Genshin Impact – O jogo estilo anime que vem dando o que falar! | Review

Marcelo: Ajudando a Sirlene bater o recorde do Goku de mais vezes voltando dos mortos, hoje viemos falar de um jogo que está chamando bastante atenção nos últimos tempos, Genshin Impact.

Sirlene: Olá, eu sou o Go… quer dizer, a Sirlene, trazida dos vales da sombras eternas pelo poder de vício Impact!!!

Marcelo: Ressuscitações devidamente feitas, vamos falar desse belo jogo, que surgiu no final de setembro e se tornou a febre do momento, trazendo uma mistura entre os tradicionais RPGs e o estilo anime.

Um novo mundo para brincar.

Sirlene: Genshin Impact foi uma das maiores surpresas desse final de ano, com um design e jogabilidades claramente inspiradas em Zelda, o jogo multiplataforma com elementos gachas agradou bastante os otakinhos pelo seu belíssimo conteúdo gratuito.

Marcelo: Uma das coisas que mais me chamou atenção, sem sombra dúvidas, foi essa pegada. Sempre achei Zelda interessante (Breath of the Wild em especial), mas não podia jogar. Genshin veio como esse chamariz e de quebra ainda trouxe outras mecânicas interessantes, como o uso de reações elementais, sets de equipamentos e um mundo totalmente explorável.

Sirlene: Para fãs de JRPG, Genshin traz velhas mecânicas com roupagens novas, as combinações de ataques elementais e os efeitos possíveis dessas combinações é algo que deixou o jogo bem divertido e dinâmico.

Marcelo: Para mim essa revitalização, digamos assim, do uso dos elementos foi de longe o que mais me agradou. Ao invés do tradicional “água ganha de fogo”, você precisa pensar em todas as interações dos elementos. Então, se quer congelar ou eletrocutar o inimigo, precisa primeiro encontrar uma forma de deixá-lo molhado, para então usar o elemento eletricidade ou gelo.

Isso criar uma combinação estratégia muito legal, não só para enfrentar os bosses, como também para pensar na formação da sua própria equipe, já que usar um elemento sem pensar também pode trazer desvantagens para você.

Sirlene: Digamos que Genshin é um mundo de fantasia que usa um pouco mais de física, afinal, você tem a magia, mas não consegue gerar nada do absoluto vazio, como bem explanado pelo Marcelo, se você quer determinado efeito, tem que pensar em como gerar este efeito.

Marcelo: Outra coisa em que os elementos também são bem utilizados, é na dita exploração. Ao longo da sua jornada pelo mundo de Teyvat você vai se deparar com alguns quebra-cabeças, mecânicos e coisas do tipo que precisam ser ativados para dar acesso a baús e recompensas.

Boa parte deles envolve ter que aplicar os efeitos de elementos corretos, o que, novamente, faz com que a variação seja a chave para fazer muita coisa em Genshin.

Sirlene: Eu também achei este uso dos elementos na exploração algo que tornou a jogatina bastante prazerosa. Por exemplo, você pode usar Cryo (gelo) para fazer uma ponte e atravessar um lago solidificando Hydro (água) ou usar Geo (terra) para criar um suporte ao escalar uma montanha muito alta, evitando assim que você despenque para morte por falta de estamina.

Fazendo de tudo um pouco.

Marcelo: Em resumo, a exploração de Genshin é algo muito divertido, onde você sempre encontra algo novo pelo caminho, sejam essas interações com o ambiente através dos elementos, ou decidindo arrumar briga com inimigos para pegar um item.

Sirlene: Para amantes de exploração, coisas para fazer no inicio do gameplay é que não faltam. O mapa de Genshin é imenso e totalmente desconhecido para o viajante (jogador). Você vai abrindo e descobrindo mais sobre a geografia e história do mundo enquanto se aventura e ativa as estátuas dos setes e os pontos de teleporte.

Marcelo: Falando um pouco dos mapas, e já aproveitando para adicionar algo que me surpreendeu bastante, eu diria que o tamanho dele é quase surreal. Lembrando que a gente está falando de um jogo com versão para mobile, então abrir a tela do mapa e ver que existem várias regiões ali (sete ao todo confirmadas até agora) é incrível.

Claro, ainda tem muitas coisas que estão bloqueadas para serem liberadas em futuras atualizações, mas só de imaginar que toda a região escura do mapa tem cidades, planícies, montanhas, desafios, já te faz ficar empolgado para explorar mais.

