Summer Time Render #23 – Impressões Semanais

Se aproximando do grande final, eu não esperava que o anime fosse entrar em mais um episódio de introdução, mas eu gostei de como isso encaixou no contexto da história.

Essa mudança de local, junto da separação da Hiruko da Haine, precisavam de um certo tempo para serem explicadas e o episódio conseguiu fazer isso de forma satisfatória, apresentando essa nova dimensão e uma panorama geral da situação atual da história.

Uma pausa para respirar antes do final.

Como eu já falei em outras situações, eu não sou muito fã de humor que quebre o senso de urgência que os personagens deveriam estar tendo, mas eu gostei de como deram uma valorizada no Ryuunosuke naquela cena com o Shinpei.

Ele foi indiretamente desenvolvido junto da Hizuru, mas nunca chegou a ter propriamente seu espaço para dizer como se sentia ou pensava.

Vê-lo se comunicando um pouco mais ajuda a criar aquele sentimento de proximidade com o personagem e entender melhor como ele ficou após ter perdido alguém importante, como foi no caso da morte da Hizuru.

Fora que foi bem bacana a forma como ele decidiu assumir o corpo físico do Shinpei para poder evitar que ele tenha que lidar com a dor enquanto luta contra o Shide.

Ryuunosuke é legal.

Antes de ir para a luta do Shide, uma coisa que gostei bastante nesse episódio foi o lado estético do horror que a obra tem.

Já tiveram outros casos em que usaram isso de um jeito bacana, como lá na exploração da clínica, mas nesse episódio o anime conseguiu me deixar realmente desconfortável com as cenas.

Por mais que o bebê tenha aquela aparência deformada, ainda dá para saber o que ele é, e o fato de ficar implorando por ajuda deixa tudo mais pesado.

É difícil até mesmo em filmes de terror você ver uma violência aberta nesse tipo de situação, então foi interessante notar como o anime decidiu ir com tudo nessas cenas e criar esse desconforto de desumanidade.

Meio pesadinho para mim.

Seguindo, a ida dos personagens para a dimensão de Tokoyo é algo bem interessante.

Como falei lá no começo, isso trás um episódio mais introdutório porque precisam explicar certas aspectos do lugar para preparar a grande luta final, mas eu não senti que atrapalhou em algo.

Achei muito interessante a ideia do tempo não passar lá e como isso remove a previsão Ryuunosuke e a possibilidade do Shinpei usar os loops para tomar vantagem da situação.

Se colocar no papel, por mais que ainda exista um certo risco, qualquer resete que ele fizesse o colocaria em vantagem, já que ele conseguiu uma boa posição ao adicionar o último ponto dentro do esconderijo da Hiruko.

Com essa condição dentro do Tokoyo a vantagem que ele tinha não existe mais e luta final fica ainda mais tensa, já que qualquer bobeira que aconteça não pode mais ser revertida.

Sem skill roubada por lá.

Outra coisa interessante dessa parte foi a divisão da Haine com a Hiruko.

A gente já tinha uma ideia de que a Ushio representava essa outra parte, mas eu não esperava que fosse realmente existir uma versão física dela.

Para mim era mais provável que a Ushio se transformasse na Haine – o que ainda pode acontecer –,  e não que fosse aparecer de volta aquela versão fofinha do passado.

O legal nisso é que dá uma diminuída naquele sentimento ruim de redenção, já que a Haine pode ser salva enquanto a Hiruko continua sendo punida por tudo o que fez de ruim.

Melhor Haine.

Além disso, outra coisa que foi levantada nesse episódio e a possibilidade do temido full reset.

Como a própria Haine explicou, a pessoa que controlar os olhos pode influênciar o tempo e espaço de uma dimensão superior, então não é difícil imaginar que os personagens decidam encontrar uma realidade onde tudo ocorreu bem e torná-la a oficial.

Não somente isso, eu ainda estou curioso para saber como vão amarrar os dois lados da mitologia da Hiruko, porque existe a versão “fumetsu no anata e”, com ela sendo um alienígena que foi absorvendo formas, e o lado espiritual com essa questão de viagem no tempo e dimensões.

Espero que as explicações sejam tão boas quando o resto do anime…

Por fim, a frase “tiro, porrada e bomba” nunca foi tão literal em uma luta.

Achei muito legal a referência histórica da 2º guerra, principalmente por ser mostrada como um trauma para ambas as partes, tanto a Hiruko, quanto a Haine.

A jogado do Shide deixar o corpo no outro mundo foi muito boa, mas eu fico pensando se não daria para Mio Sombra ou o Sou achar o corpo e dar um jeito nele desprotegido, já que não parecia que tinha ficado alguma Sombra da Hiruko para trás.

De qualquer forma, a verdadeira luta deve acontecer na semana que vem com a Ushio tentando apagar o corpo falso do Shide.

Não entendi muito bem o motivo dela ter desmaiado no final, então fica mais um ponto de curiosidade para o que vai acontecer a seguir.

Extra

Ushio estrategicamente deixou um fio de cabelo pro lado de fora

Sem piadinhas de 5º série com o buraco da Hiruko-sama, por favor.

Agora é só esperar a despedida triste.

Que isso não seja os dados das pessoas originais para reviver todo mundo no final.

Kojima se orgulharia disso.

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.