Summer Time Rendering #01 a #04 – Muito melhor do que eu esperava! | Impressões Parciais

Desde a estreia de Summer Time Rendering eu estava procurando um motivo para falar do anime e, com o surgimento da Ushio no último episódio, acabei encontrando essa motivação final.

Não, não é como se eu tivesse amado a personagem em menos de 5 minutos de tela, sim, foi exatamente isso eu apenas achei que esses últimos quatro episódios foram muito bons e por isso valia a pena falar sobre algo que talvez não esteja no radar de alguns.

Como a graça do anime são os mistérios e os plot twists que vão acontecendo, eu não vou entrar em detalhes do que rolou, mas recomendo fortemente dar uma chance se você gosta de um bom mistério e ficção científica.

Venho lhes trazer a palavra da Deusa Ushio.

Para encurtar a história, Summer Time Rendering consegue prender muito bem sua atenção na forma como vai apresentando os mistérios e segredos da ilha para onde o protagonista foi. Normalmente obras que precisam criar o clima de mistério costuma ser mais lentas, mas não é o caso aqui.

Desde o primeiro episódio as coisas já vão se movimentando e deixando você com aquela pulga atrás da orelha para saber o que diabos está acontecendo naquele lugar.

Quem matou a waifu? Por que o protagonista volta no tempo? O que são as sombras que estão misturadas na população? E quem são as pessoas da possível organização invadindo a ilha?

São tantas coisas que você acaba não tendo tempo de ficar entendido com a construção dos mistérios.

Treta e desgraça logo de cara.

Uma coisa que gostei bastante nisso tudo é a tensão que a existência das sombras cria dentro da história.

A forma como o roteiro te deixa no escuro sem saber quem é uma pessoa real e quem não é ajuda bastante a construir aquele sentimento de insegurança.

Durante os quatros episódios eu sempre fiquei receoso sobre a identidade de cada um dos personagens e sobre até que ponto eu podia confiar neles.

Dito e feito, o grande clímax do último episódio é justamente uma quebra nessa expectativa, onde eu não esperava que fosse haver aquela troca de pessoas e em como isso acabou desencadeando um monte de situações em que o protagonista vai ter que se virar para resolver.

Animação também tá daquele jeito.

Além disso, outra coisa que tem me agradado bastante é a inteligência com que os personagens agem. Não é nada exagerado, mas eles fogem daquelas burrices clichês e escolhem alguns planos que fazem sentido, funcionam, e direcionam a história para algo mais orgânico.

Até o momento não teve aquela chatice de um personagem ficar confundindo as coisas ou cortando falas no meio só para tentar manter a tensão e o suspense do que podia ter sido resolvido com um simples “cuidado, o cara vai te matar!”.

O protagonista consegue explicar a situação que está de forma fácil, criar provas para isso e convencer os outros de que a coisa é séria sem toda aquela enrolação padrão de alguns mistérios, com gente precisando ver um corpo caído no chão para acreditar que vai dar merda.

O que foi shippado não pode ser deshippado.

Por fim, mas não menos importante, o elenco do anime é bem funcional. Até mesmo os personagens menos importantes conseguem cumprir os propósitos da história e ter seu valor ali, fora que, como falei acima, o fato do protagonista não ser um tapado que não sabe criar planos, ajuda você a simpatizar com ele.

O clima de romance também está ali, e se você assistiu o quarto episódio, provavelmente já tomou um lado porque a Ushio foi uma adição muito bem-vinda, não só por ser carismática e divertida, como por também acrescentar ainda mais tensão ao mistério.

O karma do final ruim está sempre aí para assombrar os animes, mas pelo que foi mostrado até agora, Summer Time Rendering tem potencial para pelo menos se manter como um bom mistério de ficção científica por mais alguns episódios.

Extra

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.