bastante realista). Enquanto isso, mais adultos frustrados sendo fabricados por aí…