Re:Zero II #13 – Impressões Finais

Eis aqui o conceito de plot twist, meus amigos. Por mais que tudo já estivesse relativamente explicado, esse episódio final de Re:Zero traz uma enxurrada de acontecimentos, confirmando algumas coisas, mudando outras, e mostrando que a segunda parte dessa temporada tem tudo para ser uma das melhores.

Janeiro tá prometendo.

Indo pelo tradicional “começando pelo começo”. A reunião das Bruxas foi um dos meus plot twist desse episódio. Se tivesse que apostar em alguma coisa, certamente seria em uma luta ou tentativa de afastar o Subaru da Satella, mas não, foi justamente pelo contrário.

Eu nunca esperaria que cobrassem do Subaru gratidão pelo o que ele vem passando, muito menos que no final de tudo isso eu sentiria pena da tão mal falada Bruxa da Inveja.

Ver personagens discutindo, questionado e expondo seus pensamentos e dilemas é algo que eu gosto muito, e esse final do anime trouxe bastante disso, sintetizando toda a temporada naquela conversa “amigável” entre as sete garotas.

A visão que o Subaru teve dos seus pais, e daquelas linhas alternativas, complementam muito bem tudo o que a Satella falou para ele, sobre ele precisar se amar.

O que a gente viu no primeiro teste mostra que o Subaru criou um complexo de inferioridade e busca por reconhecimento, mesmo que na base do autossacrifício (se fazer de palhaço). Ele quer ter valor, ele que ver os outros felizes, ele quer ser notado pelas pessoas mesmo que seja como “ferramenta”, então assumiu aquela personalidade altruísta.

No entanto, a adição das linhas de tempo alternativa vem com uma espécie de negação para isso, já que elas mostram que o Subaru não é o único sofrendo ali, e que essas decisões dele também geral sofrimento nos outros, muitas vezes piores do que a sua própria morte.

O início dos dilemas.

Foi sensacional ver o Subaru questionando o que seria dele se ele perdesse os poderes de reset por se amar demais. Isso dá uma noção de quão profundo é essa visão distorcida que ele criou de si, onde basicamente só se sente vivo quando está morrendo/se sacrificando pelas outras pessoas.

É nessas mortes que ele vê o seu valor como pessoa, e se isso acabar porque ele passou a se valorizar mais, então não sobraria mais nada para ele.

Todos os discursos sobre salvar as pessoas, dar um futuro feliz para elas, mesmo que na base do seu sofrimento, vão por terra quando entra aquelas visões de outras linhas do tempo.

As pessoas estão sofrendo por conta disso. Mesmo que ainda seja meio incerto como essas outras realidades funcionam, a mensagem ali é claro. O Subaru não é o único a perder algo.

Arrisco até mesmo dizer que foi exatamente por esse momento que a Satella deu esse poder para ele, já que tudo se relaciona bem.

O Subaru encontrou uma forma de dar sentido para sua vida de merda ao se matar e poder refazer as coisas da melhor forma possível, ao mesmo tempo que com isso é possível mostrar para ele que o seu autossacrifício (ou autopunição) não é algo bom, e que ele precisa perceber que, mesmo com certas perdas, a presença dele na vida das pessoas ainda é mais importante do que apenas dar um desfecho positivo para tudo mundo.

Será mesmo?

Seja como for, isso tudo é um baita de um desenvolvimento para o personagem, porque, além de relacionar tudo o que ele vem passando nesse outro mundo, força com que ele tenha que evoluir.

O desabafo que o Subaru faz depois de ressuscitar – que sim, foi outra coisa que achei absurdo nesse episódio, já que ele abriu mão de tudo para morrer de verdade naquele mundo –, mostra o real problema dele, que é a falta de confiança nas pessoas.

Com isso, o Subaru como personagem deu um grande passo para se tornar alguém melhor, já que entendeu um pouco do que realmente tem que fazer.

As Bruxas nesse ponto se mostraram personagens muito melhores do que eu esperava, já que puxaram bastante dessa evolução dele, além de também tentar aconselhá-lo, com foi com a Bruxa da Preguiça ao deixar bem claro que ele não é mais uma criança solitária, e que não tem mais que fazer birra para ser notado.

