Mushoku Tensei #03 – Impressões Semanais

Com o título bem sugestivo de “amigos”, o episódio dessa semana mostrou um pouco de como foi a nova fase da vida do protagonista ao encontrar o seu primeiro amigo… Ou amiga, mais precisamente.

Em termos gerais, o episódio manteve o ritmo mais suave que vinha tendo, introduzindo a Sylphie como um novo passo na jornada de mudanças que o Rudeus vem passando após se despedir da Roxy.

Foi interessante a amizade entre os dois ter surgir em uma situação de bullying, mas eu confesso que esperava um pouco mais em cima disso, ainda mais pelo episódio em si não ter outros grandes pontos altos, então acabaram perdendo uma boa oportunidade de criar algo mais legal.

Um pouco mais de profundidade seria interessante.

O que quero dizer é que, em vista de como o bullying pesava na vida do protagonista no episódio anterior, salvar alguém do mesmo poderia ter um impacto maior nas suas ações, já que ele estaria fazendo algo que não teve coragem de fazer na antiga vida, ou que gostaria que alguém tivesse feito por ele.

Ele até pareceu hesitar um pouco, mas logo foi levado pelo espírito shounen de ajudar os fracos e depois disso já fez amizade com a garota. Na visão que o anime me passou antes eu esperaria que ele fosse considerar mais esse tipo de coisa, principalmente por não fazer tanto tempo assim que superou o medo de sair de casa.

Não que ele precisasse ser um chorão com medo, mas demonstrar um pouco de insegurança poderia dar uma valorizada na cena, já que, como a própria Sylphie diz, o bullying poderia se virar contra ele, e ele, melhor do que ninguém, sabe como isso é.

Tudo bem que existe a questão de estar rolando alguns skips de tempo nesse meio tempo, mas seria legal terem entrando um pouco mais nas barreiras que o protagonista poderia ter para, não só se meter em uma situação de bullying, como também fazer o seu primeiro amigo fora de casa.

Para quem estava vendo “monstros” nas crianças brincando, foi bem rápido a mudança.

De qualquer forma, outra questão que foi levantada nesse episódio foi a relação de pai e filho do protagonista. Eu, com toda certeza, chamaria um padre para benzer uma criança que falasse comigo daquela forma madura, mas o ponto aqui é o relacionamento entre os dois.

Por mais que tenha vivido como filho do casal, ele não enxerga isso ao pé da letra, já que tem noção que foi colocado naquele corpo, tanto que ele quase sempre se refere ao pai pelo nome ao invés de usar os termos comuns.

Eu gostei de como desenvolveram isso, principalmente por parte do Paul e a insegurança em ser pai. Esse diferença é o que tem me agrado em Mushoku Tensei, então ter um pouco do lado humano dos personagens secundários, que normalmente são deixados de lado em isekai, é interessante.

Fora que isso também vai mostrando um pouco de desenvolvimento para o protagonista, já que ele começou a depender mais do Paul na parte final quando precisou de conselhos.

Foi interessante os momentos pai e filho.

Por fim, uma última coisa que achei interessante nesse episódio foi o treinamento do Rudeus com a Sylphie. Essa parte levanta algumas coisas interessantes, como por exemplo a capacidade do protagonista em ser forte.

Por mais que seja meio nítido que ele tenha talento, a Sylphie conseguir usar magia sem os encantamento tira parte dessa exclusividade que ele tinha, como o próprio Rudeus reclama.

Na verdade, é interessante também como dá a entender que a magia das pessoas naquele mundo é limitada pela falta de conhecimento que tem. Os livros parecem ter algumas informações erradas, e as próprias pessoas não acreditam que podem fazer determinadas coisas.

Teria que esperar um pouco mais para ver até onde a Sylphie pode surpreender com seus poderes (tem o fato do cabelo dela ser diferente também), mas, talvez, certas noções do mundo comecem a ser mudadas pelo protagonista, o que acho bem legal de se usar nos isekais.

Não culpo.

Em resumo, esse episódio de Mushoku Tensei se focou em construir um pouco da relação do protagonista com a família e o primeiro amigo que ele conseguiu no novo mundo. O ritmo da narrativa continua o mesmo, então temos um episódio mais lento e calmo.

Agora é esperar pela semana que vem e ver como vai continuar esses primeiros anos da vida do protagonista.

Extra

Falar disso separadamente…

O grande ponto dessa cena toda é a dublagem. Ai Kayano fez um trabalho sensacional em mostrar a relutância da garota, e foi isso que me fez ficar tão incomodado com a situação.

Indiferente se ela fosse um garoto ou não, a Sylphie falou várias vezes que não queria, e deixou nítido que não estava confortável com as ações do Rudeus. Por mais os dois já tivessem criado uma certa intimidade e coisas do tipo possam ser levadas na brincadeira, a cena não diz isso.

Me deixou desconfortável ver a garota pedindo para ele parar e sendo ignorada, ainda mais se levar em conta que ele mesmo passou por uma situação parecida em que aposto que implorou para não tirarem suas roupas também.

Depois o Rudeus se arrependeu, claro, o que é bom para não passar em branco, mas não me pareceu ter entendido que colocou a amiga em uma situação de abuso.

Imaginando a cara da Roxy se descobrir que ele já está misturando elementos.

100% Natural.

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.