Sirlene: Com toda a certeza. Para um jogo multiplataforma, o tamanho da área de exploração é realmente impressionante, são locais tão amplos e gigantescos quanto áreas de mmorpgs como World of Wacraft e The Elders Scrolls Online. Mas não apenas o tamanho do mapa, o design do jogo em geral é deslumbrante, tudo feito com cuidado e com minuciosidade para te garantir realmente a sensação de se aventurar por um mundo diversificado e completamente novo.

As duas regiões iniciais de Teyvat são diferentes entre si, não só geograficamente, mas culturalmente, como explanado por Marcelo, o jogo pretende apresentar sete regiões, cada uma delas inspirada em uma cultura ligada a um dos Sete Arcontes.

Gráficos de qualidade.

Marcelo: Eu já perdi as contas de quantas vezes simplesmente fiquei parado olhando o pôr do sol ou alguma outra paisagem dentro do jogo. O ambiente é lindo demais, e o Cel shading (estilo anime para os íntimos) é muito bem usado para deixar tudo mais chamativo.

Os desenvolvedores já adiantaram que cada uma das regiões vai ser inspirada em um(a) elemento/cultura/país, então acredito que, com o passar do tempo, teremos a oportunidade de ver lugares ainda mais incríveis dentro do jogo.

Sirlene: Agora, explanando um pouco da história do jogo, para os amantes de narrativas complexas, cheias de tons variados, quebras de expectativas, etc, ela é uma… fantasia extremamente simples. Genshin é formulado no molde clássico de jornada do herói, mas com um roteiro bem feito. Como eu explano, não precisa ter algo complexo para ser algo bom, desde que os elementos apresentados na história façam sentido e se justifiquem.

Marcelo: Uma das primeiras coisas que pensei quando comecei a ver um pouco mais da história foi em Avatar (o da carequinha, não os gigantes azuis). A proposta não é igual, mas a jornada em busca de ter contado com as diferentes civilizações doutrinas em um elemento, e a possibilidade do protagonista aprender o mesmo, acaba fazendo ser uma jornada divertida de acompanhar.

Como a Sirlene bem falou, a história não é complexa, mas é competente em entregar essa ideia de explorar um novo mundo e aprender mais sobre as pessoas daquele lugar.

Ainda tem várias cutscenes boas.

Sirlene: Como Marcelo bem apontou, a jornada do viajante é semelhante a jornada de Aang, desperto em um mundo vasto, inocente e totalmente ignorante as diferentes forças a sua volta, mas que precisa amadurecer e em determinado ponto, provavelmente, tomar uma decisão difícil que não comprometa a sua essência como personagem.

Marcelo: Uma coisa que gostei bastante em relação ao mundo do jogo, é que ele consegue construir bem a mitologia de Teyvat, não só pela história principal, mas como também pela exploração do mapa.

Existe uma diferença bem visível no comportamento dos NPCs de cada região, onde em Mondstadt você tem pessoas mais “de bem com a vida”, já que a filosofia do Deus do vento envolve liberdade, enquanto que em Liyue você tem um conceito quase brutal sobre comércio, já que o Deus da terra fundamentou tudo em cima dessa relação de mercado.

Sirlene: Mondstadt é a região ligada à ameno (vento), que sopra na direção que deseja. Seu arconte, Barbatus, defende piamente o princípio de livre arbítrio. Mesmo sendo um “deus”, Barbatus deixa os habitantes de sua região tomarem a decisão sobre o futuro de sua civilização, ou seja, ele abençoa e empresta seus poderes aqueles que o seguem, mas não é babá de ninguém, então tudo que acontece é consequência de uma ação ou escolha de Mondstadt e não uma punição divina ou vontade de seu deus.

Marcelo: Esse tipo de diferença de cultura você percebe mais parando para falar com os cidadãos de cada cidade, que mesmo parecendo genérico, muitas vezes tem mais a oferecer.

Em Liyue, a cidade dos negócios, você sempre encontra pessoas procurando oportunidades de lucrar, além de que, diferente de Mondstadt, o Deus de lá é presente, e rege a região.

Os NPCs tem uma devoção quase cega por ele e, diferente do cidadãos de Mondstadt, que não se preocupam muito em prestar respeito, às pessoas de Liyeu se dedicam a rituais, cerimônias e festivais culturais em nome do Deus de Geo.

Vale a pena parar para conhecer as cidades.

Sirlene: Contudo, nem tudo são flores em Genshin Impact, começando por algo que me preocupa bastante em relação ao futuro do jogo, o gacha. Apesar de você poder ter uma diversidade de personagens, cada um ligado a um elemento e com habilidades diferentes, Genshin sofre o mal de Fate Go. Tudo depende do deus sorte ou do deus dinheiro.

