Oregairu S3 #12 — Impressões finais

Vazio existencial talvez defina o sentimento depois do episódio final de Oregairu. É estranho quando as coisas acabam. Todo final de season eu sempre tenho aquela “deprê pós-temporada”, mas fico confortado simplesmente por saber que uma obra que eu tenha gostado tem mais material que dá pra ser adaptado. Contudo, Oregairu chegou ao seu fim definitivo e isso torna esse sentimento muito mais estranho.

Depois do romance ter sido resolvido, esse episódio 12 se concentrou em solucionar outras coisas ou pelo menos tentar. Se formos analisar o tanto de plots dos personagens secundários que ficaram de lado (como já havia dito) saímos com uma conta negativa, mas se olharmos para os 10 minutos (quase) de encontro entre o Hachiman e a Yukinon, o saldo é muito positivo.

Foi fofo, bom e estranho, eu diria. Sim! Um total “mix” de sentimentos, afinal, vínhamos de uma season muito “pesada” no sentido emocional. Porém, confesso que gostei demais dos momentos.

Destaque para a hora na qual que eles tiraram uma foto para rede social, para o momento em que eles passaram na frente da igreja e o Hachiman pensou em casamento, para a Yukino de boina (patrimônio da humanidade), enfim, para todos aqueles momentos de romance “sessão da tarde” dos dois.

Aquela fotinha! ~

Nem vou entrar em méritos de beijo, pois acho que a proposta de Oregairu nunca foi tratar o romance como algo tão simplório assim. Acho que para o Hachiman e para a Yukino apenas o momento já é tudo. Se tivesse um beijinho seria legal? Sim. Mas visto a proposta da obra desde o princípio, fico satisfeito da mesma forma, mas óbvio que entendo quem ficou chateado por não ter.

Seguindo essa linha, vou elencar dois momentos importantíssimos do casal ao meu ver. O primeiro foi na hora que a Yukino foi direta: “Eu te amo, Hikigaya-kun”… essa cena me surpreendeu e me deixou com um sorriso no rosto.

A dificuldade que ela deve ter tido para falar isso, hein? É interessante observarmos que o Hachiman não chegou ainda ao ponto de falar “eu também te amo” tão diretamente, o que talvez mostre que, nesse quesito, a Yukinon já chegou a um estágio diferente do dele.

Contudo, acredito que seja questão de tempo até que o Hikki consiga dizer isso mais abertamente, mesmo que no fim sejam “palavras vazias”, já que ele demonstra seus sentimentos pelos atos e é aí que chegamos ao segundo ponto.

Essa cena! ❣

A cena do banco.

Na hora que a Iroha e a Yui se retiraram e o Hachiman estendeu a mão para a Yukinon, ele demonstrou que está ali por ela ao fazer algo que jamais faria no início. Na minha concepção, é um ato que está muito além de simples cavalheirismo, muito pelo contrário.

Acredito que a representatividade dessa cena é muito maior. A Yukinoshita do início, pelo seu ego, recusaria tal gesto (e qualquer outro tipo de ajuda), mas agora ela aceitou e deixou claro que ambos já mudaram bastante.

A relação desses dois é muito mais do que um “eu te amo”, sério ~

Saindo do casal, certamente o melhor ponto do episódio, entramos nos acontecimentos no geral.

A parte mais emocionante certamente foi o diálogo da sensei com o Hachiman. A importância que essa mulher tem para o protagonista (para o enredo no geral) é absurda. Eu gosto demais da Hiratsuka, acho que toda a presença dela sempre exala elegância genuína. A forma como ela entra e saí das situações, dá conselhos, se envolve, etc.

Quando ela lembrou o Hachiman da carta, aquela sensação de vergonha alheia que veio nele se resumiu a mim também. Eu fico muito feliz por ela ter ficado presente até o final.

Enfim, o anime acaba, todavia, minha admiração por essa incrível mulher, não.

Ainda tivemos um kabedoon da sensei! ~

Já a Yui pouco apareceu, mas o olhar abatido dela ainda era bastante nítido. Mas é importante frisar que a Yuigahama, mesmo no fim, foi capaz de encarar os dois de frente e falar que queria ser amiga da Yukino. Acho uma atitude importante.