O grande problema.

Já aproveitando para falar das Bruxas, a Satella foi a minha grata surpresa. Com poucas palavras ela conseguiu me ganhar facilmente e me deixar interessado, porque… Não faz sentido.

Ela deveria ser a mais perigosa das sete. A mulher que fez toda a desgraça no mundo e rendeu a fama de pior Bruxa, então como ela é daquele jeito?

O trocadinho com o “eu amo” (só funciona em JP, mas ok) dela foi muito bom, porque realmente faz parecer que ela estava obcecada pelo Subaru, mas essa obsessão não era sobre ele ter que amá-la, mas sim aprender a se amar.

Se antes eu já tinha interesse em conhecê-la melhor, agora eu tenho muito mais, porque quero entender quem ela é de verdade, como ficou naquela situação e porquê quer ser morta pelo Subaru, além, claro, da relação com a Emilia.

Dark Emilia é amor.

Por fim, e para não deixar o texto muito grande, o confronto com o Roswaal vem para ser aquele ponto final em todo esse processo de evolução que o Subaru está começando.

Como eu já tinha suspeitado na semana passada, era ele quem tinha encomendado os assassinatos na mansão para colocar o Subaru em um beco sem saída e forçá-lo a escolher um lado e “evoluir”.

Acho que nessa questão não tem muito o que falar, já que foi mais uma explicação/plot twist e é bem compreensível as decisões dele.

O grande ponto em tudo isso, é que a situação força o Subaru a ter que lidar com o problema lá de cima, do chá das Bruxas.

Tentar fazer tudo sozinho é impossível. O autossacrifício dele não é mais suficiente aqui e passar por cima da Emilia traria ainda mais problemas. A solução é depender dos outros, mas, para o Subaru isso não é fácil.

O Otto vem tentando encontrar seu espaço dentro do enredo e, mais uma vez, teve seu destaque como amigo, ficando até com gancho da próxima temporada.

Eu não sei exatamente o que ele pode fazer, mas é importante para o Subaru aprender a depender das pessoas que estão em sua volta, então tenho boas expectativas para isso no futuro.

Botou moral no Subaru.

Para completar, ainda tem a safadeza da Echidna, que entra como mais um dos ganchos para próxima temporada, já que ela revogou o direito do Subaru entrar no templo, então encontrá-la não vai ser mais tão fácil assim, além de que, com essa mudança, muita coisa passou a ficar limitada para ele.

O legal é o Roswaal explicar a motivação da Echidna que, em outras palavras, foi um “ciúmes” pelas outras Bruxas terem se mostrado importantes para o Subaru, e ela, como boa gananciosa que é, quer se tornar a única Bruxa que o Subaru depende, forçando ele a ter que ir atrás dela para tentar pegar esse direito de voltar.

Fluidos corporais não serão perdoados na próxima temporada.

Em resumo, essa temporada de Re:Zero foi bem positiva, mantendo as coisas bem movimentadas e adicionando várias camadas de mistérios e problemas para serem resolvidos. A evolução do Subaru, juntamente com um pouco do seu passado, é uma adição mais do que bem-vinda, além das Bruxas finalmente terem dado as caras.

A temporada sim, termina com cara de final aberto, já que dá para sentir que o gancho foi mais de próximo episódio do que próxima temporada, mas, pelo que eu li por aí, o problema vem do adiamento, já que o anime iria ter dois cours seguidos (Abril e Julho), mas teve que dividir ele porque não teve espaço na temporada de Outubro e por isso foi jogado para Janeiro.

Extra

Expectativa do inicio da temporada:

“Agora vai, Emilia-tan!”

Realidade com o fim da temporada:

“Patrasche best girl!”

Porém… “Mas eu amo a Emilia”.

As linhas do tempo…

Por mais que dê para dizer que com essa afirmação da Satella foi confirmado que as mortes do Subaru tem deixado linhas do tempo para traz, ainda acho que foi só a forma que ela encontrou para mostrar para ele que era importante ficar vivo.

 

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.