Basicamente, o seu desempenho no jogo vai estar ligado a equipe que você monta e dependendo da sua sorte… sua vida vai ser mais difícil.

Marcelo: Pensei que nunca iria achar um jogo com chances piores que as de Fate/Grand Order, mas cá estamos nós. Genshin é realmente punitivo quando se trata de gacha. Além de você ter que disputar os personagens com as armas, as chances de vir algo de raridade alta são muito baixas, o que ligado a falta de recursos para ficar fazendo os famosos rolls, pode te frustrar facilmente se não tiver sorte.

Sirlene: Então a chance do jogo acabar indo para o caminho do esquecimento, e perder muitos jogadores com o tempo, é grande dependendo do tamanho da ambição da Mihoyo. No início da jogatina você ainda consegue ter materiais e dar alguns rolls, mas como explanado pelo Marcelo, na medida que você vai terminando a main quest, seus recursos se tornam cada vez mais difíceis de serem obtidos.

Mas não se desespere, meu caro otakinho, se você não querer ser o top jogador com a melhor equipe do jogo, todos os personagens são utilizáveis e você consegue montar uma equipe razoável para farm e progredir com eles, mas tenha em mente que sem dinheiro, tu não tem o melhor do jogo.

Marcelo: O que é uma pena, já que todo mundo quer ter sua waifu/husband sem muitas dores de cabeça.

De qualquer forma, outra coisa que me incomodou um pouco no jogo foi a progressão dentro dele, principalmente nos ranks de aventureiro intermediário, já que, sem evoluir essa “credencial”, você acaba limitado a certas coisas, como por exemplo, o multiplayer, que só aparece lá no rank 16, levando um tempo considerável para conseguir desbloquear.

Sirlene: Como explanado pelo amigo Marcelo, muitas áreas de farm do jogo, incluindo as famosas masmorras, são bloqueadas pelo seu rank de aventureiro, sendo que diversos materiais para upgrade de armas e personagens são obtidas apenas nesses lugares, o que acaba te forçando a ter que farmar pelo mapa para upar ranks, contudo, com o término das sides quests e da main quest, a “upagem” do rank vai se tornando mais lenta, criando o mal de jogos do gênero:  O grind infinito e a xp do grind de Genshin impact é… ridícula?

Se prepare para alguns dias de farm antes de ver o próximo capítulo da história.

Marcelo: Considerado o valor que pede, sim, as quantidades são bem baixas. Além disso, as masmorras também precisam de resina, uma espécie de energia necessária para ter acesso aos itens que os bosses dropam.

Como a recarga delas é muito lenta, e o número de itens para reabastecer não é dos maiores, chega em um ponto do jogo em que você basicamente entra para matar três bosses e sair, e isso acaba quebrando um pouco daquela empolgação, já que mesmo podendo caçar inimigos pelo mapa, isso não dá a mesma sensação de retorno que completar uma quest, por exemplo.

Sirlene: Então, apesar do mundo ser bem construído e ter mecânicas de combate interessantes, Genshin Impact ainda precisa ajustar muitas coisas para que a vida da obra seja estendida e não seja apenas uma febre do momento.

Os desenvolvedores precisam ser mais generosos ou se não, novamente, teremos mais um jogo chines limitado ao oriente, porque o ocidente possui seus padrões e nenhum gamer ocidental que preze seu bolso ama pagar absurdos para ter progresso em seu joguinho.

Marcelo: São coisas simples que podem ser resolvidas em algumas atualizações que, felizmente, já estão sendo planejadas pela desenvolvedora, então é torcer para ela ouvir mais os jogadores e ajeitar o que realmente precisa.

Sirlene: Todos torcemos, afinal, o jogo é competente e pode ter um bom futuro, desde que seja bem administrado, então, que os próximos arcontes nos guiem por nossa jornada por Teyvat.

Marcelo: Se Venti quiser, estaremos explorando muito mais coisas nesse jogo que pegou bastante gente de surpresa.

Trailer com a prévia das novas regiões e personagens representantes de cada

Para quem tem curiosidade, a versão mobile não deixa em nada a desejar em comparação com a de PS4/PC. A Mihoyo faz um trabalho incrível de otimização, e o fato de você poder jogar no mesmo servidor que as demais plataformas, faz com que seja bem acessível juntar os amigos e se divertir no jogo.

 

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.