Ninguém julgaria a Yui (acredito eu) se ela fosse embora, se ela mudasse de escola, se ela fizesse qualquer coisa. Eu defenderia qualquer atitude dela depois do que aconteceu. Ficar e encarar foi realmente bastante digno.

Mas a grande questão é, a Yui superou o amor pelo Hikigaya? Pelo menos pela fala dela no fim parece que não e a Iroha de certa forma colaborou para isso. A fala dela para a Yuigahama (sobre aceitar os sentimentos e não negá-los) influenciou bastante.

Talvez esse seja o ponto negativo sobre a Yui, mas se os 3 se resolveram na tal longa conversa que iam ter no final do episódio, está tudo certo. Afinal, ao que parece, a amizade ficou acima de qualquer desconforto.

Eita! ~

Para finalizar, a integração da Komachi na escola foi bastante engraçada. Aquela rivalidade dela com a Iroha daria uma boa trama de comédia e é realmente uma pena que não podermos ver o desenrolar do “novo” clube de voluntários que, agora, foi oficializado pelo Conselho Estudantil.

Em linhas gerais foi uma bom desfecho. A sensação de marasmo se misturou com a de felicidade e, pelo menos em mim, ficou algo estranho. Parte da minha pessoa feliz por ter se resolvido e a outra parte já sentindo falta da obra no geral.

Ainda sobre esse último episódio, eu o achei rápido demais. Até entendo que grande parte do público pouco se importa com os outros personagens ou mesmo com o baile, mas a sensação de que aconteceu muita coisa em pouco tempo ficou presente enquanto eu via, mas enfim, nada que afete muito.

E vocês, o que acharam do episódio final de Oregairu?

Rápida resenha sobre a temporada

A terceira temporada de Oregairu veio com o intuito de resolver os problemas do trio principal e assim o fez. Contudo, a demora para a resolução, o corte nos monólogos da Yukino e o foco exagerado na Yui talvez tenha repercutido negativamente (visto o resultado), mas isso não diminui a qualidade da obra ao meu ver.

O “limbo” nos personagens secundários também é uma coisa que me deixou “chateado”, já que gosto deles e reitero: o elenco de Oregairu é um dos melhores. A falta de resolução para alguns plots secundários, como o da Haruno, por exemplo, são pontos que não posso deixar de mencionar, pois se fossem 100% resolvidos, dariam um “boost” em algo que já é tecnicamente muito bom.

Que casal! ~

A Staff também fez um trabalho de qualidade, não podemos negar. Agora, só temos a agradecer por essa ótima obra escrita por Wataru Watari que, desde o início, nos mostrou a importância das palavras.

Obrigado, Oregairu! ~

Mas quero ouvir vocês, o que acharam da season 3 no geral?

Coisas que ninguém quer saber

Fala, meus queridos. Tradição aqui, pois todo final de temporada eu faço isso. Muito obrigado a todos que acompanharam meus textos durante essas 12 semanas. É muito importante para mim cada comentário de vocês. Peço desculpas pela demora na resposta de alguns, mas podem ter certeza que eu sempre estou de olho. Às vezes demoro por causa do tempo, mas sempre tento responder vocês, de qualquer forma, muito obrigado.

Foi muito importante escrever sobre Oregairu. Acredito ter deixado muitas coisas importantes nas entrelinhas passarem, mas isso serve como aprendizado. Foi um desafio desde o início, pois é uma obra muito complexa de analisar-se. Acredito fielmente que me ajudou bastante a evoluir e espero continuar trazendo textos divertidos para vocês.

Por hora, desligo meu teclado enquanto anseio para que eu veja vocês nos meus textos da próxima season. Ainda não sei sobre o que vou escrever, mas vou confessar que “Urso, Urso, Urso, Urso” realmente está me chamando à atenção, enfim, até mais! ~

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Breno Santos

Editor, Filmmaker, 22 anos, amante de astronomia, café e cultura otaku no geral; além disso, é fascinado por cinema e pelo trabalho executado por uma staff de animação.